Capitulo 02

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Josh beauchamp narrando

Eu já estava na empresa desde as seis da manhã, assinando relatórios e mais relatórios. Atendendo chamadas importantes e cancelando reuniões que não iriam me promover tanto.

Eu estava completamente cansado e além disso, uma dor de cabeça insistia em não me deixar em paz!

O único momento em que tive descanso foi quando faltavam meia hora para as dez da manhã, foi aí que pude pedir uma refeição, comê-la e depois descansar mais um pouco até as dez e quinze, quando eu teria uma reunião superimportante com os fundadores das empresas Hygt, uma empresa Holandesa muito bem sucedida e que com certeza me traria bons lucros com a nossa provável parceria.

Eu havia acabado de fechar meu notebook quando ouvi batidas na porta, olhei para televisão onde passava todas as imagens das câmeras e pude ver Diarra, recepcionista do andar quatorze.

— entre. - disse.

A mesma abriu a porta e em poucos segundos já estava em minha frente, não sei se foi impressão minha mas acho que vi ela acenar para alguém atrás dela, mas pela altura de Diarra, não tive vista para nada além dela.

— Bom dia senhor Beauchamp, Perdão por incomodar mas, devido às férias do Senhor Urrea, o senhor terá que fazer a entrevista com a garota.

Porr*! Eu tinha esquecido completamente que hoje era o dia das entrevistas com as quatro escolhidas para concorrer à vaga de faxineira da empresa. Porém, entrevista-las não era um trabalho meu, e sim do meu funcionário e melhor amigo, Noah, que estava de férias no momento então, lamento a essa garota mas ela não irá ser entrevistada, Não hoje, Não por mim!

— Eu terei que fazer? - dei ênfase.

— Se o senhor puder, Claro. - Diarra completou.

Eu percebi a presença de mais alguém ali, quando olhei para os pés de Diarra e vi uma sapatilha surrada por trás dos seus saltos altos de grife, logo tive uma má impressão da pessoa que estava querendo esse emprego, tenha dó, faxineiras não precisam ser faveladas pobres.

— Diga para essa moça que volte quando Noah estiver, eu pago a ele para isso e não tenho que fazer seu trabalho... - minha voz sumiu quando Diarra saiu de frente da garota das sapatilhas surradas e meus olhos encontraram os dela. Ela era morena, tinha olhos negros e um cabelo cacheado com bastante volume. Ela aparentava ter menos de vinte anos e suas bochechas tinham atingido um tom de vermelho tímido quando seus olhos se arregalaram e encontraram os meus.

Não sei o que houve com meus batimentos naquele momento mas, senti minha respiração falhar e meu coração ameaçar pular para fora a qualquer momento, e então, eu reconsiderei toda ideia de não entrevistar aquela menina. Eu iria a entrevistar e sem duvidas alguma ela seria minha nova funcionária.

— Pode ir Diarra, eu entrevisto a garota. - Eu disse ainda encarando a moça, que retribuía aquele olhar intenso.

Diarra saiu sem falar nada, apenas se despediu com um gesto e foi em direção à porta. A moça permaneceu me encarando e após ouvir a porta bater indicando a saída de Diarra do meu escritório, apontei para a cadeira que estava a sua frente, a mesma entendeu o que quis dizer na hora e o fez. Permanecemos nos olhando pelos próximos 30 segundos.

Seus cachos pretos brilhavam forte quando a luz do sol que invadia as janelas do meu escritório o atingia.
O jeito tímido e provocante o qual ela me olhava era extremamente apaixonante e tentador. A forma a qual vez ou outra ela mexia nos seus cachos, os colocando atrás da orelha, e depois soltando sua mão e prendendo-a na sua pequena bolsa era com certeza um sinal de que ela estava completamente tímida e que eu teria que quebrar aquele silêncio, então fiz a primeira pergunta que veio em minha mente.

— Então, qual o seu nome?

Pensei que ela iria demorar mais para responder, porém a moça foi breve:

— Any...é, Any Gabrielly, senhor.

— Esqueça o senhor. - as palavras pularam da minha boca antes mesmo de eu pensar em dizê-las.

Any me olhou um pouco confusa mas assentiu.

— Então, você tem experiência com faxina? - que tipo de pergunta é essa? Quem não sabe fazer uma faxina? Meu Deus, eu já fui melhor.

— Ô se tenho! - ela disse em um tom baixo, porém como estávamos apenas nós dois ali dentro, eu ouvi perfeitamente. - Quero dizer... sim, eu tenho. - falou arrumando sua postura na cadeira e afastando de si o semblante de lembranças passadas.

— Você já trabalhou em alguma empresa antes?

— Eu nunca trabalhei, Senhor. - ela mordeu o lábio inferior após falar a última palavra, talvez por ter lembrado que a menos de um minuto atrás eu teria pedido para esquecê-lo. — Desculpe-me.

— Eu tenho apenas vinte e três anos, não sou um senhor. - eu disse com um sorriso de lado.

Ela sorriu... E que sorriso.

— Enfim... Qual a sua idade?

— Tenho dezoito anos.

— Hum. - como imaginei -. Mora com seus pais?

— Não Senh...Não. Eu moro em uma pensão, com... Com minha filha.

— Oh, você tem uma filha?

— Sim, tenho.

— E o pai dela...Também mora nessa pensão? - eu estava mesmo perguntando sobre a vida pessoal dela?

— Somos separados. - Ela disse e seu tom de voz deixava claro que o assunto não era o mais agradável para ela. Mas para mim, isso soou como música para os meus ouvidos, ela era solteira.

— Então... O emprego é seu, Any. - estendi minha mão para que ela apertasse.

Ela me olhou e eu pude ver a confusão no seu olhar.

— Se-sério? - ela gaguejou.

— Acha que estou brincando? - continuei com a mão estendida.

— Não! - ela abriu um sorriso que alcançou seus olhos. Então ela apertou minha mão.

— Quando eu começo? - ela perguntou empolgada.

— Agora mesmo, se quiser. - vi seu olho brilhar.

— Claro! E por onde posso começar?

— Em minha casa. - então seu sorriso sumiu e mais uma vez sua expressão confusa estava ali.

— Como?

— A minha ex empregada pediu demissão a três semanas e, você se adequa perfeitamente ao porte de pessoas que permito entrar em minha casa, e trabalhar embaixo do teto onde eu descanso.

— Mas eu não tenho condições de ir todos os dias para sua casa. Quer dizer, não sei onde o senho... Você mora mas com certeza não é perto do subúrbio.

— Você não vai precisar ir e voltar todos os dias, todos os meus funcionários moram comigo.

— Eu não posso largar minha vida na pensão e ir morar com meu patrão, não posso deixar minha filha de forma alguma! Desculpe senhor, mas eu não posso trabalhar em sua casa. - ela disse.

— Eu nunca disse que você deixaria sua filha, eu a receberei de braços abertos em minha casa. - Tive a impressão de que vi um sorriso ali, mas foi apenas impressão mesmo. - E eu te pagarei quinze mil dólares mensais. - então seus olhos quase pularam para fora.

— Qui-Quinze mil dólares? - ela disse quase faltando o ar.

— Sim. - respondi.

— O senhor me dá um minuto? preciso fazer uma ligação . É só um instante, eu já lhe dou a resposta.

— Ok. - eu disse e ela foi para trás da estante de livros que havia em meu escritório. Exatos três minuto depois ela estava de volta, com um sorriso tímido.

— Eu vou. - ela disse e senti meu coração palpitar.

A primeira vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora