Capítulo 2

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⎯ Chegamos. ⎯ meu olhos, antes focados no cenário urbano que movimentava-se celeremente através da janela, miram no homem desconhecido no banco da frente.

Sr. Styles remove a chave da ignição e aperta um botão na lateral do volante, fazendo um som de destrava no porta-malas.

⎯ Vou pegar sua malas. ⎯ ele olha-me e acena, saindo do veículo em seguida. 

No instante em que saio do veículo e retenho em frente a casa, minhas íris iluminam-se. Um jardim verde vívido contornava toda a área externa de uma casa estruturada com blocos de tijolo avermelhado e várias trepadeiras por toda parte. A moldura das janelas e porta é colorida de branco e uma pequena escada compunha na entrada. 

⎯ Gostou, Srta Wood? ⎯ giro nos calcanhares e vejo-o retirar minhas malas do interior do porta-malas e a fechar em seguida. Ele se aproxima do meu encalço. 

⎯ Sim, Sr. Styles. É muito linda. ⎯  sorrio amena.

⎯ Que bom que gostou, agora é sua nova casa. ⎯ diz inocente. Para mim, não repercutia como se realmente eu quisesse estar aqui, eu amo muito minha tia e se fosse para escolher entre Nora e minha mãe, sem sombra de dúvidas escolheria minha tia, porém minha vida estava em Seattle, minha identidade estava lá, assim como as lembranças de papai.

A ideia de mudar-me de continente não soava absurda, entretanto, até animei-me com a hipótese de estar em um ambiente diferente. Porém, a realidade de ter sido despachada como uma encomenda pela minha progenitora aniquilava completamente toda a afeição que nutrira um dia.

E cá estou eu, em Londres, com um desconhecido na suposta casa da minha tia. Há um ano atrás, se dissessem-me onde estaria hoje, eu riria dessas pessoas e diria que era uma grande alucinação. Contudo, enfim entendi que não sei nada sobre o amanhã, sobre o futuro, pois nem mesmo fui capaz de presumir a morte.

⎯ Ainda não me disse o que é de Nora. ⎯ esquadrinho o homem alto ao meu lado e ele solta um riso nasal. Espreito as pálpebras.

⎯ Tem certeza de que não sabe quem sou? ⎯ meneia em divertimento.

⎯  Não. ⎯ será que realmente não o conheço? Encabulada com a sensação de dever em conhecê-lo, exploro cada lembrança remetente a Nora e um suposto casamento vem à memória. ⎯  Espera, você é o cara que Nora conheceu em Paris e se apaixonaram perdidamente?

Peccato | hesOnde histórias criam vida. Descubra agora