Hot coffee: Olivia

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Quando vi os bolos lembrei me da minha infância nem sempre tinha sido fácil e os tempos difíceis fizeram me nunca levar tudo por garantido, mas quando vim para os Estados Unidos estudar, a minha mãe sempre que me vinha visitar trazia uns doces de lá, normalmente eram todos os bolos e doces que gostava, coisas de chocolate especialmente, ver isto fazia me feliz, ver o meu pais representado e ao mesmo tempo deixava-me triste a maneira como as coisas tinham sido com a minha família ao longo do tempo, a minha mãe continuava a ser a minha anja da guarda embora as coisas tivessem difíceis e ela não me conseguisse visitar nem eu visita-la, na minha vida familiar havia sempre problemas, desde que me lembrava, então tinha criado a minha própria família.

Acho que ele percebeu logo que eu era portuguesa.

-deixa-me adivinhar pensava que nunca mais ia ver estes doces na sua vida? -Disse ele olhando para mim.

Ri-me e fui rápida a responder:

-A minha mãe trazia-me estes.-Apontei para os brigadeiros e pasteis de nata. - Quando me vinha visitar. 

-É de que zona? Lisboeta não é? O sotaque não engana. -Disse ele olhando para mim com aquele brilho nos olhos que sabia que era a paixão pelo nosso país a falar mais alto.

-Sim, de lisboa, o senhor é do norte aposto, com um sotaque tão carregado. -Disse eu olhando para os bolos.

Continuamos a nossa conversa que se tornou quase numa batalha de lembranças e passado um bocado ele disse:

-Tu e o Alex são o que? -Perguntou ele, olhando de relance para o Alex que estava num dos bancos 

-Não sei, uma história antiga acho eu. -Disse eu olhando para o balcão para esconder a minha expressão.

-Então resolvam as coisas, sei que ele deve ter feito uma coisa muito má vê-se no olhar dele, mas vejo também arrependimento, e vejo que está tão perdido de amores por ti. 

-Bem então é melhor ir ter com ele. -Disse eu sorrindo. -Obrigado por tudo e pode ser um batido de morango e um pastel de nata.

fui ter com o alex sentei-me na cadeira oposta a ele.

-Mudaste tanto...-Disse o Alex olhando para a mesa sem enfrentar o meu olhar que estava á esepera de entrar em contacto com o dele. - Queria explicar tudo o que tem acontecido na tua ausência, não quero esconder nada de ti. 

-Okay podes começar. -Disse eu, e depois chegou os nossos pedidos.

Dissemos obrigado e depois o ALex começou a falar:

-Depois de me afastar de ti a nossa banda passou por uns tempos difíceis, houve um membro que teve uns problemas com a droga e cada vez que fazíamos dinheiro ele tirava os lucros e usava para comprar cocaína e substancias mais pesada, foi ai que tivemos os piores tempos, tínhamos a renda em atraso por 6 meses, não sabíamos o que fazer, o dono ia-nos despejar e o problema dele ficava cada vez pior, ele já nem via outra coisa á frente se não a droga, foi ai que guardamos todo o dinheiro que conseguíamos e pusemo-lhe em terapia, eu acho que lhe salvamos a vida, a nós e a ele, depois disso, encontramos um rapaz que ouvia a nossa música e demo-nos todos bem e ele acabou-se por juntar a nós, ele estava a estudar música mas teve que deixar pelo sucesso cada vez mais evidente da nossa banda. Cada vez que ficávamos com mais dinheiro e menos problemas foi aí que a minha cabeça se libertou e comecei a ver o verdadeiro erro que tinha cometido... em deixar-te, passava dias a pensar em, e foi ai que comecei a beber para esquecer-te, pensava que tinha encontrado o meu refugiu, mas enganava-me, comecei a ter relações com raparigas parecidas contigo para te tentar esquecer mas não conseguia parecia que cada vez que olhava para elas lembrava-me de ti, então comecei a fazer o oposto, a estar com raparigas completamente o oposto de ti, não resultou por muito tempo assim que acabava de estar com elas e depois de muitos copos ela começavam a parecer-se contigo, a minha cabeça começou a pregar-me muitas partidas. E foi isso, depois quando te vi foi como se tivesses tão bem, como se aquele tempo todo que tivemos juntos era eu que te estava a quebrar.

