Natasha Narrando5 de fevereiro (1 ano depois)
Da sacada do apartamento da minha tia usando apenas uma blusa masculina, segurando entre os dedos um cigarro vagabundo qualquer que comprei na venda em frente ao prédio. observo atentamente o movimento na grande avenida da orla da barra. era noite de carnaval. a poucos metros de distancia, um casal se beija loucamente. ela segura a nuca dele delicadamente, enquanto ele apalpa a bunda dela com uma certa agressividade. os-observo e penso o quanto seria trágico se ela se apaixonasse por aquele cara agora. ele não me parecia querer casar e construir uma casa com um cachorro de raça cara, chamado "bob". muito menos em semana de carnaval em salvador.
de repente pararam, e ela ainda com os braços entrelaçados por volta do pescoço dele, olhou para o mesmo e sorriu. aquele olhar... aquele sorriso... quase desci e fui dar um abraço nela de solidariedade, mas lembrei que nas minhas três vezes que estive naquela situação, ninguém me abraçou e pediu para eu ter cuidado. de fato pediram, depois que a merda estava feita, o circo armado, e não tinha mais nada a se fazer. Eles voltaram a se beijar e eu sorrir, pensando que aquela mulher parecia bem mais fodida que eu a um mês atrás. Dei uma última tragada no meu cigarro de baixa qualidade e deitei na rede cor de caramelo da varanda da minha tia.
Vocês provavelmente devem está se perguntando se não vou me apresentar. Bem... Meu nome é Natasha Mello, tenho 17 anos, um pulmão meio estragado e três longas histórias pra contar. E sinceramente acho que vocês não precisam saber mais que isso de me para continuar lendo como foi que virei uma apreciadora da maconha, uma fumante de cigarros em tempo integral, e como eu aprendi a gostar tanto de vodca em um ano. de como passei de garota intensa, recatada e apaixonada, a uma garota alcoólatra de roupas selvagens e descrente do amor. E vocês não leram errado, apesar disso ser um romance eu realmente acho o amor uma verdadeira porcaria que só serve pra estragar belas poesias e canções. Mas não quero encher a cabeça de vocês com minhas teorias filhas da puta. embora isso aqui mais pareça um discurso de uma coroa na faixa dos seus quarenta, solteirona que está revoltada por que ainda não achou um cara legal pra trepar o resto da vida. Mas só tenho dezessete. Provavelmente daqui a pouco eu me apaixone novamente, e esse livro vá ser uma prova viva de que o ser humano é um otário em eterna evolução. Mas enquanto isso não acontece, e enquanto a minha raiva não passa, vou contar em capítulos, as três vezes que fui otária em apenas um ano. pra ser mais específica, as três vezes que me apaixonei.
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3 amores em 365 dias
RomansaMas uma vez eu penso, que isso só vai acontecer quando eu por fim esquecer você. mas isso não vai acontecer hoje. você não vem agora, e eu sigo só.