Capítulo 2

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Amy

No dia seguinte acordei cedo – precisava procurar um emprego – minhas economias não durariam por muito tempo. Fiquei pensando em Rose e o quanto ela me fazia falta. Sentia até de quando ela me irritava.

Acabei sorrindo com esse pensamento.

Noite passada havia pegado o telefone inúmeras vezes, afim de ligar para ela. Mas tinha medo do que poderia acontecer. E hoje acordei decidida a ligar para ela, não aguentava mais esperar. Peguei o telefone mais uma vez e disquei seu número.

Não atende.

Não atende.

Não atende.

Não atende.

— Alo — disse Rose com uma voz sonolenta. 

— Rose, sou eu — falei

— Lou... é você mesmo? — Perguntou e senti as lágrimas escorrendo. — Não acredito, porque demorou a ligar? Não sabe o quanto fiquei preocupada.

Sorri.

— Eu estou bem...— suspirei — como você esta? Ele apareceu ai?

— Eu estou indo... com um pouco de saudades, mas to bem. — ela disse, e eu também sentia muita falta dela. —E você, como esta? — perguntou nervosa e eu senti que ela me escondia algo.

— Eu estou bem — falei — Mas você ainda não me respondeu.

— Que bom que está bem. Fez novas amizades? perguntou

— Rose...— suspirei — o que aconteceu? 

— Desculpa Amy, mas preciso ir. — disse e desligou sem me dá tempo de responder.

Estranho.

Eu sabia que alguma coisa havia acontecido.

Não fazia muito sentido ela desligar assim.

Estava sentada tomando meu café e tentando pensar o que poderia ter acontecido com Rose. Sai dos meus pensamentos quando ouvi a campainha tocando.

Quem será agora?

Comecei a andar até a porta e suspirei antes de abrir. Sorri quando vi quem estava ali.

— Amy — disse Julia, como sempre alegre — espero não está atrapalhando.

— Não está, na verdade estava sem fazer nada — falei e ela sorriu.

— Que bom então, hoje irei te mostrar a cidade — falou alegre.

— O que? Não precisa Julia.

— Claro que precisa, para de ser chata.

Sorri e concordei, afinal, eu não conhecia nada ali. Já estávamos indo em direção ao seu carro quando Julia atendeu ao telefone. Ela começou a conversar com alguém e parei de ouvi - lá, pensando em como Rose estava esquisita.

— Amy? — Chamou Julia e eu a olhei — Me desculpa, mas eu preciso resolver um problema. Mas não se preocupe, você terá seu guia — falou mais alegre, o que me assustava um pouco.

O que será que ela queria dizer com "você terá seu guia"?

— Oi maninha — disse uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar. O olhei e ele estava ainda mais bonito do que a última vez. — Amy — eu o olhei e sorri, ganhando um sorriso de volta.

Que sorriso.

— Já está entregue Amy, se divirtam — disse e saiu apressada.

— Vamos então? — perguntou Dylan e eu concordei.

***

Cheguei em casa no final da tarde, Dylan tinha me mostrado boa parte da cidade, e confesso que era tudo muito lindo. E ele como sempre um cavalheiro, me levou até a porta. Sorri com aquele simples gesto. Ele era diferente. E disso eu tinha medo.

— Obrigada Dylan — o agradeci e ganhei um sorriso em troca. — Eu vou entrar — disse.

— Espera...— falou um pouco rápido. — Eu vou a um jantar amanhã e gostaria.... — Suspirou antes de continuar — é, eu gostaria que fosse comigo — disse por fim.

Ele queria me levar a um jantar?

Tá certo que teria outras pessoas.

Mas ele queria que eu fosse com ele.

Eu.

— Eu adoraria — disse e me arrependi. O que estava fazendo ? Isso era errado.

— Certo. Te busco as oito? — disse e eu concordei. — Então combinado, agora preciso ir — disse olhando seu relógio. Ele se aproximou e disse — Até amanhã Amy — e beijou meu rosto, o que fez eu me estremecer inteira.

— Até amanhã — falei depois de me recuperar. Ele foi embora e eu entrei em casa. Será que era tão errado eu querer ser feliz?

Parei de pensar nisso e comecei a fazer algo para comer. Era tão triste comer sozinha. Terminei de comer e coloquei a louça na pia e fui deitar.

Precisava conversar com alguém.

Então peguei o telefone e liguei para Rose. Chamou e caiu na caixa postal.

Droga!!!

Estava com um pressentimento ruim.

Comecei a pensar na família de Dylan, eles pareciam tão felizes. Eu estava fazendo o que prometi a mim mesma que não faria.

Estava me apegando.

Eu tinha medo. Oliver era uma homem cruel, e se eu fizesse amigos, ele iria me atingir com eles. Tinha receio de ele conseguir me achar ali.

Dylan.

Ele era tão diferente do Oliver. Porque eu o estava comparando ?

Eu não posso me apaixonar.

Não agora.

Não por ele.

Coloquei um filme para assistir – mas confesso – não estava prestando atenção em nada daquele filme. Fiquei pensando no jantar com o Dylan.

Eu sei que não seria somente com ele, e teriam várias outras pessoas lá. Mas estava ansiosa. Na verdade, parecia mais uma adolescente boba.

Sorri.

Continuei com meus pensamentos até me entregar ao sono.








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