➵The Pumbler

※Eu não cobro pelo serviço se você...※

— Jungkook, ele pode vim a qualquer hora, vê se não dorme. E lembre-se...

— Mostrar para ele que o problema é os canos da pia da cozinha. — Completei a frase de meu pai em um suspiro exausto, fitando-o seriamente. Peguei meu cachorro no colo, depositando um beijo no topo de sua cabeça, entre suas orelhinhas felpudas. — Sim, já entendi, e o Peek também entendeu. Você disso isso um milhão de vezes. — Falei. Meu cachorro me olhou confuso ao falar seu nome, mas era de costume, ele não entende o que eu digo.

— Você é um cabeça de vento, se eu não falar, você esquece. — Revirei os olhos, indo com ele até a porta de entrada, vendo-o sair pela mesma. — Até mais filho, eu volto logo, e o dinheiro está...

— Está no seu guarda-roupa. Eu sei, papai. -— Assentimos juntos, e mais uma vez, suspirei. — Até mais, papai. — Deixei Peek no chão, acenando para meu pai logo em seguida, vendo-o entrar em seu carro rumo ao trabalho.

— Até, filho. — E então, tranquei a porta.

Eu estava com sono.

Eram dez da manhã. Meu pai me acordou para falar o que já falou a semana inteira, que o encanador chegaria a qualquer momento. Não tinha coisa pior. Para falar a verdade, tinha sim: a louça em cima da pia. Já que não dava para lavá-la graças aos canos entupidos, ela estava acumulando cada vez mais.

Mas advinha quem vai lavar tudo depois?

Risos.

Mas cortando estes fatos entediantes, eu botei em mente que apenas iria tomar um banho relaxante e iria esperar esse cara chegar. Provavelmente ele vai ser um gordo barbudo com cheiro de cigarro que mal vai caber no macacão que veste, e também, não acho que ele vá chegar aqui tão cedo.

Separei minhas roupas fora do box, adentrando o cubículo já ligando o registro, notando um jato muito forte de água vindo na minha cara. Isso era mais uma coisa para se reclamar: o chuveiro está forte demais. Terminei meu banho rapidamente, olhando envolta; o banheiro estava ensopado graças ao chuveiro que simplesmente resolveu quebrar. Eu estava molhado, mas como ironia do destino, a campainha tocou. Como de costume, meu cachorro passou a latir e eu já sabia que deveria ser o encanador, pois meu pai tem a chave de casa e Peek não iria latir tanto assim. Eu não tinha tempo nem para me vestir, nem de secar o banheiro, e eu só pensava no tamanho da bronca que levaria do meu pai por molhar o banheiro todo.

Que tipo de encanador chega no horário? E eu só tinha ficado trinta segundos naquele bendito banho, nem dava tempo de me vestir. Droga!

Com uma carranca pendente no rosto, me cobri com a toalha e sai do box sem me importar se estava molhando a casa ou não, indo em rumo à sala. Afastei meu cachorro da porta assim que cheguei perto da mesma, abrindo-a já pronto para reclamar:

- Olha, seu... - Me calei quando botei os olhos no homem que estava em minha frente.

O sorriso brilhante me cegou completamente. Meus olhos foram desde seu sorriso até seu corpo em questão de segundos, e após isso, o encarei com vergonha, sem nem lembrar que estava sem roupas e apenas de toalha na frente de um estranho.

Ele possuía um macacão azul-escuro que era aberto até metade de seu peito - desnudo, levando a concluir que ele não usava uma camisa, e fora isso, dava para ver o cordão de prata jogado harmoniosamente sobre seu peito. Ele era levemente musculoso, tinha ombros largos, cabelos ruivos, pele morena e covinhas nas bochechas redondinhas.

— Posso entrar? Está quente aqui fora. — Falou num tom brincalhão, rindo minimamente. Na primeira vez que ouvi sua voz, foi um tiro; nunca tinha ouvido algo tão rouco soar perfeitamente com a aparência, fora isso, ele tinha lá seu tom sexy naquele sorriso.