Em Ritmo de Fuga || Destiel

Capítulo 1

— Quem é ele? -— Cas sussurrou para Charlie enquanto caminhava ao seu lado. Ambos estavam indo para a sala de aula. Teriam aula da física agora. Era uma matéria chata, mas o moreno de olhos azuis e pele clara, se dava bem. Não havia nenhuma matéria que o Novak não sabia. Não era gênio, mas era um garoto estudioso. Sempre tirava notas altas. Lembrava claramente quando tirou nota baixa em Química e chorou olhando a sua prova com um 0 enorme e cheia de x. Depois daquele dia, nunca mais tirou nota baixa.

— Chamam ele de Baby, acho que deve ser o nome dele... Estou surpresa que nunca o viu. Cas, estamos no meio do ano e você só notou ele agora? Em que mundo você vive?

As bochechas do menor atingiu uma cor avermelhada enquanto uma careta se formava em sua face e seus lábios finos e avermelhados se curvaram em um sorriso desajeitado. Pareciam gomos de laranja.

— Eu não reparo nos alunos, assim como eles não reparam em mim. Não é atoa que irei terminar o colegial virgem e BV. — Suspirou frustrado.

Quase com 18 anos e nunca tinha cometido nenhuma loucura. Não ia em festas e a única vez que colocou bebida alcoólica na boca, quase vomitou. Castiel era um desastre, então para ele não fazia sentido ir em festas. Iria pagar mico e séria motivo de piadas na escola, o que ja acontecia sem ele se esforçar.

— Temos que mudar isso, iremos fazer uma lista para você, "coisas que irei fazer antes de completar 18 anos." E não aceito não como resposta, ok? Ok!

Charlie bateu palminhas empolgada, enquanto Castiel estava perdido em pensamentos.

Quem era aquele garoto loiro? Como nunca havia o visto na escola? Ele parecia estranho e exalava mistério. Algo dizia para que o Novak se afastasse e esquecesse completamente da existência dele. Mas por outro lado, Cas queria o conhecer, nunca havia sentido calafrios apenas por pensar em alguém. Se sentia estúpido por está pensando em um estranho, cujo nem sabia da sua existência, assim como Castiel não sabia sobre ele minutos atrás.

— Eu não teria escolha, se eu dissesse não, você iria me ouvir?

— Com certeza não.— A ruiva sorriu entrando na sala de aula acompanhada pelo moreno.

Charlie era a sua melhor amiga desde que ele era pequeno. Conhecia a amiga tão bem. No começo seu pai, Chuck, pensou que quando eles crescessem, formariam um casal. Mas claro, nada disso aconteceu, Cas gostava de garotos e Charlie de garotas.

Pensou que seu pai iria ficar triste e decepcionado ao se abrir para ele dizendo que gostava de meninos. Seus olhos azuis era uma mistura de medo e timidez. Estava pronto para ser recebido com palavras de nojo e como ele era o câncer da família. Naquela época, ele tinha apenas 14 anos de idade e estava assustado. Nunca precisou beijar uma garota ou um garoto para saber do que ele gostava. Sentia atração pelos garotos do time de futebol, nunca sentia atração quando por algum milagre alguma garota se jogava pra cima dele insinuando um possível encontro. No começo ele se sentiu mal por isso. Era errado não era? Gostar de alguém do mesmo sexo? Havia crescido com isso na cabeça. Seu avô vivia dizendo isso. Que era pecado.

Cresceu com esses pensamentos, e já não aguentava mais guardar aquele segredo para si. Queria ser acolhido por alguém e não julgado. Queria ouvir palavras de conforto e sussurros "está tudo bem gostar de garotos." Então ali estava ele em frente ao seu pai. Sua cabeça estava baixa, seus olhinhos azuis avermelhados por causa do choro que insistia em sair, mas o segurava. Aquilo estava doendo, a sua garganta ardia e sua cabeça estava fervendo. Então algo que ele não esperava aconteceu.

— Filho, eu já sabia. E eu o amo do jeitinho que você é. Não tem nada de errado com você, Cas.

Aquelas palavras foram o suficiente para que ele explodisse em um choro impulsivo. Seu pai o amava, era tudo o que precisava. Ser aceito pela pessoa que lhe criou e ensinou várias lições de vida. Quando sentiu os braços alheio em volta de si, estava completo. Nada mais importava, estava seguro enquanto seu pai estivesse ali ao seu lado.

●●●●●●●

Agradeceu todos os deuses da face da terra quando o sinal bateu. Seus passos para sair daquela sala, eram ágeis. Não via a hora de chegar em casa e tirar a roupa vestindo um pijama qualquer. Não tinha planos e era sexta feira, maratonar séries seria a sua opção favorita.

Caminhava pelo estacionamento da escola quando o viu novamente, com seus fones de ouvido parecendo ignorar o mundo. Seu rosto sério e sem expressão. Seus óculos escuro impedia que o moreno enxergasse seus olhos. Céus, como assim ele estava usando óculos? Não havia sol, estava completamente nublado pronto para cair uma tempestade. Queria saber tudo sobre ele.

Cas estava invadindo um território proibido. A palavra perigo gritava em sua cabeça. Mas quem disse que ele estava ligando? Se era para se queimar, então ele estava pronto.