Abaixei a cabeça fechando os olhos apertando-os, esperava que o homem sem camisa, usando apenas uma calça me enfiasse uma faca e me rasgasse ao meio. Afinal é o que pessoas que moram no meio do lugar nenhum costumam fazer nos filmes.
Estava tão silencioso que eu conseguia escutar a respiração dele em cima de mim. Minhas pernas estavam tremendo e agora os meus lábios também.
– Por favor, não me mate- consegui dizer com os lábios trêmulos, então ele segurou no meu braço com uma mão e com a outra me puxou para dentro da casa. Eu não fui capaz nem de abrir os olhos, eu o ouvi fechando a porta e a casa do lado de dentro estava quente como a mão que ele segurava o meu braço.
Mesmo no quente minhas pernas ainda tremiam então percebi que não era frio era medo. Já estive em algumas situações não muito favoráveis, mas estar sozinho em uma casa escura com um homem estranho era a primeira vez.
Ele soltou o meu braço e acendeu a luz, abri meus olhos lentamente como se não quisesse que ele percebesse o que eu estava fazendo.
Eu o ouvi se afastar, uma porta distante se abriu e logo se fechou. Levantei a cabeça e eu o vi.
Seu cabeço era longo e ondulado escuro como a noite lá fora. Seus ombros eram largos e seu corpo musculoso, seus mamilos saltavam de seu corpo. Ele tinha um brilho próprio, não usava camisa, estava vestindo apenas uma calça moletom azul clara. A boca dele era desenha em um rosa-claro, lábios grossos em uma linha reta, o nariz pequeno e pontiagudo, sobrancelhas escuras como o cabelo e seus olhos eram de um tom estranho, nunca havia visto algo parecido. Era como uma pintura aquarela usando tinta amarela e castanho, uma junção única e vislumbre.
Ele estendeu a mão com uma calça moletom branca.
– Vista-se – ele disse com a voz baixa e rouca como um trovão.
Peguei rapidamente a calça de sua mão e a vesti em um pulo. Olhei a minha volta, a casa era diferente do lado de dentro, estava impecavelmente limpa e organizada, havia um sofá atrás da onde estava, uma poltrona reclinável, a cozinha fica logo atrás da mesa pequena de metal. A cozinha tinha o tom de chumbo, toda metalizada. Não havia nada na pia embora o cheiro deixava claro que ele tinha acabado de jantar.
Um corredor escuro ao lado da cozinha e duas portas de madeira escura. Todas as paredes eram brancas e o piso seguia em um laminado de carvalho escuro.
–Eu não quero incomodar – disse rápido sem conseguir olhar o rapaz nos olhos.
Ele também mau me encarava, ele simplesmente apareceu e me puxou para dentro.
– O que fazia na floresta há está hora? – Ele perguntou encarando o chão e depois o aparador ao lado da porta.
Eu não sabia o que responder, podia contar a verdade e dizer: eu estava fazendo programa, por que é isso que faço para viver, então a polícia apareceu e eu corri.
Mas seria uma idiotice já que não o conheço e ele podia muito bem tentar se aproveitar disso para me matar, ainda pior, me machucar e me largar no meio da floresta.
– Obrigado pela calça – disse fugindo da resposta.
– Você não precisa dizer o que estava fazendo – ele disse dando um passo na minha direção – você pode ficar e esperar amanhecer – ele me olhou no fundo dos meus olhos e continuou – se quiser.
Eu já não sabia exatamente o que eu queria naquele momento, só que eu não podia ficar ali.
– Então eu posso ir? – Perguntei apenas para ter certeza.
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Midnight
Science FictionEm mundo futuro a moeda será 'tileto', as principais cidades do planeta estará em ruínas e serão divididas por grandes muralhas de aço e concreto. Os dias serão mais longos e calorentos e há escassez de água, como sempre foi previsto. A Terceira Gue...