Eu sabia que doeria deixar Lottie para ir para a faculdade e doeu, tanto que todo fim de semana eu voltei para casa. Todos do meu time na faculdade riam de mim, mas não me importei.
Mas tarde o problema foi quando me casei e então fui morar longe dela, bem, uma distancia bem menor do que a da faculdade.
Quando meus pai faleceram e o brilho de Lottie foi totalmente apagado, exceto por Alice que ainda trazia a velha Lottie de volta, eu me peguei pensando, o que realmente é a distância, por que com ela é sempre mais emocional que física.
Lottie veio morar comigo, embaixo das minhas vistas mais uma vez e voltei a fazer velhas promessas a ela.
Lembro da conversa sobre desligar aparelhos se ela estivesse em coma e estou com raiva. Lottie tentou se matar. Ainda consigo ouvir o telefonema desesperado de Ana.
Não posso perdê-la. Não posso.
O médico me disse que ela passa bem e ao mesmo tempo que quero gritar com ela, só quero ter certeza de que está bem, quero abraçá-la.
Respirando fundo para me acalmar, observo a enfermeira vir em minha direção, ela me diz para segui-la e faço isso. Entro em um quarto, onde Lottie está deitada imóvel, de olhos fechados, ela parece triste.
Meu coração desaba. O que eu não notei? O que eu não vi?
Seguro sua mão que parece fria demais ao toque. E as lágrimas finalmente chegam. Tem um tubo em sua garganta. Alguns minutos mais e ela não estaria aqui.
–Não sei o que se passa no seu coração, mas quero que saiba que estou aqui, com você, sempre. Lottie eu prometo que sempre vai poder falar comigo, sobre tudo.
Fico mais alguns minutos aqui com ela, depois sua médica me chama.
–Ana me trouxe alguns diários. O que ela escreveu não foi o que nos relatou. Jared, foi muita sorte Ana tê-la encontrado. As suas orações são fortes. – A médica se vai depois de me dizer mais algumas coisas.
Nunca pensei que leria um diário de minha irmã, mas farei isso assim que chegar em casa, se para ajudá-la preciso entender o que se passa em sua mente é isso que vou fazer, o que não posso permitir é vê-la nessa situação novamente.
Alice grita pela tia assim que me vê e o que digo a minha filha? Ana diz algo a ela que olha a mãe com olhos tristes.
Vou até elas, dou um beijo em minha esposa e pego minha filha no colo.
–Sua tia em breve estará em casa. –Ana encosta sua testa em meu ombro. – Ela vai ficar bem, obrigado amor.
– Sei que vai. Os Evans não desistem nunca. –Ana diz beijando meu rosto.
Ficamos os três ali por um longo momento, Ana por fim vai ver Lottie e eu fico com Alice aqui no corredor olhando esses quadros feios. As enfermeiras se encantam por ela.
–Se eu não soubesse, até diria que é só para minha filha que estão olhando... – Ana começa a dizer.
– Jared! –Miranda diz chamando nossa atenção. Ela se joga nos braços de Ana. –Eu devia estar com ela.
–Mi, ela foi experta, não é culpa sua, nem de ninguém. Char está bem, só vai ficar uns dias aqui, depois vai para casa.
Pela expressão de Miranda ela não esta ouvindo nada. Entrego Alice para Ana e puxo Miranda para um abraço.
–Não deixaremos acontecer de novo. Prometo.
–Eu também prometo. –Ela diz entre soluços.
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Promessas
Novela JuvenilO dia mais triste de minha infância foi quando mamãe me contou que não teria mais filhos. Eu queria e muito uma irmãzinha. Já a imaginava correndo pela casa com seu cabelo vermelho balançando ao seu redor. Eu a faria rir todos os dias e a protegeria...