Darkness.

4º Capitulo

"Quem és tu?"pergunto sem hesitar.

"Eu sou o Zayn. O rapaz que te apoiou e salvou durante 10 longos anos da tua vida." ele diz. O que? Como assim?

"Como assim?" pergunto confusa. Ele senta-se ao meu lado e começa a falar.

"Durante 10 anos estivemos os dois num colegio interno. Fomos agredidos, mal tratados, tudo o que possas imaginar. Tom era o cordenador do colegio. Era ele que nos fazia tudo o que te disse. Ate que tu fizeste 14 anos. Foste afastada de mim de repente. Eu estava desanparado,nao sabia o que fazer sem ti. Nao sabia viver sem ti. E depois eu fui libertado, melhor dizendo, fui libertado a semana passada, quando fiz 18 anos. E vim procurar-te e encontrei-te. E agora que te encontrei, quero ficar contigo para sempre sem mais ninguem que nos possa separar. " Ok. Ele nao disse isto. Como assim estive num colegio interno durante 10 anos?

"Como me encontraste? E como me reconheceste? E-eu nao sei o que pensar." ponho a cabeça entre as pernas.

"Sinceramente nao sei como te encontrei, acho que foi o destino. Como te reconheci? Eu conheço-te Elena, conheço todos os teus habitos, todos os teus vicios. Eu conheço-te desde sempre."

"Entao se nós nos conhecemos tao bem como dizes como me esqueci de ti?" pergunto.

"E-eu nao sei." se ele nao sabe eu muito menos. Tera que ser mais um misterio para eu descobrir. Mais uma verdade por desvendar.

"Diz que ficas comigo." fico surpreendida com as suas palavras.

" Zayn, eu nao te conheço, ou melhor conheço mas nao me lembro de ti. Nao posso Zayn."

"Mas tu conheces-me Elena, tu conheces-me desde crianças. Por favor Elena tens que te lembrar." ele como que suplica e agarra na minha mao.

"Eu nao me lembro de ti." digo e levanto-me. "Eu tenho que ir." começo a andar a caminho de casa.

"Elena espera!" ele grita mas eu ignoro-o continuando a andar.

Ele esta a dizer a verdade, eu sei que esta. O que ele disse coincide com o meu sonho. Faz sentido. Ele é-me alguma coisa. Ainda nao sei bem o que eramos, ou somos. Amigos, namorados... Eu nao sei. A unica coisa que sei é que tudo isto me apanhou desprevenida e que nao estava a espera disto. Nao era suposto eu ter amigos. Era suposto eu viver comigo e apenas comigo. Mas tinha que vir Zayn para estragar tudo. Estragar a minha escura solidao, escura mas agradavel. Sim agradavel,eu gosto da solidao,gosto de estar sozinha.

"Elena" ele agarra-me no braço puxando-me para um abraço. Os seua bracos rodam as minhas costas e as minhas maos nos meus bolsos.

"Por favor Elena, tens que te lembrar." ele olha-me nos olhos. Os seus olhos brilhantes.

"Zayn e" ele interrompe-me dando-me um beijo nos labios. Ok agora foi longe de mais. Ponho as maos no seu peito afastando-o. Quando dou por mim uma mancha vermelha aparece na sua cara. Sim, eu dei-lhe uma chapada.

"Nao devias ter feito isso." digo rudemente.

"Desculpa e" interrompo-o falando.

"Eu vou me embora. Nunca mais me procures." digo as ultimas palavras pausadamente. Viro costas e caminho ate casa deixando Zayn sozinho. Ele nao tem o direito de me tocar e muito menos beijar-me. Posso ter sido rude com ele mas quem ele pensa que é para me beijar? E eu nao vou mudar quem sou por um rapaz que nem conheço. Quer dizer,pelo que ele diz conheço,mas nao conheço.

Chego a casa e subo para o meu quarto. Ligo a aparelhagem e ponho uma musica dos The Fray. A musica faz os meus pensamentos voaram, desinvadirem a minha cabeça. A musica faz-me bem.

A porta do meu quarto abre-se e Rute aparece.

"E bater?" baixo um pouco a musica.

"Eu bati, com a musica nao ouviste." diz

"Tanto faz. Precisas de alguma coisa?"

"Nós precisamos de falar." diz fechando a porta.

"Sobre o que? Não temos nada para falar."

"Temos Elena. Tu não podes ser assim para as pessoas, principalmente para as que te amam. Tens que ser mais simpática filha. Tens que deixar as pessoas aproximarem-se de ti. O que vais fazer no futuro? Vais ficar em casa a fazer nada? Não vais arranjar trabalho? Não vais criar uma família? Ter filhos? Eu preocupo-me contigo Elena. A sério que sim.

Ah e mais uma coisa. Quer tu queiras quer não eu sou a tua mãe." ela fala.

"Mas eu sou assim! Eu gosto de ser assim, cada pessoa é como é e eu sou assim! E tu não podes dizer-me o que fazer!"

"Não grites comigo!"

"Cala-te! Cala-te duma vez! Quem me dera eu tu nunca me tivesses adotado! Eu odeio-te!" em apenas poucos segundos a sua mão embate contra a minha cara deixando uma pequena marca na mesma. Levanto a minha mão, mas logo a seguir baixo-a.

"Ias-me bater?" Rute fala pausadamente. Sim eu ia-lhe bater mas não cheguei a bater. Não tive coragem. Sorte a dela. Ou azar meu.

"Já chega! Eu estou farta, farta! Eu não aguento mais." abre a porta para sair.

"O que vais fazer?" olha para trás.

"Tu vais para um colégio interno."

"Tu não podes fazer isso!" grito.

"Vais ver se não posso." desce as escadas e vai até a cozinha para pegar no telefone.

Não. Eu não posso ir para um colégio interno. Ou então posso. Estaria sozinha, ninguém me chateava, não havia Rute nem até mesmo Zayn. Talvez devesse ir. Talvez.

Desço as escadas e vou até a cozinha. Rute está ao telefone e eu tiro-lho desligando a chamada. Ela olha para mim com um ar ameaçador.

"Eu vou sozinha." subo as escadas seguindo de novo para o meu quarto. Pego numa mala do meu armário e ponho a minha roupa lá dentro. Ponho as minhas outras coisas noutra mala e desço abrindo a porta de casa para ir embora.

"Eu não sei onde é." viro-me para Rute que se encontra sentada no sofá com as mãos na cabeça. Ela levanta-se e pega nas chaves do carro saindo de casa. Entro no carro e fico a olhar para a janela enquanto a Rute entra no carro e liga o mesmo.

"Eu não queria fazer isto mas não me deste outra opção." ela diz

"É o melhor para todos." continuo a fitar a janela.

(...)

Abro a porta entrando num quarto escuro e frio. Várias camas estão espelhadas pelo mesmo e eu ponho as minhas coisas numa ao fundo do quarto. Ainda bem que não está ocupada. Talvez isto seja o melhor para todos. Até mesmo para mim. Posso estar sozinha sem ninguém a chatear-me.

Ando pelos frios corredores passando por diversos quartos. Isto é escuro, escuro e sombrio. As paredes sao pretas e as janelas fechadas deixando apenas um pouco de luz iluminar os corredores.

**

Aqui estamos nos outra vez. Nesta sala fria e escura. Os meus pulsos ja me doem devido as cordas que os predem, assim como os meus pes. O homem pega numa faca e dirige-se ao rapaz que se encontra a minha frente tambem com os pes e maos atados.

"Por favor nao o magoes." imploro. O homem aproxima-se de mim e da-me uma chapada, fazendo,assim o meu corpo cair no chao.

"Elena!" a sua voz grita por mim.

O pesadelo voltou. A tortura voltou. A unica coisa que quero é sair deste colegio e nunca mais voltar. Quero estar em paz com ele. Quero poder estar sozinha com ele. Eu so o quero a ele.

**

Todos estes pensamentos invadem a minha mente quando entro numa sala escura. Nao pode ser. Sera que o Zayn estava a dizer a verdade? Sera este o colegio onde ficamos durante 10 anos?

Aqui está mais um capítulo, espero que tenham gostado *-* Votem e comentem <3

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