Depois de ouvir as palavras dele, via que não tinha sido nada fácil para nenhum dos dois e por parte não queria contar a minha vida ao longo destes dois anos porque era tão diferente, depois dele nunca tinha tido mais ninguém , no máximo uns beijos quando estava podre de bêbada na disco mas mais nada porque só o pensamento na realidade enojava-me.

-Wow não sei o que dizer, não estava nada á espera.

-Pois, já sabia que ias dizer isso, agora quero saber o que te aconteceu nestes dois anos. -Disse ele agora olhando para mim.

-No principio foi difícil para mim acreditar no que me tinhas feito, tão difícil que a única altura que chorava era nos meus ataques de ansiedade que começaram a ser mais frequente, a Katherina viu que estava pior então transferiu-nos de escola para aqui, como estávamos quase a acabar o curso foi difícil mas ela fez o maior sacrifício já que eu nem pensar quase conseguia, o pior foi pagar tudo, a faculdade, a casa, as operações da Katherina, tivemos que vender coisas, ela teve que pedir dinheiro á família uma coisa que ela nunca pensaria que ia acontecer e eu... também, fomos trabalhar para um café no incio fizemos o impossível e o possível para pagarmos tudo, depois arranjei um part-time na empresa que trabalho e primeiro o salário era uma merda mas ainda assim muito melhor que o café, depois exige um trabalho permanente e deram-me e aí começaram me a pagar bem, não descansa-mos até ficar tudo bem, de termos tudo pago, desde renda, a comida para por na mesa, a Katherina ficou linda. -Parei para sorrir, ela era o orgulho da minha vida. -Mudei muito, comecei a preocupar-me mais com a minha imagem, fui a um psicolgo que me ajudou com os problemas de ansiedade e depois nunca mais tive ninguém a nível amoroso.

Ele olhou para mim durante a conversa toda, sorrindo em algumas parte e outras agarrando a minha mão como sinal de força, fiquei-lhe grata por isso, ficamos ali a olhar um para o outro sem dizer apenas a reviver os momentos na nossa cabeça.

-Sabes ao longo deste tempo pensei tanto em ti, invejei-te tanto por teres conseguido me abanadonar daquela maneira fria quase que sem escrúpulos esquecendo tudo o que tivemos, mas sabia que não ias ficar bem com tudo ter acabado, ninguém ficava, mas uma parte de mim acreditou que sim só porque te queria esquecer tanto... mas nunca consegui, havia sempre algo que me fazia lembrar de ti e tentava guardar as coisas para mim, não dizendo a ninguém mas era difícil, era difícil até olhar me ao espelho e tentar recompor tudo o que deixaste em cacos, deixei de me amar durante tanto tempo sabes, de ver em mim tudo aquilo que conquistei, pensava que era insuficiente, tudo na minha vida indicava que era esse o caso...-Disse eu, desta vez não olhei para ele enquanto faltava tudo o que tinha dito era demasiado cru e triste para expor assim todos os meus pensamentos e sentimentos com o meu olhar que podia dizer muito mais do que queria.

-Eu nunca te quis fazer sentir assim e acredita arrependo-me todos, todos os dias daquilo que fiz,em deixar-te foi talvez a pior escolha da minha vida, sofremos coisas que não precisávamos, havia tempos que dava tudo para te ter ao meu lado para aquecer a minha cama á noite. -Disse o Alex olhando para mim, tinha uma expressão séria quase de pedra que me fazia ainda mais nervosa.

A nossa conversa durou quase a tarde toda e falamos de tudo e nos últimos momentos já estávamos os dois a rir, a mão dele na minha perna e eu ao lado dele, foi depois de acabar de rir de uma coisa que ele tinha dito que me perdi no olhar dele, a mão dele ia subindo pela minha perna e foi ai que o meu sorriso caiu, esqueci o olhar dele e olhei para os lábios...carnudos como de antes e agora estavam tão apetecíveis, ele deu o primeiro passo e beijou-me, agarrou me na nuca nos cabelos.

O nosso beijo foi intenso, quente e cada vez que a língua dele ia mais fundo sentia ainda mais calor entre as pernas, assim que o beijo parou senti que estava qualquer coisa a falhar, sentia-me bem, mas ao mesmo tempo... estava tudo demasiado bem, será que era isto que queria ? 

-Queres ir para o meu quarto de hotel? -Disse ele com aqueles olhos cheios de desejo, nem precisava de responder apenas levantei-me e peguei no meu casaco.


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