30 de março de 1874
Arawa, Papua-Nova Guiné
Em uma noite fria em uma tribo afastada pessoas conversavam nas portas de suas casas e as crianças brincavam a luz da lua cheia e de uma grande fogueira onde assavam a caça que conseguiram durante o dia. A fogueira ficava no meio do vilarejo rodeada por casas suspensas em árvores. Quando de repente poderam ouvir vozes de dentro da mata que repetiam a mesma frase como um coro.
"Camonn onier vrex du hemu ofht auui faadus Khakhau"
seguida por uma grande e aterrorizante luz vermelha como sangue e por alguns minutos todos na vila ficaram em silencio até os animais, todos ouvindo os tambores e o coro de vozes que pareciam vir da luz vermelha.
Mais o silencio foi quebrado por um grito de uma das crianças, e depois outro grito, e depois outro até que se dessem conta do que estava acontecendo, os moradores estavam se jogando dentro da fogueira, todos, adolecentes, jovens, adultos, velhos, homens e mulhere estavam entrando no fogo ardente, e todas as crianças ficaram ali paralisadas observando os corpos, aos poucos sendo queimandos sem poderem fazer nada, enquanto o cheio de charne assada se espalhava pela aldeia e entravam em suas narinas. Parecia que eles estavam congelados, não conseguiam sair do lugar. E ficaram ali por dois dias até que turistas apareceram para visitar a aldeia e se depararem com aquela cena horrível e nauseante. O que ninguém esperava era ver um bebé no meio dos ossos e cinzas do que restou da fogueira.* * *
28 de março de 1890
Toscana, ItáliaAcordei com o mesmo pesadelo, toda vez era isso, durante uma semana no período do meu aniversário eu sonhava o mesmo pesadelo. Línguas estranhas, Fogo, gritos, e depois silêncio, nunca consegui entender o por que do mesmo sonho, meus pais dizem que é coisa da minha imaginação, minha mãe diz que tenho uma imaginação muito fértil, meu pai diz que e por que já passou da minha hora de casar e criar uma família.
Fiquei deitada pensando se ele tinha razão. Talvez ele esteja certo, já vou fazer dezesete anos e ainda não estou casada, as vezes meu pai brinca dizendo que vou ficar solteirona, que vou ficar para titia, sei que é brincadeira, mas sinto uma preocupação da parte dele, não só dele mais de minha mãe também. Dizem que toda brincadeira tem um pouco de verdade. E se for verdade?, Se eu não me casar?, vou ficar sozinha a minha vida enteira?, mais ao mesmo tempo um outro lado meu que não quer ligar para o que os outros falam, só que a parte que quer ver meus pais felizes fala mais auto. Só que a felicidade de meus pais e ver eu formar uma família, ter meus filhos, meu marido, uma casa grande e bonita para me cuidar, as vezes também quero isso, mais não sei se é um desejo meu ou foi implantado ali na minha mente.
- Vamos querida! - falou minha mãe me tirando dos meus pensamentos. - está na hora de levantar.
Percebo que acordei toda suada e minha cama está uma bagunça, meu traviseiro está no chão, meu lençol só cobria uma de minhas pernas e a outra metade estava no chão junto com o travesseiro. A luz do sol que passa pela minha janela, ilumina todo o meu quarto, com suas paredes de pedras pintadas de branco, o único cómodo da casa pintado é meu quarto, quando era mais nova pedi para meu pai pinta-lo, pois não gostava do cinza opaco dos tijolos de pedra.
Levanto da cama energética, arrumo a mesma, dobro meu lençol e tiro todos os pensamentos de preocupações de minha mente. Tiro meu babydoll branco com mangas folgadas e babados nas bocas, e coloco meu vestido azul claro, pente meu cabelo preto, e calço minha bota e sai de meu quarto para ajudar a mamãe nas tarefas de casa.
- Bom dia, mãe! - falei sorrindo descendo a escada de madeira que sempre range quando pisamos nela. - Cadê o papai?
- Bom dia, querida. Ele já saiu, foi levar as ovelhas para pastar perto do morro. - respondeu ela, com um sorriso amarelado no rosto.
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Nascida do Fogo : Khakhua
Mystery / Thriller#HistóriaOriginal Elizabeth é uma garota que nasceu em Papua Nova-Guiné, mas foi adotada por um casal de italianos, logo depois que sua mãe ainda grávida, se jogou em uma fogueira junto com uma tribo inteira de índios, se salvando somente as criança...