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Povs Madison

Faz uma semana desde que Jack Gilinsky havia mentido pra mim, faz uma semana que ele não vai à escola, que não conversa com Johnson, que não procura Chloe.
Em silêncio estávamos no quarto de Jack Johnson, Chloe está olhando pela janela imaginado que Gilinsky pode chegar a qualquer momento, Johnson está sentado em sua cama observando um porta retrato do qual tem uma foto sua e de Jack crianças. Já eu estou apoiada em sua escrivaninha brincando com meus dedos e fitando o chão. O silêncio e o medo tomou conta daquele lugar em que estávamos, todos aguardando uma mensagem ou uma ligação, talvez uma notícia de sua família ou da polícia, não sabíamos o que havia acontecido.
— Jack, será que a gente pode conversar? - olho pra ele.
— Claro... - ele se levanta e olha pra Chloe. - Pode ficar aqui Chloe, eu vou levar a Mad pra conversar em outro lugar tá? - ela concorda com a cabeça e nós dois saímos do quarto. Ele me levou até uma sala, que na qual parecia um escritório.
— Esse é o escritório do seu pai? - olho pra ele.
— Não, isso não chega nem perto do dele. - ele solta uma risada baixa- Esse é o meu, ele me fez fazer isso. Mas como você pode ver esta todo bagunçado. - ele faz uma pausa - Enfim, me diga sobre o que quer conversar.
— Tem certeza que o Gilinsky não tentou falar com você? - o encaro mas logo ele desvia o olhar e se aproxima da janela. - Me responde Jack.
— Calma Madison. Não precisa ficar desesperada.
— Não estou desesperada, estou muito calma por sinal. Mas a minha amiga não está, você por acaso viu o estado dela?! Prestou atenção em como ela está?! - me aproximo de Jack e ele volta a me olhar.
— Eu percebi, mas eu realmente não sei.
— Você não parece preocupado.
— Eu acho que ele só queria um tempo sozinho, eu conheço o Gilinsky há anos, eu sei que não aconteceu nada grave.
— Tá bom, já que você acredita nisso pode ficar aí. Porque eu não fico mais um segundo aqui. - dou as costas e saio andando mas ele me puxa pelo braço.
— Madison espera.
— Fala Jack. O que você quer? Por acaso quer que eu fique aqui sentada esperando algo de ruim acontecer? Eu só achei que você se importasse mais com o seu melhor amigo. - ele solta meu braço e eu simplesmente saio e vou atrás de Chloe. Entro no quarto e a olho - Vamos Chloe, não vamos ficar aqui!
— Que? Mas por que? - ela me olha sem entender.
— Chloe vamos agora. Por favor... - olha pra ela.
— Me conta o porque quer ir embora. - ela se aproxima de mim.
— Ta bom. - reviro os olhos e olho pra trás na intenção de descobrir se Johnson estava atrás de nós ou não, e ele não estava.
— Fala logo Mad.
— O Jack está mentindo pra gente sobre o... - sou interrompida por uma voz desconhecida.
— Mentiras e mais mentiras. Parece que o Jack nunca sabe dizer a verdade. - olho pra trás e me deparo com uma mulher alta, elegante, loira dos olhos azuis, ela nos encara e sorri sínico. - Não se assuste garotas, não sou nenhum monstro pra vocês me olharem com essa cara. Na verdade, eu que deveria olhar assim para vocês, porque vocês estão na minha casa e eu não faço a mínima ideia de quem sejam. - ela nos olha de cima a baixo.
— A gente já estava de saída. - diz Chloe um pouco nervosa.
Naquele momento eu congelei, não conseguia dizer nada, essa mulher não sabia quem eu era, mas eu já a conheço a muito tempo. Jennifer Johnson, uma das mulheres mais ricas de Los Angeles, egoísta e manipuladora, ela ajuda seu marido na empresa. Lembro do dia que ela foi falar com a minha mãe, sempre com um sorriso sínico no rosto. Agora minha mãe está enterrada e ela bem viva na minha frente.
— Ja estamos indo senhora Johnson. Não queremos incomodar. - digo calma
— Mãe?! - diz Jack surgindo do corredor. - Você não me disse que voltaria só semana que vem?
— Mudanças de plano. Agora vá se arrumar, temos uma reunião daqui a pouco. - ela nem olha pro próprio filho direito e já sai andando.
Pego na mão de Chloe e puxo ela até chegarmos a porta principal da casa, já estávamos saindo quando Johnson aparece.
— Madison! - ele me olha. - Não vai embora assim.
— Eu vou te esperar lá fora. - diz Chloe me olhando e logo abre a porta e sai.
— O que você quer Jack?
— Isso. - ele se aproxima e me beija, mas logo separo.
— Jack... - digo baixo.
— Eu realmente não sei nada sobre o Gilinsky, mas se eu souber de qualquer coisa eu aviso.
— Tá bom... preciso ir, parece que você tem uma reunião. - digo olhando pra ele.
— Infelizmente sim.
— Não diga isso, você vai gostar. - sorrio de lado.
— Você sabe que eu odeio isso, não quero fazer parte da empresa.
— Mas você precisa Jack. E eu estarei aqui com você. - ele sorri quando digo isso e logo me abraça. Quando olho pra cima posso ver a mãe dele nos observando da escada. - Tchau. - sorrio e dou um selinho nele.

