2

22 2 0
                                    

Povs Madison

Já se passou uma semana desde que Johnson me chamou pra sair, e o grande dia será hoje. Na escola não encontrei ele, Gilinsky me disse que ele teve uns problemas de família. Provavelmente irá cancelar o encontro.
Na saída da escola me deparo com Johnson apoiado no meu carro, assim que chego ele abre um sorriso.
— O que você tá fazendo aqui? - pergunto
— Te esperando pro encontro.
— Mas eu achei que seria cancelado.
— Mas não foi. - ele se aproxima de mim - O Jack tá vindo pra cá com a Chloe, tudo bem se irmos no seu carro?
— Sem problemas Johnson. - sorrio sem mostrar os dentes.
— Olha quem tá vindo. - ele sorri ao ver seu amigo vindo até nos junto com Chloe. Ele me olha.- Será que eu posso dirigir? É que eu quero levar vocês em um lugar bem legal.
— Pode sim - jogo minha chave pra ele e logo entramos no carro.
Ele dirigiu por um bom tempo até que finalmente chegamos ao local. Saímos do carro, logo paro de frente ao lugar, as luzes coloridas do painel refletiam no carro e iluminava aonde estávamos.
— Bem vindos ao Sunshine! - diz Jonhson sorrindo apontando pro painel no qual estava escrito o nome com luzes coloridas e brilhantes.
— Você ama esse lugar. - ele suspira - Já cansei de vir aqui. - diz Jack entediado.
— Parece ser tão legal aqui. - digo
— É incrível, mas o Jack é muito chato pra essas coisas. - ele pega na minha mão.- Vamos entrar! - sorri simpático. Ele me puxa para dentro do local. - Ali tem o boliche, ali é tem mesa de sinuca - ele aponta-  Tem varias coisas, aonde que ir primeiro?
— Quero ir na sinuca, você me ensina a jogar? - olho pra ele sorrindo.
— Ótima escolha! - ele sorri e me guia até lá - Pega. - ele me entrega o taco, se posiciona atrás de mim e segura em minha mão - Se inclina um pouco mais. - ele orienta, sinto seu toque delicado em minha mão, sua respiração está calma e baixa, desvio meu rosto para poder olhá-lo, ele me encara com seus olhos azuis. Nossas respirações se cruzam e sua boca se aproxima da minha, rapidamente iniciamos um beijo calmo. Eu não queria ter o beijado, mas foi preciso. Assim que termina o beijo ele me olha e sorri bobo. - Vamos sair daqui. - ele
pega em minha mão e me leva até lá fora, ele puxa até um lugar próxima dali onde avia dois balanços vazios, sentamos lá, ele olha fixamente pro céu estrelado acima de nós.
— O que pensas? - olho pra ele.
— Sobre minha vida. - ele ri baixo - É mais complicada do que você pode imaginar. - naquele momento ficamos em silêncio.
— Pode me contar se quiser. - olho pra ele.
— É que... - ele suspira e olha pra baixo enquanto se balança lentamente - Eu sei que você deve saber que meu pai é empresário e é muito rico, tipo muito. - infelizmente eu já sabia de tudo isso, mas eu quero que ele me conte algo novo que possa me ajudar em minha vingança. - Hoje eu não fui pra escola por causa do meu pai, ele quer que eu entre pros negócios da família, e eu não quero fazer parte disso...
— E você já disse isso á ele?
— Não, eu tive que aceitar né, ele iria me obrigar de qualquer jeito. - ele me olha - Hoje tá sendo um dia ruim pra mim, ainda bem que você está aqui comigo Madison. - ele sorri de lado e pega em minha mão.
— Eu to aqui por você Jack, se precisar de qualquer ajuda ou precisar desabafar em relação ao sua família eu estarei aqui. - ele me abraça forte e naquele momento percebi que ele é o elo mais fraco.
— Eu sei que a gente mal se conhece mais eu já sinto que posso confiar em você. - aquelas palavras foram tão sinceras que conseguiram me atingir, porém ele é o meu único caminho para fazer parte dessa família e vingar a morte de minha mãe.
Permanecemos lá no balanço por algum tempo, o vento frio soprava no céu e entrava em sintonia com o nosso corpo quente, o silêncio dominou o local e as nossas mãos se encaixavam perfeitamente. Ao olhar pra Jack, vejo apenas um garoto jovem, com um olhar triste, parecia uma criança ingênua e perdida. Meu coração apertou naquele momento, ele era o mais inocente nessa minha história de vingança e eu estava o usando para chegar aonde queria, mas naquele noite decidi que iria fazer o possível para não o magoá-lo.

No dia seguinte estava andando pelos corredores da escola quando me deparo com Gilinsky sentado no chão sozinho. Ele estava com a cabeça encostada na parede e com os olhos fechados, sua respiração estava acelerada. Paro de frente pra ele e o olho.
— O que aconteceu Jack? - ele abre os olhos lentamente e me olha.
— Nada... - ele diz baixo.
— Me conta. - sento ao seu lado e o olho. - A Chloe fez algo?
— O problema não é com ela, é comigo.
— Como assim?
— Ela é uma ótima garota. A gente ficou mas eu não sei, ela não me quer mais... - ele abaixa a cabeça envergonhado e logo nega - Eu não acredito que to assim por causa de uma garota. - ele ri baixo mas logo fica sério.
— Ei, fica assim não, eu irei falar com ela e vou resolver isso. E vamos sair daqui, o que acha?
— Eu prefiro que você vá conversar com ela primeiro...
— Se você prefere assim. - faço uma pausa - Me espera aqui que eu já volto.
Fui atrás de Chloe, procurei no refeitório inteiro mas não achei, andei pelos corredores e fui no banheiro mas nada de achar ela. Então decidir ir na biblioteca, apesar dela nunca vir pra cá, mas logo á vejo, procurando livro em uma estante. O mais estranho é que ela odeia ler e nunca vem aqui, mas por que ela está aqui? Fui imediatamente até ela.
— Você por aqui? - digo parando de frente pra ela.
— Oi pra você também. - ela continua mexendo nos livros.
— Oi - suspiro - Agora me diz, desde quando você gosta de livros? Eu acho que eu nunca vi você em uma biblioteca.
— Eu não gosto de livros, só to aqui porque preciso de um livro pra fazer uma pesquisa de física. Se não fosse por isso eu estaria fazendo compras no shopping. - ela finalmente acha o livro e logo o coloca dentro da mochila.
— Ah sim, mas enfim, eu te procurei na escola inteira pra te perguntar o que aconteceu entre você e o Jack Gilinsky? - ela me olha sem entender.
— Do que você está falando Madison?
— Espera, vocês não brigaram ou algo do tipo?
— Não, a gente ficou aquele dia só, e ele beija super bem. - ela faz uma pausa - Mas não brigamos, a gente iria até marcar pra ficar de novo. Por que tá perguntando isso? Ele disse algo?
— Ai não, vamos atrás dele. - vou correndo atrás dele, Chloe vem logo atrás de mim. Quando chegamos lá ele não estava mais ali, já tinha ido embora.- Ele estava bem aqui...
— Por que será que ele disse isso a você? - ela me olha.
— Acho que ele estava chorando por outro motivo e tentou me enganar pra mim não saber a verdade.
— Não entendi nada do que você disse, mas mesmo assim, precisamos encontrar ele.
Gilinsky mentiu pra mim, mas por que fez isso? O que ele tem a esconder? O que faria o "grande" capitão do time de basquete chorar? Ele não me parece o tipo que chora pelos corredores, não importa o que seja, eu irei descobrir.

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora