RIO PARDO Uma história de amor

O Fim?

  O dia estava quase amanhecendo quando a Shuri enviou o seu quarto ataque.

Rapidamente alguns soldados saíram das ruinas, mas não avançaram muito, parecia que estavam esperando por alguma coisa.

Em seguida uma nuvem de poeira se formou e de dentro dela saíram quatro tanques de guerra blindados seguidos por centenas de soldados.

Então olhei para meus soldados e disse:

- Foi uma Honra lutar ao lado de vocês!

Eles acenaram com a cabeça e começaram a atirar.

Fixei o olhar em meus inimigos, apontei minha MG42 em sua direção, apertei o gatilho e nada. Olhei para o pente de munição e vi que ele estava vazio. Procurei ao redor na esperança de encontrar mais munições, mas não havia nada.

Eu estava com as mãos atadas, era inútil sem minha arma.

Me encostei ao bloco de concreto em que apoiava minha arma e olhei para Larissa. Ela estava se tremendo, com os olhos fechados e seus lábios estavam ressecados.

No momento pensei – isso não pode acabar assim, não posso deixar minha amada morrer.

De repente o primeiro Tanque de guerra atirou um de seus projéteis, jogando dois de nossos soldados pelos ares. Eles não tiveram a menor chance de sobreviver.

Percebendo que os inimigos e já estavam a menos de duzentos metros de nós olhei para a base e notei que apenas cem metros havia um galpão que por sua metade estava destruído, mas sua outra estava intacta. Então gritei aos meus soldados:

- Hei, vamos recuar para aquele galpão. Lá estaremos mais protegidos e talvez haja algum lança foguetes ou granadas por lá.

- Ok senhor, esperamos o seu sinal.

- No três a gente corre.

Segurei a mão de Larissa e respirei fundo. Olhei para meus soldados e vi que estavam prontos.

- Um, dois, três... Vai!

Corremos em direção ao galpão.

Ao nos ver correr, nossos inimigos atiraram com tudo.

Pude ouvi o som das balas passando próximas a mim. Olhei para minha direita e vi meus dois últimos soldados sendo atingidos.

Senti a mão de Larissa se soltando da minha, me virei rapidamente e a vi cair. Nesse momento me desesperei. Voltei para busca-la, em sua perna havia um ferimento à bala. Coloquei ela em meus braços e continuei o percurso até o galpão.

Entrando rapidamente procurei algo que pudesse usar para contra atacar, mas não havia nada, deixei minha amada sentada próxima a uma parede, me ajoelhei no chão e arrependido pus as mãos em meu rosto – todo esse esforço havia sido em vão.

Estávamos sozinhos e desarmados enquanto os inimigos se aproximavam. Nossa única opção era esperar pelo fim.

Me sentei ao lado de minha amada, segurei suas mãos e olhei em seus olhos.

- Larissa, antes de tudo eu quero apenas dizer mais uma vez que te amo!

- Eu te amo – Disse ela com uma voz serena e doce – Você cumpriu sua promessa!

E então nos beijamos. Senti como se uma chama ardente viesse de sua boca e penetrasse cada centímetro do meu corpo, era a chama do grande amor que sentíamos um pelo outro!

O som das esteiras do tanque de guerra estava cada vez mais alto, até o momento em que parou.

Olhamos par fora e vimos o blindado parado girando seu canhão em nossa direção. Nos abraçamos com força, fechamos nossos olhos, enquanto o tanque apontou para nós e... Bum!

O tanque de guerra blindado explodiu. E vindo da direção do sol nascente um avião caça seguido por outros dois rasgaram os ares atirando em nossos inimigos que começaram a recuar desesperadamente.

Corri para fora, olhei para o céu, que pela primeira vez se abria naquele dia, e vi enormes aviões sobrevoando nosso território. Logo se abriram centenas de paraquedas brancos.

Olhei para o grande Rio Pardo e vi os navios inimigos sendo despedaçados pelos misseis de aviões caça que chegavam rasgando os céus da cidade.

Voltei correndo para onde estava Larissa e a abracei com força.

- Conseguimos!

- Sim. Eu disse que você tinha cumprido sua promessa!

Ela olhou em meus olhos, sorriu e me beijou.