Rony:
Acordei, eu estava em casa, na minha casa estava cedo ainda, o sol ainda nem tinha aparecido, o céu nublado. O silêncio absoluto por toda a casa, não sei por que mais algo me dizia para sair. Abri a porta do meu quarto, olhando para todos os lados-NADA-parecia um lugar assombrado e só eu ali, resolvi andar pelo lugar que conhecia muito bem, tudo muito escuro o que dificultava minha visão, fui até o outro quarto, abri a porta não vi ninguém ali, porém, um vento forte e frio soprou em minha direção nesse momento senti um cala-frio na espinha, realmente, algo estava errado. Saí do quarto imediatamente me dirigindo a escada, simplesmente não havia ninguém o que era estranho. Do nada, algo me paralisou na frente da escada, comecei a suar frio, meus punhos cerraram Automaticamente, a insegurança me dominava agora. Desci a escada relutante adentrando a sala e a primeira coisa que me deparo é um grande rastro de sangue que levava à cozinha, o que quer que tenha acontecido ali, não foi bom. Imediatamente corri para a cozinha parando no meio do corredor, não conseguia me mover, não queria me mover, meus punhos trêmulos denunciavam a chegada do medo, que aos poucos ia me dominando, o suor frio deixava o ambiente mais tenso a cada segundo que passava. Derrepente um barulho intenso de chuva que começou do nada se fez ouvir deixando a situação mais sombria do que já estava. Eu sabia que não poderia ficar ali por muito tempo mas eu não conseguia me mover. Forcei cada passo que dei até a cozinha seguindo o rastro de sangue que parecia mais intenso cada vez mais. Assim que adentrei a cozinha avistei o corpo ensanguentado no chão, era ele, era Viny, o meu Pai! Parei ali...
Queria que aquilo não fosse real que simplesmente não tivesse acontecido. Senti uma lágrima fria e insensível molhar meu rosto, perdi meu pai, perdi minha família, me ajoelhei ali com meus olhos cheios de lágrimas, toquei o corpo frio do meu pai que se foi para sempre. Senti outra presença além da nossa no lugar. Que fez questão de ser sentida. Olhei para a mesa que não tive tempo e nem vontade de notar quando cheguei. Vi alguém com uma roupa preta, usava uma máscara e segurava uma catana cheia de sangue. Foi aquele desgraçado que matou meu pai. Agora ele vai pagar! DIABLE JA- senti a lâmina perfurar meu coração, e uma enorme quantidade de sangue vir à tona em minha garganta me fazendo cuspir. Era o meu...Acordei ofegante com um solavanco uma dor insuportável ascendeu imediatamente dos hematomas causados por aquela vadia. Olhei para o relógio na parede 2:15 da manhã, desci pela parede e me deparei com Philipe, o instrutor do Instituto que me levou para aquele inferno com paredes brancas e perturbantes. Era óbvio o meu desconforto, mas não por estar naquele lugar repugnante e sim pelo pesadelo que tive. Será que mesmo com tudo isso eu consigo dormir?
Logo obtive resposta-meus olhos começaram a ficar pesados e eu finalmente dormi...
***Hannah:
Era noite, eu estava pensativa, muitas coisas se passavam pela minha cabeça, não conseguia dormir pensando no sofrimento do Sensei e na idiotisse de Rony. Aquele moleque é tão idiota! Ao mesmo tempo pensava na minha evolução no treinamento. Quem diria que Rider poderia ser um grande professor até aprendi algo que na verdade eu já sei mas deixou todos surpresos isso é tão bom... Ter momentos felizes apesar de tudo. Admiro muito meus amigos, mesmo com tudo isso acontecendo, conseguem ter aquela alegria e aquele sorriso no rosto de sempre. Mas quando realmente cai a ficha toda a felicidade se vai em um segundo. Não quero mais fazer isso mas não tenho escolha. Queria saber por que ela é assim odeia todos aqueles que estão à sua volta, por que ela quer fazer tudo aquilo talvez se eu soubesse pudesse compreender. Quando menos imaginei meus olhos foram pesando e minha visão ficou turva...
