Capítulo 4

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Harry narrando:

Ok, eu não acreditei que a marrentinha teria coragem de chamar a polícia, mas quando eles bateram a porta, tive de admitir que ela é bastante corajosa.

É claro que a festa acabou. Era isso ou passar o resto da noite na prisão.

Tive vontade de descer as escadas e procurar o apartamento dela e lhe mostrar qual era seu lugar, mas reconsiderei minha idéia. Eu provavelmente a veria na Universidade, então esse esforço a mais era desnecessário.

  *~*~*~*

- Acorda, Harry... - Vagamente ouvi Nanda me chamar. - Seu pai pediu para você ir na empresa hoje.

Apertei os olhos em me encolhi sob as cobertas quando ela abriu as cortinas.

- Você não tem coisa mais interessante para fazer não? - Perguntei grogue de sono.

- Na verdade até tenho, mas seu pai disse para mim não sair do seu quarto até você levantar. - Ela puxou as cobertas e eu bufei.

- Porra, Nanda. Você já foi mais agradável.

- O que eu posso fazer? Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Me revirei na cama. Estava apenas com uma cueca boxer, mas creio que Nanda já se acostumou a me ver assim.

- Você podia considerar vestir ao menos uma bermuda para dormir. - Ela disse indo para o banheiro.

- É desconfortável.

- Sei. Desconfortável deveria ser a empregada chegar no quarto e te encontrar praticamente nu em cima da cama.

Eu ri e me levantei, indo atrás dela.

- Não vai me dizer que tem desejo por mim... - Agarrei-a pela cintura enquanto estava curvada experimentando, com a mão, a água da banheira.

Ela se levantou.

- Claro. Sinto vontade de te dar uns tapas. Me respeita que eu tenho idade para ser sua mãe.

Eu ri e fui até a pia escovar os dentes enquanto ela terminava de preparar meu banho.

- Hoje isso é normal. Homens se casam com mulheres com até o triplo da idade.

Nanda tirou a mão da banheira em minha direção, me jogando água.

- Ah, qual é... - Eu ri com a boca já cheia de espuma. - Imagine isso como manchete de algum jornal "Herdeiro das empresas Styles se casa com funcionária" .

Nanda balançou a cabeça, mas não conseguiu evitar o sorriso.

- Você não tem jeito Harry.

Mais tarde, depois do banho, me vesti do jeito que meu pai gosta: camisa, calça e sapato social; então desci.

- Bom dia, Jemes. - Cumprimentei o segurança parado perto da cozinha quando entrei.

- Bom dia, Harry.  - Ele respondeu firme, sem alterar sua posição dura.

Me lembro que quando tinha sete anos, tentei ficar nessa posição também ao lado dele. Postura reta, mãos juntas em frente ao corpo, olhando para o horizonte. Não consegui passar de um minuto.

Eu nunca fui bom em ficar parado.

Me sentei na bancada da cozinha onde Nanda já tinha posto meu café.

- Bom dia, Harry.  - A governanta entrou e não esperou minha resposta. - Já mandei o Wendel preparar o carro para te levar até a empresa.

Revirei meus olhos. Eu estava cansado desse monte de gente profissional.

Eu sei dirigir, Ester. Mande ele guardar o carro, eu vou sozinho.

- Estamos recebendo ordens do seu pai.

- Agora estão recebendo minhas.
Eu lancei a ela meu olhar "não-teste-a-merda-da-minha-paciência". - Eu dirijo.

Ela suspirou, então virou as costas e saiu sem responder.

O preço da Felicidade {H.S}Onde histórias criam vida. Descubra agora