Complementares

A chuva

Aparte: Esta é a minha primeira história!! Se tiver bom "feedback", talvez escreva outra. Ok, aqui vai.

Sem sentido. Eram estas as palavras que definiram o seu trajeto. Sem olhar para trás, andava sem destino. Apenas pensava nele e como ele a desapontou. A partir daquele momento, jurou nunca mais voltar a vê-lo. Só de pensar em todo o dinheiro que gastou em presentes para ele, em todo o tempo a persegui-lo, em todas as suas demonstrações de amor por ele... Tudo isto for por água a baixo. Ele arranjou outra para amar e deixou tudo o resto de lado...

Fixando-se apenas no chão, Amy continuava o seu caminho.

-Não posso acreditar... Por tudo o que fiz por ele, fico de lado? Como se fosse apenas uma outra rapariga?- murmurava ela.- Fui tão estúpida ao pensar que podia ficar com ele... Não o larguei pois pensei que teria hipóteses. E olha para mim agora?

Ela começou a rir, mas, rapidamente, entre este riso, caíam lágrimas de desgosto. Transformou-se num choro. De repente, o céu ficou mais escuro e, dentro de alguns segundos, começou a chover.

-O universo e eu estamos em sintonia, não?

No entanto, não ligou à chuva. Tinha outras coisas em que pensar...

Subitamente, não sentiu mais gotas d'água a caírem na sua cabeça. Olhou para cima e viu um guarda-chuva prateado a cobrir-lhe a cabeça.

-Não é bom andar por aí à chuva. Podes apanhar uma constipação.- disse a figura.

A partir da voz, reconheceu logo o dono do guarda-chuva.

-Ei, não se diz olá? Depois de tanto tempo?-disse ele.

-Não venhas com tretas, Nicholas. Não foi assim tanto tempo...

-Esta não é a Amy que conheço. Passa-se alguma coisa?

-Não quero falar sobre isso.

-Anda lá. Não gosto de te ver assim. Normalmente, andas sempre alegre, simpática e gentil, mas agora estás chateada porquê?

-Ok, eu conto-te.- resmungou ela- Perdi uma pessoa de quem eu gostava. Pensei que, com o tempo, ela poderia aprender a amar-me tal como eu a amava. Mas estava enganada. Muito enganada. Enamorou-se com outra miúda e despedaçou-me o coração.

Nicholas via que ela estava realmente perturbada. Ele próprio tinha passado por uma situação assim, por isso sabia como era ver o mundo à sua frente e, depois, vê-lo a desmoronar-se.

-Eu percebo-te. Também eu perdi alguém de quem eu gostava. Passámos por muito juntos. Ela era especial.

-Oh, a sério? Bem, nisso somos iguais... Amigos dos desgostos...

Os dois deram uma pequena risada.

-Então, onde está ela?

-Ela... está morta.

Um silêncio forçado apareceu no ar... Nenhum deles falou por alguns minutos. Amy estava um pouco arrependida de ter feito aquela pergunta. Mas Nicholas rompeu o silêncio:

-Eramos companheiros de quarto. Ambos estudávamos na mesma universidade e decidimos partilhar um apartamento. Tudo corria bem, sem muitas preocupações. Até àquele dia fatídico.

Amy decidiu agarrar na mão de Nicholas e este não se opôs.

-Iamos de carro até ao centro comercial. Precisávamos de fazer algumas compras. Num semáforo, parámos e esperamos pela luz se tornar verde. Quando passou a essa cor, seguimos caminho, mas um idiota, não respeitando os semáforos, espetou-se contra o lado direito do nosso carro. Mais tarde, quando acordei no hospital, um doutor aguardava-me. Disse não tinha nada de grave como lesões. Quando lhe perguntei por ela, ele não me respondeu. Apenas olhou para mim com uma cara de pena.

Nicholas agarrou com mais força a mão de Amy.

-Sinto muito- disse ela.

-O passado é passado. Não nos podemos ficar perdidos nele, não é?

Ambos riram mais uma vez, corando um pouco ao aperceberem-se de estarem de mãos dadas.

-Queres ir a algo sítio?- perguntou Nicholas.

-Que tal ao café?

-Tudo bem!

E assim seguiram juntos...

Bem, assim chega ao fim esta história. Espero que gostaram!! Se sim, sabes o que fazer. Adeus!! ;)