22 de Janeiro de 2018
Senti uns raios de sol na minha cara, o que não era suposto, porque eu costumo acordar quando o céu ainda está escuro. Como se uma lâmpada que se acende, abri de imediato os meus olhos, e ao reparar nas horas, do despertador que estava em cima da mesa-de-cabeceira, levantei-me e corri para a casa-de-banho, desejando que estivesse vazia.
- Ah, bolas! Uma hora, para tomar-banho e apanhar os transportes para a faculdade! - Murmurava, enquanto ligava o chuveiro, para a água aquecer. - Como é que eu fui adormecer, no último dia, de exames!?
Assim que cheguei ao meu quarto com uma toalha enrolada ao meu corpo, escolhia roupa mais prática e quente que tinha, estávamos em pleno inverno, e o mês de Janeiro já tinha registado temperaturas negativas em Lisboa e em mais cidades.
Com umas leggins, uma camisola de lã e o meu sobretudo, foi assim que saí de casa, tive que dar a minha corrida matinal até à estação de comboios, com sorte ainda chegava a tempo para a chamada do exame.
Depois de sair na Estação de Entre Campos, fui apanhar o metro, seria mais rápido do que ir a pé até à Faculdade de Letras, assim que saí do metro, olhei para o meu relógio, faltavam 5 minutos para o exame de espanhol avançado começar. Ainda dá tempo!
Ao passar pela faculdade de Direito, lembrei-me de Duarte e da nossa passagem de ano. Mas logo despertei-me e corri até à sala de exames. Entrei sorrateiramente na sala, vendo um lugar disponível ao lado da minha amiga Lúcia.
- Pensei que não vinhas, o que te aconteceu? - Perguntou-me assim que me sentei.
- Nada de conversa! - Avisou um dos professores, que estavam na sala a vigiar o exame.
- Conversamos lá fora. - Disse baixo, para que nenhum dos professores me ouvisse. Lúcia acenou com a cabeça, e começámos a fazer o nosso exame de espanhol avançado.
* * * * *
Terminei a prova mais cedo, e depois de sair da sala dirigi-me para um banco que havia perto da sala, para poder esperar por Lúcia.
Assim que deu meio-dia, Lúcia saiu da sala, assim como os restantes alunos. Lúcia ao pôr os olhos em mim veio em minha direcção, com um sorriso de alívio.
- Finalmente! - Exclamou ela, chegando perto de mim, que logo de seguida foi advertida por um professor que passava no corredor. - Finalmente! - Sussurrou perto de mim, arrancando-me uma risada baixa.
- Estamos de férias, pelo menos até a 13 de Fevereiro. - Disse, enquanto descia as escadas do edifício. - O que significa que temos duas semanas de descanso.
- Vou aproveitar ao máximo! Então, o que te aconteceu esta manhã?
- Adormeci, não devia ter ficado até tão tarde a estudar.
- Ao menos chegaste a tempo. Queres ir ao Campo Pequeno almoçar? - Perguntou-me antes de sairmos do edifício da Faculdade de Letras.
- Quero sim! Apetece-me mesmo um hambúrguer cheio de bacon! - Assim que saímos do edifício senti o ar frio do mês de Janeiro, e arrependi-me de não ter trazido um cascol, abotoei o meu casaco.
- Quem é aquele giraço? - Pergunta Lúcia, quase torcendo o pescoço a olhar descaradamente para a pessoa que estava atrás de nós.
- Não sei, vamos é andar mais rápido para chegar ao Campo Pequeno!
- Mas tens de olhar, realmente eu nunca o vi aqui.
Então discretamente olhei para trás, e quem estava lá, era Duarte, encostado à parede ao lado das portas do edifício. Esperei que ele não me tivesse notado, mas ele tinha, vinha neste momento na minha direcção. O que ele fazia aqui? Depois do Ano Novo, nunca mais tínhamos falado. Ele estava com cara séria, mas os seus olhos cor de carvão sorriam.
- Ele está a vir para aqui! - Exclamou Lúcia ao meu ouvido, de maneira que só eu ouvisse. - Afinal eu conheço aquela cara, não sei é de onde.
- É o Duarte. - Disse eu baixinho, vendo ele a aproximar-se.
- O Duarte do Ano Novo?! - Perguntou ela, talvez lembrando-se das fotografias de grupo que lhe mostrei.
- Sim, esse mesmo. - Disse Duarte parado à nossa frente.
- Olá, Duarte! - Disse, sentindo as minhas bochechas a começarem a ficar vermelhas.
* * *
Espero que estejam a gostar, deixem os vossos comentários e votos!
(Ajudaria muito saber a vossa opinião)
Até ao próximo capítulo!
(Estamos perto do final)
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Uma Noite para a Vida
Short StoryNa noite de 31 de Dezembro, Violeta é convidada pelo seu primo, de última hora, para fazer a passagem de ano com ele e os seus amigos. Uma noite com fogo de artificio, música, dança e, talvez, beijos salgados. Apenas uma noite pode modificar a v...