1.

325 29 67
                                    

Notas da autora:

Faço apenas um pedido à vocês: Não desistam da história por causa de um parágrafo.

Tendo lido isso, boa leitura!

🔶🔸🔶🔸🔶


Eu estava bêbada. E isso não é novidade pra ninguém que me conhece.

Qual é, vai falar que nunca procurou um jeito de espantar os problemas pra longe? Pois esse é o que achei, mesmo que tenha pouca duração e só me traga ainda mais problemas no dia seguinte.

O que estou tentando dizer aqui é que sempre é bom viver algumas horas como se nenhum obstáculo existisse, então se você nunca ao menos pensou em fazer algo do tipo, tchau.

Talvez eu tenha deixado um punhado de gente curiosa para saber o que eu aprontei, mas já aviso: Não é nada para se preocupar.

Algumas horas antes...

- Você é maluca! Não acredito que você foi capaz de fazer algo do tipo, Mirela. - Disse minha amiga Bianca, enquanto eu tentava conter minha crise de riso.

- Ah, relaxa, mulher. Não foi nada demais. - Cantei a última parte, muito afinada por sinal. As sete doses de vodka já dando sinais de vida na minha corrente sanguínea, ou pra qualquer lugar que ela vá.

- Nada demais? NADA DEMAIS? Você atropelou o maior traficante mexicano e ainda o chamou de babaca por ter arranhado o seu carro.

Parei pra pensar no que ela disse. Ou pelo menos fingir.

- Mas você viu o que ele fez? Atropelou o meu carro! A tintura tava novinha, sinceramente, eu tô muito puta com ele.

- Você por acaso escutou alguma coisa que eu disse?

Fiquei olhando pra ela até o momento em que perdeu visivelmente a paciência e me puxou pelo braço, me levando pra sei lá onde.

Estávamos em uma rua muito bem cimentada, eu não sei onde era, mas nossa, tá de parabéns.

Voltando o foco, tínhamos parado nesse lugar porque hoje é a festa de aniversário de Pedro, um amigo nosso da escola, mas o homem de terno preto feito sob medida fez questão de estragar a nossa noite - e o meu carro também, não vamos esquecer.

- Aonde tu tá me levando, bicha? Quero voltar pra festa.

- Não tem mais festa nenhuma. Vamos voltar pra casa e ficar lá até a poeira abaixar.

Fiz biquinho e protestei.

- Mas a festa nem começou!

- Então volta pra lá e morre, desgraça. - Me solta e eu caio no chão.

Bufo e ergo minhas mãos.

- Ajuda.

Revirando os olhos ela me puxa pra cima novamente e vamos andando até o carro. Bianca passa a mão na minha bunda até achar a chave dele e quando o faz o destrava e entra no lado do motorista enquanto eu vou para o carona.

De carona. No meu próprio carro.

Chegamos em casa e a primeira coisa que fiz foi me jogar no sofá sem ao menos me preocupar com sapato ou maquiagem. Espero que minha mãe não esteja em casa ou minha morte virá um pouco mais adiantada.

Sinto o outro lado do sofá afundar e abro um olho vendo minha amiga sentada ali, com as mãos no rosto, como se estivesse em pânico.

- B? - Chamo-a pelo apelido carinhoso que sei que ela ama, mas não tenho resposta. - Eu tô bêbada, não posso pedir desculpa.

À Minha MercêOnde histórias criam vida. Descubra agora