Me lembro de á 2 horas atrás ter visto uma foto no quarto de Jack, no qual ele estava abraçado com Gilinsky. Na foto eles estavam na praia, e dava pra notar onde era essa praia, do lado leste de Los Angeles. Por fim decido ir até lá, estou parada na areia observando o mar, o dia estava nublado e o vento frio balança meu cabelo.
— Eu sinto sua falta mãe... - digo olhando pro mar e sorrio fraco ao lembrar dela. Mas assim que desvio o olhar vejo uma lanchonete um pouco longe da onde estou, observo a foto que peguei escondido das coisas de Jack, e naquela foto dava pra ver essa tal lanchonete atrás. Entro lá e vou direto ao caixa. - Olá, você poderia me dar uma informação? - digo pra moça que estava no caixa
— Oi, claro. - ela sorri simpática.
— Você viu esse garoto por aqui? - pego meu celular e mostro uma foto atual de Jack Gilinsky. - É que ele é o meu namorado... a gente brigou e depois disso ele sumiu, talvez ele possa ter passado por aqui.
— Ele é capitão do time de basquete né?!
— Sim, como você sabe?
— Ele estava com o casaco igual ao dos garotos do basquete usam. Ele passou aqui sim, faz 1 hora eu acho. - ela me olha.
— Ele estava sozinho?
— Não. Estava com um garoto loiro e magro.
— Ok. Muito obrigada pela informação Megan. - leio o nome que estava em seu crachá e sorrio, logo saio dali e percebo que já esta de noite.
Estava caminhando pela cidade, já estava quase em casa quando meu celular vibra. Havia chegado uma mensagem escrita " Você não pode ficar em nosso apartamento, vai ter que morar na nossa casa que fica perto da escola e de sua amiga Chloe. Até mais maninha." . Faz 8 meses que eu não vejo meu irmão, e do nada ele chega e me expulsa do nosso apartamento e quer me colocar naquela casa que um dia chamei de lar. Quando cheguei na minha antiga casa a chave reserva ainda estava no mesmo lugar, escondida embaixo do tapete, demorei um bom tempo para entrar porque aquela casa trazia todos os meus sentimentos à tona, criei coragem e quando entrei me deparo com minhas malas no chão da sala de estar, os móveis estavam no mesmo lugar só que dessa vez empoeirados. Subi as escadas e andei lentamente até meu antigo quarto, a cor rosa do quarto já não combina mais comigo, os móveis ainda de criança e meus brinquedos no mesmo lugar em que deixei, me sentei no chão ao lado do criado-mudo e observei a foto no porta retrato, eu criança e a minha mãe ao meu lado. Fiquei ali sentada chorando escondida como se fosse uma criança perdida e com medo.
Mas já do outro lado da cidade Johnson estava com um sorriso falso no rosto enquanto conversava com um grande empresário que sua mãe havia convidado para jantar em sua mansão, sua família parecia perfeita, eram como se fossem belas esculturas de gelo, bonitas mas quebram fácil.
Chloe sentada em sua varanda, estava pensativa e confusa, ficava se perguntando a cada segundo porque Jack Gilinsky havia a deixou. Pensando porque todos os homens que entraram em sua vida á deixaram. Assim como seu pai que havia a abandonado desde criança porque faz parte de uma gangue e tem envolvimento com tráfico.
Jack Gilinsky estava na praia observando o mar e pensando se voltava para casa ou se continuava fugindo. O outono estava acabando e o baile de inverno estava se aproximando, ele estava confuso, não sabia o que decidir. O garoto queria fugir de sua família e não de seus amigos, ele faria a coisa certa se voltasse? Ou só pioraria a situação em sua casa? Depois de um bom tempo pensando ele finalmente se decidiu, iria voltar, mas fingiria que nada aconteceu, simplesmente inventaria uma desculpa qualquer e tudo voltaria ao normal.
Cada dia que passa a grande cidade de Los Angeles ficava mais sombria e cinza, e algo ruim esta preste a chegar à cidade.

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