Austrália

3.6K 46 8
                                    

A casa é simplesmente linda. Sam havia a comprado em uma área com muitas árvores, onde era possível ver os gados escoceses pastando no enorme gramado acima. A casa térrea era grande, com três quartos, todos com paredes de vidro virados pra  as montanhas, do mesmo modo que a sala, todos com lareira, e agradeci por isso. A escócia era fria de mais, e as paredes de vidro poderiam deixar o ambiente interno ainda mais gelado. Mas segundo ele, o corretor havia garantido que a casa se mantinha muito bem aquecida, o que foi um alívio, já que não podíamos bobear com isso, ainda mais com um bebê morando aqui. A casa não estava mobiliada, o que me fez ficar totalmente animada, imaginado quais moveis poderíamos colocar, enquanto eu mandava fotos dos cômodos pro meu decorador . Caminhei sob o chão de assolhado pelo grande corredor onde ficava apenas dois quartos e o escritório e entrei no outro corredor, olhando em volta, em busca de Sam. O encontrei em nosso quarto, que ficava no final do mesmo. Era afastado de todos os cômodos, uma suite super aconchegante. Assim que entrei no cômodo, ele sorriu, caminhando em minha direção.

-Sei que a casa é grande, e que eu a comprei, mas isso não significa que iremos morar pra sempre aqui, digo... talvez você tenha o desejo de se mudar, voltar um dia pra sua casa na Irlanda, e...

-Sam?! - O cortei, parando ao seu lado, encarando a parede de vidro. -Casa, é nossa família, e você e nosso bebê são minha família agora, e é onde eu quero estar. Onde vocês estiverem, será minha casa. Seja aqui, ou se um dia, juntos decidirmos nos mudar. - Me virei de frente para ele, o encontrando, me observando intensamente, enquanto sorria. 

-Você não imagina o quão bom é ouvir isso! - Ele abriu seus braços, me puxando para um abraço.

-Devo acrescentar que eu amei que o nosso quarto é afastado de tudo, assim podemos fazer qualquer barulho e nenhuma visita irar ouvir. - Dei risada, me soltando dele e indo em direção ao banheiro. -Inclusive, não vejo a hora de inaugurar essa banheira com você. - Comentei, voltando em direção a ele, e apontando pelo ombro.

-Você é insaciável, Caitriona Balfe. - Joguei a cabeça pra trás, gargalhando. 

-Você me acostumou Sam Heughan! - Ele deu de ombros, como se não tivesse culpa. Olhei meu relógio de pulso e então arregalei os olhos. - Médico! 

-Atrasados? - Perguntou, enquanto voltávamos pra sala. -Achei que era só duas e meia. 

-Amor, já são duas e dez! - Ajeitei minha bolsa no ombro, olhando ao redor mais uma vez. Depois de tanto anos, morando em vários países, de casa em casa, apartamentos e hotéis, eu finalmente sentia que eu estava criando laço com um lugar. Eu finalmente sentia que um lugar estava me aceitando, como seu eu fosse parte dele. Eu não havia comentado com Sam, mas eu não tinha vontade de voltar a morar na Irlanda, por mais que eu amasse meu País, eu sempre estaria por lá visitando meus Pais, e sempre teria minha casa no alto da montanha, mas não me imaginava morando lá mais uma vez. A Irlanda é minha raiz, foi onde tudo começou. Mas a Caitriona que saiu de lá, não era mais a mesma Caitriona que eu havia me tornado hoje em dia, e a Caitriona que eu havia me tornado, havia encontrado um novo lar. 

Entrei no carro, olhando a fachada branca da casa com o pé direito alto, em volta do enorme gramado verde vivo e sorri, voltando a olhar Sam ao meu lado, que dava partida no carro. Sim, finalmente eu havia encontrado meu lar. Encostei a cabeça no banco de couro, satisfeita, enquanto acariciava minha barriga. Havia não só encontrado meu lar, como estávamos pra receber a melhor pessoa para morar conosco daqui há alguns meses. 

As semanas haviam se passado mais rápido do que achei ser possível. Eu havia encontrado uma médica maravilhosa, que iria acompanhar minha gravidez. Sam estava impossível, pra não dizer exagerado de mais, nesses últimos dias. Por conta da minha idade a médica havia me passado algumas vitaminas, e me recomendado muita hidratação e repouso, o problema era que ele havia ficado totalmente exagerado, e a todo minuto que estávamos longe um do outro. Eu sentia meu celular vibrar, avisando de uma nova mensagem, com várias perguntas sobre como eu estava me sentindo. Isso era porque os enjoos havia começado, e eu não podia sentir cheiro de comida, de maneira alguma, que eu começava a ter ânsia e chegava até mesmo a vomitar. Durante uma das cenas, realmente haviam colocado dentro das penelas alguma coisa, em cima da fogueira acesa do cenário, infelizmente, eu não consegui me segurar ou correr a tempo, e tivemos que interromper as gravações por aquele dia. Por sorte, eu estava conseguindo trabalhar normalmente, inclusive dando entrevistas. Nós optamos por esperar pelo sexto mês de gestação, para anunciarmos a gravidez publicamente. 

Dois Mil e DezesseteOnde histórias criam vida. Descubra agora