Capítulo 3

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Bella narrando:

- Você é louca?! Acabou de declarar guerra contra eles! - Megan gritava furiosa depois que eu desliguei o telefone.

- Eles pediram por isso.

- Bella, a escola inteira vai odiar você! Será que você entende?!

-  E daí? Já sou quase invisível mesmo...

- Só espero que eles não me incluam nisso...

- Boa amiga você é!

- Amiga? Você podia ao menos ter me escutado.

Revirei os olhos e caminhei até meu quarto ignorando outras explosões que deviam estar a caminho.

No centro da minha cama, minha irmã dormia tranquilamente, totalmente alheia a confusão que eu havia criado. Depois de observá-la por um minuto me deitei ao lado de seu corpinho frágil.

- Está vendo Alice? - Cochichei - Tudo isso para garantir seu futuro.

Acariciei seu cabelo por alguns minutos até ouvir o som ser desligado.

Sorri interiormente.

Game Over.

- Bella... - Megan chamou baixinho, enfiando a cabeça pela porta.

- Que é?

- A polícia chegou.

- Eu sei. Funcionou. - Me levantei da cama devagar e fui até a porta.

- Alguém sabe que foi você?

- Sim. Harry.

- Harry Styles?

Me sentei em frente a mesa novamente e peguei em meu lápis.

- Foi com ele que eu conversei. Garoto idiota. Acha que o mundo gira em torno dele.

Megan tentou rir, mas o que saiu foi um grunhido.

- Querida, o fato é que o mundo realmente gira em torno dele...

- Dane-se. Ele duvidou de mim, pagou a língua.

Megan ficou um tempo me olhando em silêncio, então balançou a cabeça e se virou para ir dormir.

- Você realmente não tem noção do perigo...

               *~*~*~*

- Você vai me buscar na queché hoje, mamãe?

- Não, meu amor. Hoje eu tenho que dar monitoria. - Coloquei uma panqueca no pratinho rosa da Alice e uma no meu. - Hoje a tia Lili vai buscar você. Amanhã eu vou, está bem?

- me acodá condo você chegar. - Disse levando sua panqueca a boca.

- Tá, pode deixar. Termine logo, se não vamos nos atrasar.

Como de costume, saímos de casa 6:20. Deixei a Alice na creche, onde ela fica até às 16:00 horas, e fui direto para a lanchonete em que trabalho a um ano e meio.

- Bem na hora, Bella. - Patrick disse ao me ver entrar.

- Eu sempre chego bem na hora, Tick. - Entrei olhando o relógio. 06:58.

Guardei minha bolsa com roupas e livros na cozinha, porque dali eu iria direto para a faculdade, como sempre fazia em dias de segundas, quartas e sextas-feiras.

- Bom dia Mari. - Cumprimentei a cozinheira e esposa do Patrick, que já estava com as panelas no fogão.

- Bom dia, linda. Acordou animada hoje?

- Com toda a certeza. - Sorri.

Prendi meu cabelo num coque, coloquei meu avental e me dirigi para fora.

A lanchonete estava agitada. O entra e sai de clientes me manteve ocupada por todo o dia, já que eu era a única garçonete.

Comi biscoitos na hora do almoço sem parar de servir, cumprimentei meus clientes amigos e os que ainda não tinha feito amizade.

Servi mesas, limpei mesas, apoiei bandejas na cabeça, arrumei cadeiras, servi mais mesas...

No final, minha perna latejava como todos os dias. Já tinha virado rotina.

- Tick, deu meu horário. - Falei entrando na cozinha.

- Pode ir, Bella. Eu me viro.

Tirei meu avental e peguei na minha mochila.

- Tchau Mari.

- Tchau, querida. Boa aula.

- Obrigada.

Suspirei quando senti o vento da tarde bater contra meu rosto e fiz uma anotação mental das próximas coisas que eu teria que fazer: pegar um ônibus, dar monitoria e participar das aulas.

A pior parte do meu dia havia acabado... ou era isso o que eu pensava até aquela hora.

O preço da Felicidade {H.S}Onde histórias criam vida. Descubra agora