I'm Gonna Show You Crazy → Charlie

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S/n & Charlie

Narrador

As grandes portas daquele quarto branco e quase vazio se abriram, mostrando uma garota acabada, que muitos diziam não ter salvação. Tratavam ela como se fosse louca, por que era isso que ela era, louca.

Não leve loucura como algo que deve ser julgado ruim, todos temos as nossas loucuras, todos guardamos um pedacinho de insanidade dentro de nós, mas poucos temos coragem de mostrar para o mundo.

A garota não tinha medo de mostrar o seu verdadeiro eu, os seus delírios. Muitos a julgavam, mas ela só estava cansada de tentar ser normal.

- S/s, parece que você tem uma visita. - A médica, que S/n odiava, entrou no quarto com o mesmo sorriso falso de sempre. S/n olhou para a médica enquanto se levantava ficando parada em seguida - Anda logo, S/s! Não temos tempo para as suas idiotices agora! Anda!

- Eu ainda vou sair dessa merda! - S/n falou em um sussuro enquanto passava pela porta e ia em direção à grande sala onde a tal pessoa estava a esperando, parando logo em seguida quando avistou alguém que ela pensou que nunca mais veria. - Charlie? - A ruiva olhou para S/n e deu um sorriso largo, indo em direção da mesma e a abraçando. - O-oque que você está fazendo aqui?

- Eu descobri que você estava internada aqui. - Charlie falou, seu sorriso havia sumido de seu rosto. - Quem colocou você aqui?

- É uma longa história. - S/n disse sorrindo de canto. - Mas resumindo, eu enlouqueci e meus pais me trouxeram pra cá. Por que você veio?

- Por que eu vou dar um jeito de tirar você daqui. Esse lugar parece horrível! - S/n sorriu fraco abraçando a amiga novamente.

S/n

3 semanas depois

Eu entrei no quarto do hotel que Charlie alugou para nós duas. Olho para o lado e vejo duas camas. Não sei se sou só eu, mas eu sempre quis beijar e arrancar todas as roupas do corpo dela, mas óbviamente eu não vou falar isso pra ela, ela me acharia mais maluca do que já sou!

Fecho a porta e decido ir tomar um banho enquanto Charlie não chega. Vou até o banheiro tirando minhas roupas e entrando de baixo do chuveiro sentindo a água morna correndo pelo meu corpo.

Ouço o barulho de algo quebrando e me assusto, abro a porta do box mas não vejo nada, ouço outro barulho que parecia vir do quarto, decido sair para ver oque é. Pego a toalha e a enrolo no meu corpo, abrindo a porta do banheiro logo em seguida.

Olho para todos os lados do quarto, não vejo nada, sinto algo passar por trás de mim, me viro rápido mas continuo não achando o que está fazendo isso. De repente a luz do quarto apaga e a porta do banheiro se fecha com força, vozes pareciam cobrir o silêncio do quarto, eu corro para a porta tentando abrir mas a mesma estava trancada. Começo a sentir um frio que parecia que ia me congelar, ouço mais barulhos e então começo a gritar e a bater na porta desesperada.

Ninguém aparece para me ajudar, eu começo a chorar e gritar colocando as mãos nos meus ouvidos, me encosto na parede e vou deslizando até chegar no chão. De repente tudo volta ao normal, sem barulho algum e as luzes acesas, abro meus olhos e olho para frente vendo Charlie abaixada na minha frente segurando meus ombros, ela parecia assustada e preocupada.

- Oque houve? - Ela me pergunta, seu tom de voz baixo e calmo.

- Eu... eu não sei... tudo ficou escuro e tinha vozes... alguém batendo nas paredes... e-eu... - Eu soluçava e não conseguia explicar direito oque havia acontecido por conta do pânico que eu estava sentindo.

- S/n... não tinha nada aqui... - Charlie me olhou com oque parecia ser pena em seus olhos. - Você estava alucinando.

- Não! Eu sei que era real! Era real, Charlie! - eu gritei a última frase. - Era real... era real... - eu fiquei repitindo pra mim mesma baixinho, Charlie pegou minha mão e me ajudou a levantar, ela me levou até a cama e me deitou nela.

- Fica aqui, okay? Eu vou tomar um banho, e já volto. - E assim ela pegou algumas roupas e foi ao banheiro.
Me arrumo na cama e começo a pensar no que acabou de acontecer. Eu já aceitei quem eu sou de verdade, já aceitei que não sou normal por que eu já cansei de tentar ser.

Há uma guerra dentro da minha cabeça. Às vezes eu gostaria de estar morta, estou quebrada.

Flashback

- Eu estou cansada de tentar ser normal! Estou sempre pensando demais! Estou me deixando louca! - Falo um pouco alto demais enquanto discutia com a minha mãe, que pela sua expressão parecia assustada. - Então, e se eu for uma louca ferrada?! E não preciso do seu conserto rápido?! Eu não quero as suas prescrições! Só porque você diz que eu sou louca?! E se eu for louca?! Oque mudaria pra essa porra de família que só pensa em dinheiro e não dão a mínima para oque está ao redor!? Eu poderia ser uma psicopata mas vocês estariam pouco se fudendo com oque está acontecendo comigo! Por que vocês só se preocupam com a merda do dinheiro! - Minha voz ficava mais alta a cada fala. - Então sim! Sim eu vou te mostrar a louca, maníaca, vadia, psicopata que existe dentro de mim! - Eu falei com um sorriso cínico no rosto. Sim, talvez eu tenha enloquecido um pouco demais, mas são anos guardando toda essa fúria dentro de mim. Começo a pegar tudo que estava ao meu alcance tocando tudo na minha mãe, no chão e nas paredes. Eu estava fora de mim, mentalidade fora do meu cérebro, eu não queria acreditar que aquela era eu, mas eu tinha que aceitar a verdade, aquela era eu, essa ainda sou eu, e eu estou cansada de tentar ser outra pessoa.

Flashback off

Louca, maníaca, vadia doente, psicopata
Sim, eu vou te mostrar
Eu vou te mostrar
Sim, eu vou te mostrar
Mentalidade fora do meu cérebro, coisa ruim, enlouquecer
Sim, eu vou te mostrar.

- Você está melhor? - Ouço Charlie falar e me viro pra ela, não falo nada, só digo que sim com a cabeça. Ela vem em minha direção e se senta ao meu lado na cama, ainda de toalha. - Oque você acha de irmos comer uma pizza? Ou talvez ir à um bar? - Ela disse sorrindo, mas eu só conseguia prestar atenção no seu corpo coberto só pela toalha.

- Eu acho que hoje prefiro ficar por aqui. - Digo sorrindo, meus olhos brilhando enquanto eu encarava a ruiva ao meu lado. Eu precisava dela, do toque dela.

Eu acho que sempre tive algo pela Charlie, desde que nos conhecemos, mas naquela época nunca tive coragem de demonstrar isso, eu achava maluquice pensar algo assim, nunca pensei que algum dia iria querer transar com uma mulher, mas Charlie era diferente, ela era a única que me entendia e sempre estava ao meu lado. Ela era a peça que faltava, que eu sempre procurei, ela não me faz sentir mais normal, pelo contrário, sempre que estou perto dela me sinto mais louca ainda, louca por ela.

Me inclino na direção da ruiva, ela falava mas eu não conseguia prestar atenção no que ela estava falando, eu só queria a beijar e sentir o seu gosto. Nossos lábios se tocam, de início Charlie parecia sem reação, mas logo ela correspondeu ao beijo, ela se entregando a mim e eu a ela.

Imagines SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora