Capítulo 5

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Enquanto estou andando em sua direção acabo me perdendo em seu olhar, que está fixo em mim.
Ele tem um olhar tão misterioso e que transparece estar muito seguro de si. Tento me desviar de seu olhar mais não consigo.
Ele me analisa de cima a baixo, claro que não com um olhar de " quero te comer", mas sim com um olhar de " estou interessado em você ".
Isso me alegra, já que todos os garotos que conheci, só estavam à procura de sexo. Para o azar deles eles escolheram a pessoa errada.
Sim, tenho 17 anos e sou virgem.
Embora eu não ache que isso seja algo ruim, no século XXI eu meio que estou bem longe das jovens da minha idade.
Logo farei 18 anos. Mas não tenho pressa quanto à perder minha virgindade. Calma, eu não sou do tipo que só o fará depois de um casamento.
Mas no mínimo eu tenho que confiar muito no meu parceiro. Hoje, acho que é uma missão um tanto difícil.
Quando chego próximo ao carro, ele abre a porta e me entende a mão. Como se fosse um chofer.
Eu entro e seguimos viajem até um café bem conhecido na cidade. Na chegada ele mais uma vez se faz de "chofer" e abre a porta para mim.
- Você é sempre cavalheiro assim ou só quer causar boa impressão? - Digo num tom sarcástico.
- As vezes temos que impressionar não é mesmo?
Ele me surpreendeu com a resposta, então não lhe digo nada. Apenas sigo para a entrada do café.
- Olá, boa noite casal! - Diz um moço que fica na porta, para dar boas vindas aos clientes.
- Não somos um casal. - Respondo um pouco envergonhada.
- Me desculpe pela indiscrição. - Ele pega na minha mão e a beija com suavidade.
- Não foi nada.
- Vocês tem alguma mesa reservada?
- Temos sim. - Responde Benjamin. Ele reservou uma mesa? Como ele poderia ter tanta certeza de que sairíamos hoje? - Benjamin Noah Constantin.
- Me sigam por aqui. - E nos leva até uma mesa muito bem escolhida. O lugar é muito acolhedor, então qualquer meda seria ótima. Ficamos em uma mesa que tem uma vista muito boa para a lua que já se mostra linda. - O cardápio, quando souberem o que querem e só me chamar. - Ele sai e ficamos os dois olhando para o menu.
- Então já sabe o que vai escolher? - Me pergunta Benjamin.
- Acho que vou pedir um Capuccino com amaretto e chantilly. E você?
- Boa escolha. Eu só vou querer um café simples mesmo.
Benjamin chama o garçom e faz os nossos pedidos. Quando ele sai, logo eu pergunto.
- Você já havia feito a reserva Sr. Benjamin Noah Constantin, como sabia que iríamos sair hoje?
- Ah... eu prevejo o futuro. - E me dá um sorriso encantador. Eu lhe retribuo com um sorriso.
- Mais me diz sobre você, ontem à noite não conversamos, já que estava muito ocupada dançando.
- Que vergonha, eu devo ter passado muito mico.
- Que nada, você estava linda ou melhor você é linda. - Esse homem sabe o que dizer para uma moça como eu ficar envergonha. Claro não digo nada e nem agradeço pelo elogio. Até porque acho que qualquer mulher ao lado deste homem acaba ficando sem palavras. - Então vamos me diga, você é daqui mesmo?
- Ah sim. Hãann, eu moro aqui desde que me conheço por gente. Moro com a minha mãe e meu pai e não tenho irmãos, sou filha única.
- Temos algo em comum, também sou filho único. O que eles fazem?
- Minha mãe no momento é dona de casa e meu pai é policial.
Sinto o estremecer um pouco, mas ele não deixa o seu desconforto quanto a estas informações transparecer por muito tempo.
- Disse que tem 17 anos, mas você me parece madura demais para a sua idade.
- Ah sim, eu sempre fui muito responsável. Acho que por isso acabo aparentando ter mais idade do que eu realmente tenho. Logo farei 18. Mas e você quantos anos tem?
- 19
- 19? Você é mais novo do que eu imaginava.
- Então quer dizer que esteve pensando em mim? - Diz ele com um olhar curioso.
- Não teve como não pensar, Luci só fala em você e na escola você é a sensação do momento.
- Oi? Eu sensação do momento? - E cai na gargalhada. - O que Luci tanto falava?
- Ah, nada de mais. - Não digo nada para que ele não se ache o gostosão. Embora ele seja. - Só que nunca tinha te visto por aqui e que talvez você tenha gostado de mim. - Não era para mim ter dito isso.
- E ela está certa. - Ele se aproxima de mim, mas neste momento, claro, o garçom trás os nossos pedidos. E acaba nos atrapalhando, droga!
- Com licença, Capuccino com amaretto e chantilly. Café expresso.
Ele deixa os nossos pedidos na mesa e sai.
- Então tem algo que precisa saber sobre mim. Eu odeio que me chamem de Benjamin, apenas me chame de Ben.
- Ok, Ben!
Ficamos por ali jogando conversa fora. Ele me diz que trabalhava como administrador na empresa de seus pais, antes deles faleceram.
Depois de seus pais morrerem a empresa acabou falindo e ele preferiu ir embora.
Disse que escolheu SP porque aqui ele teria mais oportunidades e também por ser longe de onde ele vinha.
Queria reconstruir a sua vida por aqui e quem sabe voltar para a sua cidade natal quando tudo estivesse bem.
Também disse coisas sobre mim.
Até que decidimos ir embora já que teríamos que ir à escola. Ele me deixa na porta de casa.
- Espero que isso se repita.
- Eu também.
Antes de ir ele me passa o seu telefone e pede para que eu anote o meu número na sua agenda e eu o faço.
Ele se despede com um beijo no rosto e vai embora.
Não acredito que ele quer me ver de novo e de quebra ainda pediu o meu número. Fico ali por um instante observando o carro dele seguir na direção contrária à sua casa. Até que some e eu fico com um sorriso de orelha à orelha de tão feliz que estou.

Na escola eu o procuro por todos os lados, mas pelo visto ele não veio e nem virá.
- Procura alguém? - Me pergunta Yasmim.
- Não, só estou um pouco distraída.
- Sei. Você também notou a falta de Benjamin. Você com essa cara de sonsa não deixa lhe passar nada né?
- Que isso Yasmim, não fico reparando quem falta ou deixa de faltar. Tenho mais o que fazer da vida. - E saio, deixando que ela fale sozinha.
Para a minha alegria hoje não tivemos a última aula e acabamos saindo mais cedo.
Chego em casa, meus pais já estão dormindo e como estou bem cansada nem vou para o banho, deito na cama e apago.

Nas Mãos De Um FugitivoOnde histórias criam vida. Descubra agora