Não tenho medo, nem esperança de morrer. Contudo não posso continuar assim! Tenho que me lembrar de respirar, de manter o meu coração a bater! A luta tem sido longa e desejo tanto que acabe em breve!"
📖O Morro dos Ventos
Uivantes - Emily BrontëSentada na cama,em uma casa alugada de um cômodo só,cercada por paredes cor amarelo desbotado,e uma árvore de natal pequena montada em um canto que ganhei a três anos da minha avó,com luzes piscando alegremente em volta
dela,
Abaixo os olhos e uma lágrima cai nas costas da minha mão,ela brilha como se valesse alguma coisa,mas eu sei que não passa de fluido lacrimal que é um líquido composto de água, sais minerais, proteínas e gordura, produzido pelas glândulas lacrimais,nada mais que isso,mas que muitas vezes é preciso deixar sair para aliviar as marcas que as pessoas deixam no coração. Sejam elas boas ou más,bonitas ou horriveis.O que levo no peito é a marca da traição. Um namoro que pensei que se tornaria um casamento longo e feliz.
Eu amei,eu me dediquei,me esforcei,mas nada do que fiz foi o suficiente para não ser corna.
Eu acreditava ser amada como eu amava.
Quem ja foi traido,sabe como me senti e ainda me sinto.
Ergo a cabeça para olhar Olga,meu peixe dourado que está parado no fundo do aquário me encarando,como se soubesse como eu me sentia,ou indignado por eu ainda não ter lhe dado o café da manhã.
Minha "casa" Tem uma cama de solteiro,uma cômoda com o aquário de Olga,uma pia ao lado,um fogão e um banheiro.
Tem dias que acordo querendo sumir,esquecer todas as coisas ruins que me aconteceu,se ao menos eu pudesse ter escolhido nascer ou não nascer!
Dou um suspiro cansado e volto a me deitar,me enrolo como uma bola debaixo da coberta,fecho os olhos e deixo as lágrimas escorrer.
Mas então me lembro que preciso levantar,arrumar o cabelo,escovar os dentes e me arrastar até o super mercado menck,onde sou operadora de caixa.
Faço um esforço sobre humano para me levantar e depois de ficar apresentável,e dar a ração de Olga caminho a passos curtos até o trabalho.
- Preciso te contar uma
coisa - Diz Dione,me olhando como se algo muito errado tivesse acontecido.- O que foi? - Pergunto sentindo o coração disparado,o estomago revira e sinto vontade de ir ao banheiro.
- Ayla,eu sei que foi totalmente errado,estou muito arrependido.
Vejo pesar nos olhos dele,ouço arrependimento em sua voz.
- Por favor,fala logo o que houve. - Peço incapaz de fazer minha voz sair estável.
- Simone,uma ex namorada,me procurou,apareceu na minha casa,disse que estava com saudades,que foi um erro ter terminado comigo. E aconteceu.
- O que aconteceu Dione?
- Fui pra cama com ela.
Essas palavras fizeram o meu mundo cair,foi como uma avalanche,um tornado.
Meu coração se partiu em milhões de pedacinhos incapazes de ser refeitos.
Meus olhos se encheram de lágrimas estantaneamente.
Eu não queria acreditar. Eu queria que fosse uma pegadinha,uma brincadeira idiota.
- Você...O que dididisse? - Gaguechei.
- Eu te trai Ayla. Eu sei,fui fraco e idiota,eu me errependo.
Disse estendendo a mão para me tocar,seus
olhos também com lágrimas.Me desvencilhei e sai correndo.
Abri a porta de casa e corri para o quarto,deixando a voz da minha mãe que me perguntava o que houve para tras.
Eu queria ficar só,só queria chorar dentro das paredes do meu quarto.
Eu só queria morrer.
Vou direto para o banheiro dentro do quarto,abro a gaveta da pia e tiro uma pinça de lá de dentro.
Com o rosto banhado em lágrimas passo a pinça no ombro,a deslizo até o cotovelo,sentindo a ponta cortando minha pele.- Terra chamando Ayla- Diz Pamela estralando os dedos na frente do meu rosto.
Eu ja estava em frente ao supermercado,não vi como mas cheguei até la.
Pamela era a outra operadora de caixa. Tinha metade do cabelo pintado de preto e a outra metade de loiro. Sempre com unhas pretas. Usava uma correntinha no pescoço com um pingente de cachorro,as vezes aparecia com uma camiseta com uma foto de um cachorro branco com manchas marrom imprimida na camiseta.
- Está tudo bem? - Perguntou ao ver lágrimas escorrendo dos meus olhos.
- Tudo ótimo - Respondi passando as mãos pelo rosto,e fingindo que aquilo não era lágrimas.
Forcei um sorriso e me preparei para começar o dia de trabalho.
Quando o dia terminou,Pamela me convidou para ir a uma danceteria.
Trabalhava a apenas quatro meses no supermercado e nunca tinha parado para realmente conversar com Pamela. Aceitei o convite.
Fui para casa tomar um banho e trocar de roupa.
A encontrei em frente a padaria pão bom. Ela dirigia um corsa Sedan preto. Vestia jaqueta e calça de couro preta,uma camiseta azul marinho com a imagem do cachorro,o mesmo cachorro de sempre,a maquiagem escura realçando seus olhos azuis,e um batom vermelho sangue.
- Pronta para a noitada? - Perguntou sorrindo.
Assenti pensando no dia seguinte,em que teriamos que estar cedo no trabalho.
Ela dirigía como se tivesse pesos nos pés. Estavamos voando.
O lugar estava iluminado por luzes coloridas,pessoas dançando e pessoas nas mesas.
- Vou pegar uma bebida - Disse Pamela me deixando sozinha em uma mesa.
Voltou cerca de dez minutos depois acompanhada por um rapaz.
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Ayla luz da lua
Romance"A vida é cheia de surpresas,quando pensamos que chegamos no fim da estrada ela faz uma curva e continua,até chegarmos ao lugar que de fato pertencemos." Ayla,uma garota completamente apaixonada pelo seu namorado,que um dia vê seu mundo desmoronar e...