Capítulo Vinte e Seis - Zayn, sou eu.

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Ele havia perdido a fala.

Era como se sua voz tivesse sumido de suas cordas vocais. Lá estava ele, Liam Payne. Parado, o olhar fixado em Zayn. Os cabelos de Liam estavam em um topete bagunçado. Ele usava um sobretudo marrom aberto, onde mostrava uma camisa social branca e calças pretas com um par de coturnos. Liam ainda tinha uma tatuagem nova na mão. Era tão confuso o sentimento da volta de Liam, que Zayn acabou por se encostar na mesa, sentindo lágrimas confusas.

Liam percebeu a agitação de Zayn. Seu peito ardia como fogo e seu coração parecia que ia explodir. Zayn havia mudado. Seus cabelos agora eram curtos, a barba era maior e parecia melhor. Seu menino havia crescido. Sentiu vontade de se aproximar e tomar os lábios carnudos e rosados de Zayn em um beijo explosivo. 

Mas tinha que fazer a linha de indiferente. Afinal, ele voltou depois de anos. Não poderia sair chutando o balde de repente e tomar Zayn para si.

  — Incrível como aqui aumentou —  Ele enfiou a mão nos bolsos e começou a andar pelo escritório grande —  Não que eu queira falar que o meu é maior, mas realmente, aqui ficou melhor.

Zayn ainda se encontrava sem ar e perdido. Liam continuou.

—  Sabia que a porta do seu andar estava aberta? É um perigo, porque nem sempre os seguranças estão fazendo ronda. Mas vi um cara, tipo cosplay do Thor, saindo do seu andar. Cliente né? Ele tem que cara que é bem rico. 

—  O que você... O que você está fazendo aqui?

Liam se virou, sorrindo.

—  Ah, aqui? Eu resolvi voltar para Londres. Meu escritório está precisando ser reaberto e sabe, litígios me trouxeram de volta... Soube que Niall parou de advogar para se dedicar ao bar. Confuso né?

—  Você não deveria estar aqui —  Zayn se levantou, buscando forças em seus sentimentos de ódio e rancor —  Você não deveria mesmo, estar aqui.

Liam suspirou.

—  Cherly morreu, Zayn. Eu precisava voltar e me redimir.

—  Cinco meses depois?! Não me venha com esse assunto idiota de redenção. Você é um monstro que nem sequer tem sentimentos.

Ele balançou a cabeça.

—  Eu vim pelo meu filho.

Zayn teve vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo.

—  Está falando do filho que você abandonou? Do filho que você nem sequer se despediu dele, do filho que você nem conhece? 

—  Ele ainda é meu.

— O cara que doa o esperma não é pai. Pai é quem fica e cria.

—  Você é apenas o tutor.

Zayn sentiu os poros emanarem raiva.

—  Eu sou a droga do pai que ele nunca teve.

Liam o encarou confuso.

—  Mas ele ainda é meu.

—  Negligência familiar te impede de tomá-lo de mim. Cherly deixou bem claro.

—  E como você e ela se conheceram? Por acaso, estava fodendo minha ex esposa?

Zayn quis socar Liam.

—  Não uso sexo para atrair as pessoas. Não sou como você —  Ele cuspiu.

—  Você deve me achar um idiota de marca maior.

—  Achar? Eu tenho certeza. Você me machucou, Liam. Você saiu dessa mesma porta há dois anos atrás, me deixando. Você quebrou meu coração e qualquer sentimento que eu sentia por você. Você é um filho da puta egoísta e maldito.

O silêncio pesou naquela sala. Liam teve vontade de sair quebrando tudo. O pior era que Zayn estava certo. Ele era um maldito.

Ele se aproximou e Zayn se encolheu.

  —  Vá embora, Liam. Por favor, não torne as coisas mais complicadas.

—  Não vou desistir de me aproximar.

—  Bear não vai querer te ver.

—  Agora eu não falo de Bear, Zayn.

Os olhos se encontraram. Âmbar com castanho-chocolate. Intensos, fortes e amorosos. Havia uma faísca naquele olhar. Uma faísca de poderia ser ódio ou saudade, amor ou dor. Nenhum dos dois sabia como interpretar aquele sentimento confuso e vazio que invadiu a tensão da sala.

Liam deu um passo para trás. 

—  Eu te ligo. Afinal, eu ainda tenho seu cartão.

Liam deu as costas e saiu. Quando a porta foi fechada, Zayn desabou no chão.



Law&Love (AU!Ziam).Onde histórias criam vida. Descubra agora