Voltou tentando conter o nervosismo, porque só a ideia de ficar sozinho com Katherine lhe dava um frio na barriga e suas mãos suavam, assim que entrou na varanda viu que ela estava sentada em uma ponta do saco de dormir olhando para o céu.
— Os céus estão lindos, né? — Rogério disse, sem jeito com a situação, sua timidez não ajudava.
— O céu está, Roger! — corrigiu Katherine depois de levar um susto com o aparecimento repentino do amigo e sorriu. — Não é plural, mas o que faz aqui? Não ia dormir? — Voltou a olhar para as estrelas.
— Não falo nada direito quando estou perto de você — Sorriu para quebrar o gelo. — Gosto quando me corrige. — Meio sem jeito, passou as mãos pela nuca. — Não estou com sono, posso admirar o céu com você? Pela última vez...
— Claro! Senta aqui — bateu no chão, em cima do saco de dormir ao seu lado —, eu não mordo. — Brincou, tentando relaxar. Droga, por que fico tão nervosa perto dele?!
— Adoro seu senso de humor — Sentou ao lado dela. — Você consegue fazer graça até quando não tem. Um tombo de patins para você vira motivo de piada, uma torta na cara no meio do corredor do colégio — parou dando ênfase a frase — se transformou em guerra de comida. — Katherine riu lembrando das coisas que ele falava. — E uma brincadeira frustrante se torna algo engraçado como: "ele não sabia beijar". — Rogério fez aspas com os dedos e Katherine parou de sorrir.
Esse assunto é muito chato, além de constrangedor, não consigo entender como até mesmo na brincadeira ele não quis me beijar. Isso já faz muito tempo. Então por que toda vez alguém tem que lembrar dele? Acho que gostam de me ver sem graça.
beijar faz parte da necessidade adolescente e apesar de Katherine não se importar muito com isso, beijar seu amor adolescente seria muito bom, porém, nem na brincadeira deu certo e como não gostava do assunto, Katherine logo tentou fugir novamente.
— Era isso ou teria que dizer que eu não sabia e isso não seria bom pra mim, né? — Brincou.
Rogério sorriu de leve e Katherine relaxou achando que agora havia acabado, mas Rogério continuou.
— Eu queria explicar o que houve aquele dia...
— Você não precisa explicar nada, Roger. — Olhou para ele e voltou a olhar para as estrelas. Como assim não precisa? Lógico que precisa! Eu quero saber, mas não quero que ele perceba meu desespero.
— Eu quero explicar se você quiser escutar, claro. — Rogério se mexeu desconfortável.
Katherine tentou ser indiferente apesar de seu coração estar aos pulos, deitou com os cotovelos no chão ao lado de Rogério e não olhou para ele em nenhum momento.
— Você que sabe, fique à vontade — disse friamente, como se não importasse a explicação.
— Aquele dia eu havia decidido... — Rogério criou coragem e começou.
— Decidido o quê? – Interrompeu-o.
— Deixa eu falar, Kat... — Rogério sorriu. — Tinha decidido te pedir em namoro — falou de vez.
— Hum — Katherine murmurou ainda olhando para as estrelas.
Seu coração estava dando cambalhotas, mas tentou não se empolgar com o que escutava. Tarde demais para me dizer isso, vou embora daqui a pouco, pensou.
— Então, naquele dia... — parou sem saber como falar, engoliu o nó da garganta e prosseguiu — ...quando vínhamos do colégio eu tinha certeza que estava apaixonado por você, mas de repente, assim do nada, o assunto de amizade surgiu e você disse "perceberam como é estranho quando dois amigos que se conhecem tão bem e se apaixonam não dá certo, porque quando acabam o namoro a amizade acaba junto!", nossa, aquilo foi um banho de água fria...
VOCÊ ESTÁ LENDO
INEVITÁVEL - Série Patinan - DEGUSTAÇÃO - LIVRO 1
Teen FictionREGISTRADO E TODOS OS DIREITOS RESERVADOS PLÁGIO É CRIME! Marcus Patinan, 18 anos - filho do dono do parque de diversões mais incrível da cidade e capitão do time de futebol do colégio... simplesmente está desiludido com o amor; Katherine Klein, 1...