NATAL

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— É natal, é natal, quer chupar meu pau? É ano novo, é ano novo, quer chupar de novo? — eu estava cantando enquanto montava a árvore de natal no apartamento do Thomas.

Logo ele apareceu de avental na sala e me arremessou uma colher de pau que passou raspando perto da minha orelha, mas eu ainda pude sentir ela batendo de leve e quase me arrancando um pedaço.

— Ai caralho, eu posso saber porque tanta agressividade?

— Sabe como o natal é importante pra mim, ainda mais o que ele significa. Não vou deixar você destruir isso com essa sua música sobre depravação.

Apenas lancei para ele o meu melhor dedo do meio e voltei a montar a árvore de natal, e tenho que dizer, ficou maravilhosa. Mamãe me ensinou a montar quando eu era criança e disse que se um dia eu montasse uma árvore feia e dissesse que eu era filho dela, o chinelo ia chegar tão forte na minha cara que ninguém nunca mais iria me reconhecer.

— Por que será que o Otávio está demorando tanto?

— Ele disse que não ia poder ajudar, porque ia trazer alguém!

— E desde quando isso é desculpa e... Espera, ele vai trazer alguém?  

— Bom, foi isso que ele me disse. Depois do que aconteceu no parque por culpa sua, ele não falou mais comigo.

— Claro, culpe o gay. É sempre mais fácil.

Eu disse indo até o seu computador e colocando um playlist de natal bem homossexual no Spotify. Logo voltei para a cozinha dele e comecei a cortar as batatas. Eu queria mesmo era estar fazendo compras, mas como podem ver, eu sou escravo dessa bicha enrustida.

— Acha que ele vai trazer algum negão?

— É difícil dizer. Otávio é muito imprevisível.

— Eu que o diga...

— Não entendi seu tom.

Logo eu voltei a cortar batatas para disfarças, mas não deu muito certo. Thomas veio até mim, arrancou a faca da minha mão e me apontou de uma maneira um tanto quanto assassina.

— Estou cansado de vocês dois guardarem segredos de mim! Quero saber agora o que aconteceu.  

Eu posso inventar qualquer desculpas e ele vai acreditar... A quem eu estou querendo enganar? Thomas sempre sabe quando eu estou mentindo, ele tem essa coisa de advogado de olhar nos olhos das pessoas e arrancar seus segredos mais sórdidos e era o que ele estava fazendo comigo.

— Tudo bem... Eu vou contar, mas isso não pode sair daqui. Ele não pode saber que eu te contei, caso contrario ele nunca mais vai falar comigo e muito menos com você. Entendeu?

— Está me deixando preocupado.

— Vai ser rápido. Se lembra de quando fizemos um curso de massoterapia juntos? Então...


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OTÁVIO - A MASSAGEM.

— Não acho que isso vai dar certo!

— Está com medo de quê? De ficar excitado?

— Vai tomar no cu.

— Bem que eu queria.

— Eu não fico excitado com macho. Dessa água não bebereis.

Isso me fez rir. Rir não, gargalhar.

Os Homens da Minha Vida!Onde histórias criam vida. Descubra agora