Prólogo

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O juíz dá início ao julgamento, convocando os presentes no tribunal do júri a examinar a causa com imparcialidade. Ele foi o primeiro a interrogar o réu e as testemunhas, além de ler o relatório do processo e expor as provas.

Antes de depor, as testemunhas ficam recolhidas em uma sala anexa, de onde não podem ouvir nada do que se fala no tribunal, nem podem conversar entre si. No tribunal estava presente a família da vítima e do réu, mais os repórteres — a defesa e a acusação pediu restrições ao juíz já que se tratava da morte de uma criança.

Nos bancos todos os envolvidos se encontravam sentados. Eliana estava com olheiras, sinal de noites mal dormidas, provavelmente tem tido pesadelos com sua filha, além do sentimento de culpa pela morte dela. Era evidente a sua péssima condição no tribunal, mas ninguém comentará, hoje apenas ouviria a testemunha que a encontrou nos destroços do carro.

Estava tremula em seu assento ao lado direito do tribunal, sua advogada mantia a calma e passava confiança para ela.

Do lado oposto do banco estava o pai de Sophia junto com sua secretária, vulgo amante, eles também estavam com o advogado da família, mas ao contrário de Eliana se mantiam calmos embora temiam o encontro com a mulher nesse tribunal.

Com grande alvoroço foi aberta passagem pelo grande tribunal para o caminhoneiro que tinha um advogado impaciente o aguardando do lado esquerdo do tribunal.

O policial que abrira a porta para ele parecia ansioso por algo, um milagre talvez, porque a sua cara de decepção ao ver o caminhoneiro atravessar a porta foi grande.

"Onde está?"

Era o que pensava, ele queria ajudar Eliana e tudo dependia de algo.

Sem tempo de questionar o julgamento começa com o juíz lendo o relato e batendo o martelo após dizer:

"Acidente de carro ocorrido no dia xxx na Rodovia Santos Drummond de Andrade.

Envolvidos: Eliana Passos Cardoso e José Antônio Bizerra;

Vítimas: 03;

Mortes: 01;

Veículos envolvidos: Chevrolet Spin de cor prata, ano 2016, dirigido por Eliana Passos Cardoso e um Scania 113 360 ano 1997 dírigido por José Antônio Bizerra.

Segundo relatos de testemunhas Eliana Passos Cardoso falava ao telefone no momento no acidente.

Teste de bafômetro mostra que José Antônio Bizerra estava alcoolizado enquanto dirigia.

E assim, retornamos ao tribunal após uma das vítimas Eliana Passos Cardoso ter se recuperado do acidente e acordado do coma para que possa ser feita sua defesa."

Ao som das acusações fez-se silêncio completo, os advogados se aproximam, arrumam suas gravatas e começam mexer em seus papéis. Os acusados ficam trêmulos, os olhos do público iam do juiz para a mãe e dá mãe para o caminhoneiro. E o policial na porta demonstrava claramente inquietação.

Porém, voltaremos a alguns meses antes de iniciar o processo...

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