Os fios castanhos grudavam em sua testa suada. A respiração era descompassada,com seu peito subindo e descendo em movimentos rápidos a procura de ar. Na mão direita, uma faca era apertada entre seus dedos,respingando sangue no feno espalhado ao chão. Ao seu redor, cinco corpos espalhados tinham suas cabeças decepadas. As mesmas estavam no chão,com olhos abertos assim como a boca,mostrando as presas afiadas.
Vampiros.
Quando entrou ali, tudo era silencioso.Mas sempre tinha aquele que atrapalhava tudo e era o primeiro a ser morto. A cabeça da garota que viera para cima dela era foi a primeira a tombar no feno. E assim seguiu, até estar ali; Sozinha,coberta de sangue e cansada. Nunca almejou tanto por um uísque, uma carteira de cigarros e uma banheira. A semana foi cansativa.
Parecia que os vampiros adquiriram uma forma diferente de atacar. Faziam com que os ataques fossem diferentes;Multilaram gado, arrancaram gargantas e sequestraram um grupo de meninas que fariam um peça baseada em uma lenda local. Todos sinais de monstros diferentes,mas que não poderiam estar acontecendo ao mesmo tempo na mesma cidade. Se queriam confundir a mente dos inúmeros caçadores que lhe contataram,estavam de parabéns. Se tivessem investigado direito,poderiam ter acabado com aquilo fácil fácil.
Mas assim seguiu ela para a rotina:visitar necrotérios, fazer pesquisas e chegar a um veredito.Sequer fora complicado,apenas estranho demais.
Não era hora para pensar em coisas estranhas, apenas em um curto descanso até achar um outro caso. A lâmina afiada ainda era banhada em sangue, algo que ela admirava de certa forma. Encarou-a com um sorriso, sentindo até seus cabelos pesarem tamanho o cansaço. Até sua alma estava suja.
Com passos preguiçosos, foi para fora do lugar, indo até o Mustang preto estacionado não muito longe dali. Abriu o porta malas, sentindo o frio intenso a atingir, causando leves arrepios em seu corpo. Ergueu os ombros,retirando o galão de gasolina. Fechou o carro, voltando para o celeiro ao som dos grilos e bichos aleatórios.
Empilhar os corpos era um pouco difícil, já que seus braços pesavam. As cabeças foram jogadas ao monte,ficando em posição estratégica para não caírem.Pegou o galão de gasolina, banhando os corpos com todo o líquido marrom,deixando o ar com cheiro mais forte junto ao sangue. Tateou os bolsos, sentindo o isqueiro.
E com um único gesto, acendeu a chama, jogando no mutirão e vendo o fogo se espalhar rapidamente. Viu as chamas consumirem os corpos cada vez mais.
Aquela era Ângela Darcy. Fria, sem emoções ou ressentimentos.
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Alive
ParanormalViva fadada a uma realidade que não tem mais volta. Mude por coisas perturbadoras que assombram o seu passado, lute por aqueles que ama ou se sacrifique por mais vidas a salvo. Anos da sua vida sendo daquele jeito; Banhado a sangue e inimigos. Arrep...