Enquanto Carlos, deslumbrado com o espetáculo espacial, beijava apaixonadamente sua companheira, obrigando sua I.A. de monitoramento de sinais vitais a alerta-lo quanto ao aumento dos batimentos cardíacos, um estrondo abafado reverberou pela atmosfera límpida, assustando o casal apaixonado e cheio de planos.
Olhando pela janela do apartamento simples do 11.111º andar, do edifício próximo ao centro comercial mais importante do Sistema, o coração de Carlos acelerou ainda mais, acionando o sistema de aplicação de medicamentos da I.A. A sensação indesejada de que algo gigantesco, fora de controle, estava vindo em sua direção em velocidade de dobra espacial, com a única intenção de destruir seus sonhos.
Ele olhava fixamente nos olhos daquela terráquea que o fez apaixonar-se como nunca havia acontecido em seus 146 anos. Já havia se relacionado com terráqueas, marcianas, jupterianas e com muitas I.A. afetivas, mas aquela terráquea o pegou de jeito e Carlos sentia-se completo.
Mas algo fora de controle, e que não era o amor, estava acontecendo. Era como se a Lua caísse na Terra, atravessando o céu, em chamas, fazendo a cidade tremer. Uma explosão de proporções exageradas ocorreu não muito longe deles e os sensores da I.A. doméstica dispararam o sistema integrado de proteção contra catástrofes.
Antes que a bolha de proteção nível 1 fosse acionada, Carlos viu refletido nos belos olhos castanhos de sua companheira o cogumelo gigante escalando a noite de festa e um tsunami em chamas engolindo São Paulo, a capital do Planeta Terra.
Apenas uma frase teve tempo de sair de sua boca:
— Amor, eu te amo!
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FELIZ 3.018, TERRÁQUEO
Science FictionUma space opera de ano novo, onde sonhos são destruídos e desejos por poder saciados. Sem respeito algum por um Sistema habitado, desenvolvido e soberano, duas potências bélicas hostis travam uma batalha isolada em busca de poder. Sonhos acabam e a...