***
Acordei o dia estava ensolarado, estava em uma casa que me parecia familiar, eu tinha ido ali antes. Derrepente vi uma criança adentrar a casa. Com o semblante alegre e inocente, ela estava linda, estava com um vestido roxo com detalhes pretos em espiral, o vestido pendia aos joelhos, vestia também uma meia branca com com uma notinha que subia delicadamente até a sua canela. A garotinha era ruiva com os olhos de cor indefinida, pareciam com algo negro amarronzado. Ela era muito familiar identica à minha irmã mais velha. Mas não, não poderia ser ela. Eu tinha minhas dúvidas. Fechei meus olhos tentando lembrar daquele lugar daquela criança que eu tinha certeza que já vi e até convivi antes. Quando abri meus olhos vi um homem do seu lado. Ele era alto, tinha cabelos castanhos e encaracolados, estava de terno e também era muito familiar. A criança mudou derrepente assim que o viu, os olhos dela brilharam e ela foi saltitante e feliz para perto do homem, o mesmo a pegou pela mão e a levou para o segundo andar, fiquei onde estava tentando lembrar do lugar. Depois de um tempo um grito perturbador ecoou pela casa. Era a voz daquela menina sem pensar duas vezes corri para o segundo andar de onde o grito se apresentou. Chegando ao quarto da garota estagnei ao ver aquilo, tentei correr para ajudar mas meu corpo estava paralisado e eu não conseguia me mover, não podia fazer nada, nem intervir de forma alguma. Tentei fechar meus olhos mas algo não me permitia fazê-lo, algo queria que eu visse aquilo, algo me obrigava a ver aquilo, sim, eu era obrigada a ver aquela garotinha inocente ser estuprada por aquele monstro enquanto gritava relutante em protesto e em busca de socorro. Ela me fitou com os olhos cheios de lágrimas que demonstravam ânsia de ajuda. Assim que ela me encarou eu pude perceber. Aquele lugar era minha antiga casa, aquela garota era minha irmã mais velha e aquele crápula que a estuprava era meu pai...
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Lu: bom dia Rony!
Rony: bom... bom dia!
Lu: o Philipe foi atrás de algo bom para você comer. Algo que não seja feito aqui... Você está bem?
Rony: sim.
Lu: não parece.
Rony: eu tive um pesadelo só isso
Lu: pelo visto não foi bom.
Rony suspira...
Lu: quer falar?
Rony: resumindo: eu percebi que eu estava sempre errado!
Lu: como assim?!
(Flashback)
Rider: você deveria ouvir os conselhos do seu pai, deveria parar de ser tão rebelde isso só te enfraquece!
Viny: você não raciocina, não mede as consequências das suas ações, você não está pronto...
Hin: você acha que é forte só porque ouve palavras que te machucam, Mas o que você precisa é de uma lição prática- você é tão imaturo!Rony: esquece o importante é que agora eu mudei e vou fazer as coisas do jeito certo. Pode pegar um copo com água por favor?
Lu: sim!
(Flashback)
Rony: você viu pai?!
Viny: É filho, pelo visto você tem um poder muito forte e precisa dominá-lo...
Rony: Diable Jambe?! Acha mesmo que eu consigo dominar isso pai?!
Viny: sim, você tem força de vontade. Depois de dominá-lo você vai poder evoluir e torná-lo mais forte...
***
Viny: vamos lá filho, está na hora do seu treino.
Rony: eu não vou!
Viny: caramba! O que deu em você? Não me diga que está com preguiça?
Rony: Não, eu não estou com preguiça eu só não quero treinar com você!
Viny: eu...
Rony: você é fraco, não vou treinar para ser fraco como vocêRony: desculpe pai!
(Continua...)
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Filhos do Fogo
Science FictionUm grupo de amigos descobre que não são normais, que fazem parte de um experimento de um grupo de cientistas psicopatas para servirem como armas. Com o passar do tempo percebem que possuem habilidades fora do comum, mas que, também correm grande per...