c a p i t u l o 3

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No momento em que disse seu nome, os policiais entraram em ação e o encheram de perguntas. Perguntaram sobre tudo, cada detalhe e com dor por ter que reviver aqueles momentos através das palavras, o garoto respondeu as perguntas entre lágrimas, enquanto segurava firmemente a mão de Seokjin, que ouvia tudo que ele havia passado, com horror.

Assim que descreveu o que se lembrava, do pouco que havia visto através da pequena janela do quarto, os policiais enviaram imediatamente uma equipe de busca. Tendo feito todas as perguntas necessárias, todos os homens fardados presentes no quarto se retiraram. Taehyung não teve muito tempo para se recompor, após a saída dos policiais, logo em seguida a equipe médica entrou no quarto, solicitando alguns exames, que logo foram feitos.

O garoto sentia toda a tensão das últimas horas acumuladas em seu corpo. Estar rodeado de estranhos o assustava. Passara sete anos da sua vida trancado em um quarto minúsculo, sem sequer ser capaz de ver o céu. O mais próximo que chegou do mundo exterior foi a vez em que escalou até a janela. Ser capaz de ver alguém, além das duas únicas pessoas que passou praticamente sua vida inteira vendo... era surreal. Taehyung amava a sensação de estar livre, mas a liberdade o deixava desconfiado, preocupado e apavorado. Seus ossos doíam, seus músculos estavam rígidos e a dor dos machucados em sua pele gritava toda vez que ele se mexia. Estava cansado, esgotado, mas não conseguia relaxar.

De volta ao quarto, após a realização de todos os exames solicitados, Taehyung se ajustou contra os travesseiros, sob o olhar de Seokjin, que o observava sem acreditar por tudo que havia ouvido mais cedo. Silenciosamente ele encostou a testa contra a estrutura da maca, onde Taehyung estava deitado, passando a chorar. Seu choro aumentou assim que sentiu a mão do garoto repousar em seu ombro.

Como ele conseguia ter compaixão, após tudo aquilo? Seokjin nunca saberia responder essa pergunta.

-Não chore, por favor - segurou sua mão.

-Desculpe - fungou se erguendo e enxugando o rosto. - Deve ter sido horrivel passar por tudo isso, foi tão cruel. Sete anos.

-Sete anos - suspirou. - Em algum momento eu perdi as contas de quanto tempo realmente havia passado, então só parei de contar - sorriu, sem realmente achar graça da situação.

-Você tinha quantos anos quando... - não teve coragem de completar a pergunta, não queria ser insensivel ou indelicado, era notório como estava sendo difícil para ele.

-Doze. Quantos anos tem, Seokjin? - perguntou enquanto brincava com os próprios dedos.

-Vinte e cinco.

-Você é mais velho que eu - ele disse com um leve sorriso sincero nos lábios, então olhou para o rapaz ao seu lado, antes de falar. - Jin - Seokjin esperou que continuasse. - Quando eu sair daqui, por favor, não se afaste. Eu não sei como vai ser, mas eu sei que não vai ser facil confiar nas pessoas. Eu estou com medo de todos que entram e saem desse quarto e do que pode me esperar lá fora. Eu estou me sentindo tão inseguro, estou assustado.

-Não se preocupe, Tae. Não vou me afastar, eu vou cuidar de você, eu prometo - segurou a mão de Taehyung e sorriu para o garoto.

Batidas frenéticas na porta puderam ser ouvidas, mas não tiveram a mínima importância. Continuou com o que estava fazendo, ouvindo os gemidos escandalosos da garota que estava sob seu corpo. As batidas voltaram mais fortes, mas continuou ignorando, investindo mais rapido contra a garota loira.

-Abre a porra da porta! - ouviu uma voz conhecida e se irritou, se afastando da colega de classe, que resmungou, e foi até a porta, furioso por ter sido interrompido. As batidas contra a madeira voltaram, agora em um ritmo mais frenético, o que fez o garoto revirar os olhos.

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⏰ Última atualização: May 03, 2022 ⏰

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The Other Side Of Life (kth + jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora