Capítulo 1

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Sentada em um banco gélido e sem cor do aeroporto, esperava pacientemente por Nora, minha tia

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Sentada em um banco gélido e sem cor do aeroporto, esperava pacientemente por Nora, minha tia. Havia desembarcado já faziam alguns minutos, porém era tempo o suficiente para estar quase congelando no clima mórbido e atemporal de Londres.

Olho para os lados a procura de alguma cabeleira loira semelhante ao da irmã de minha progenitora, mas falho na busca, encontrando apenas uma multidão andando com suas malas em mãos sem um destino aparente. Talvez ela possa ter esquecido-se de mim. Provavelmente está ocupada com algo mais importante e não se lembrou de vir ou simplesmente se esqueceu mesmo.

A ideia de ter sido esquecida não soava muito bem, prefiro acreditar que ela esteja presa no trânsito ou tenha tido algum imprevisto. Esfrego minhas mãos uma na outra na intenção de aquecer-me do frio enquanto olhava atentamente para os lados em sua busca.

Eu não sabia seu endereço e tampouco sabia para aonde ir caso a mesma não aparecesse. Nunca estivera em território londrino antes e estava longe de casa, mais de mil quilômetros, para ser exata. Muito menos obtinha uma passagem de volta para Seattle.

Na verdade, eu não tinha exatamente para onde recorrer, já que o indivíduo que chamo de mãe fez questão de arrastar-me para outro continente. Minhas notas não estavam boas, não por ser uma aluna péssima, mas sim por nada em Seattle fazer mais sentido para mim desde a morte de meu pai. Portanto, ela cismou de que precisava de um novo ambiente para conseguir superar uma perda que, para ela, não passou de um acaso da vida e, consequentemente, melhorar minhas notas.

O que, para mim, não faz sentido, já que a mesma nunca se importou com qualquer coisa vinda de mim. Na verdade, suspeito de que ela apenas inventou uma desculpa para livrar-se da única coisa que a prendia na sua antiga vida triste e pacata. Não sei como conseguiu convencer tia Nora a carregar um fardo em sua vida, ninguém, em sã consciência, aceita de livre e espontânea vontade cuidar de uma adolescente do outro lado do mundo. Entretanto, cá estou eu.

Totalmente impaciente pela demora, decido ir até o lado de fora verificar, talvez Nora esteja esperando-me em seu carro e eu estou aqui igual tola martirizando-me sem precisar. Pego em minhas malas que por sorte eram poucas e trilho em direção a enorme porta de vidro, logo passando para o outro lado. Se o tráfego de pessoas no lado de dentro já era numeroso, quem dirá no lado de fora, parece triplicar.

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