EU QUERO-TE A TI [andré silva]

17 | mesmo depois destes anos todos

"Tenho que admitir que não estava nada à espera que me ligasses." Afonso diz, bebendo de seguida o resto do seu café. "Depois do André te ter dito aquilo, não pensei que quisesses sequer ter alguma coisa a ver com a nossa família."

"Eu ainda não entendo porque é que ele disse aquilo... primeiro, nada iria mudar, depois perdeu o interesse em mim sem mais nem menos." Relembro a mensagem de André.

"Ele não queria dizer aquilo, Val. E eu acho que tu sabes isso tão bem como eu." Afonso diz, olhando-me com atenção e alcançando a minha mão. "Depois do drama com a Sofia, o André não se achava bom o suficiente para ti. Para além disso, ele não queria que tu fosses alvo das tretas daquela miúda imbecil." Eu abano a cabeça. "Ele ama-te, mesmo depois destes anos todos."

"Como é que é possível?" Pergunto, com lágrimas a formarem-se nos olhos, sabendo que também eu ainda tinha sentimentos por ele.

"Acredita, miúda. Eu não achava que era sequer possível uma pessoa se apaixonar em menos de uma semana, mas por alguma razão, o que vocês tiveram, ou têm, fez-me acreditar que tudo é possível... até mesmo amar alguém por seis anos, sem qualquer tipo de comunicação ou contacto físico." O Afonso admite. "Se ainda o amas, como eu sei que amas, vai atrás dele, porque se não fores tu a fazê-lo, ele também não o vai fazer. Eu sei isto, porque sou irmão dele e sei o quão totó ele consegue ser quando põe uma coisa na cabeça."

"Ok." Digo, simplesmente, e depois levanto-me e deposito um beijo na testa de Afonso.

"Bem vinda de novo, cunhadinha."