-ooOoo-
— Você promete mesmo que não vai contar para ninguém o que aconteceu nessa viagem não e mesmo? — Otávio me perguntou pela decima vez enquanto voltávamos do Rio de Janeiro no seu carro.
— Otávio... Pela decima vez... Eu. Não. Vou. Contar. Para. Ninguém!
— Eu só não quero que o Thomas fique me zoando.
— Ele fez sexo com dois homens, qual o problema ele saber que você ficou com um nesse final de semana? — o drama dele estava começando a me irritar de uma maneira surreal, acho que eu estava com sono... Ou fome... Ou talvez os dois.
— É porque eu estava sóbrio.
— Isso ele não precisa saber!
— É só não contar... Tudo bem?
— Fica tranquilo.
O resto nós fomos em silêncio, então aproveitei para tirar uma soneca. Depois disso ele parou em um restaurante e nós comemos um lanche e eu assumi o volante. Depois de quase seis horas de viagem, eu cheguei em casa morrendo, mas feliz. Porque estou na minha casa e posso voltar a andar peladinho, tomar cerveja que nem um louco e alucinado e chorar que nem uma velha largada.
— Esse sou eu...
Me joguei no sofá e meu telefone tocou.
— Alô.
— Oi Vincent.
— Sr. Maldonado?
Se controla viado.
Não mostra entusiasmo para não mostrar ao macho que você ficou animado com a ligação dele. Ele tem que pensar que eu já superei, não vou mostrar para ele que ainda estou sofrendo e que gosto dele.
Respira.
Respira.
Respira.
— Em que posso ajudá-lo? — perguntei o mais calmo possível.
— Já está em casa?
— Sim senhor.
— Amanhã é a parada gay e eu quero saber se tem como você escrever um história sobre o tema, mesmo que você não tenha tido nenhum tipo de relacionamento. Acho legal focarmos nesse assunto por causa do mês do orgulho gay e tals... — como ele é um amor.
Por isso eu amo esse homem.
— Na verdade tem um garoto que eu conheci na parada gay, não deu relacionamento, mas eu acho que daria certo se merdas não tivessem acontecido naquele dia... Posso escrever agora a noite e te entregar amanhã de manhã.
— Perfeito...
E ele ficou em silêncio.
— Posso ajudar em algo mais?
— Você vai na parada amanhã?
Que pergunta estranha... Vamos continuar ouvindo para analisar o que está acontecendo.
— Sim, desde que eu me mudei para São Paulo eu vou todo ano. Por quê? O senhor que eu tire algumas fotos? Quer que eu entreviste algumas pessoas?
— Eu quero ir contigo.
E foi assim que eu cai do sofá.
Literalmente eu cai, meu corpo foi de encontro ao chão de uma maneira um tanto quanto violenta. O telefone foi parar de baixo Rack, tive que ir correndo para ele não desligar a ligação.
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Os Homens da Minha Vida!
Storie d'amoreVincent é um colunista de trinta anos que vê sua carreia caindo ladeira abaixo quando está prestes a perder seu emprego. Então juntos dos seus amigos Vincent decide escrever sobre seus antigos relacionamentos que marcaram sua vida, tendo assim uma ú...