Cap. 22: A Raposa Branca: seu treinador como você nunca viu

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Carlos:

Parece que o tempo não passa! A noite parece infinita
Se isso é bom ou ruim eu não sei dizer, mas tenho certeza que o que vai acontecer quando amanhecer não é nada bom, Hannah me observa atentamente, parece perceber minha inquietação - Você está estranho - ela responde me encarando. Sorrio de lado um tanto irônico - para quem está prestes à agonizar na mão de uma psicopata descontrolada você parece bem calma não acha? - ela franze o cenho abaixando a cabeça e encarando o chão - Não sei o porquê disso mas... Não sinto medo, não mais ou ainda. Talvez algum receio lá no fundo - ela ergue novamente o olhar timidamente voltando a me encarar - se ela fizer o mesmo que fez com o meu irmão você...
- sim eu sei - ela interrompe - Mas não posso lutar com ela nessas condições. E ela é mais forte que eu, É mais forte que todos. - cerro os punhos ao ouvi-la, as palavras dela me perfuravam como se fossem agulhas - você vai desistir assim? - falo a encarando. Ela volta a encarar o chão com um semblante tristonho - Não há o que ser feito. Talvez, seja lá o que for acontecer, eu mereça, talvez seja um castigo por tudo que eu fiz, por ter enganado meus amigos, por ter enganado o Matte esse tempo todo. Olha o que eu fiz! Ele deve estar se entupindo de energéticos, deve estar se retorcendo na cama de preocupação comigo, uma pessoa que só trouxe problemas, não só para ele mas para todos os meus amigos. Eu mereço, o que acontecer daqui para frente é mais que merecido - suas palavras me fazem desvencilhar, ela... não ia fazer nada, simplesmente aceitou... - Você disse que no final desistiu porque não conseguiu continuar, se apegou à eles, você gosta desse Matte de verdade não é? Então... Lute! Você diz que merece o que vai receber, Mas você pode ser perdoada. Tudo tem perdão, Não desista dos seus amigos, não desista se você! Porque se fizer isso, se simplesmente aceitar o que aquele monstro fará com você... Realmente você não se importa com nenhum deles. Você pode mudar isso Hannah, basta lutar - a garota me encara surpresa, seu olhar estava diferente, era um olhar audacioso e cheio de esperança parece que finalmente... - Vamos Hannah! - Andry abre a porta e rapidamente agarra o braço de Hannah a puxando para fora, a outra resiste e tenta acertá-la com um soco mas é imobilizada com uma injeção - você não vai levá-la! - exclamo me levantando e indo em direção à Andry, não podia deixar que tudo fosse por água abaixo assim, as ela fecha a porta me fazendo bater com a cabeça - você não pode fazer nada lixo! - ouço a mesma falar já distante. Hannah... Droga!
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Lunna:

Já é madrugada e ainda não dormimos um segundo. Franklin voltou do hospital do Instituto acho que às 20:40 e desde então estamos conversando - eles são realmente perigosos, conseguem anular nossos poderes, é inacreditável! - já era de se esperar. Afinal eles tinham que ter controle absoluto sobre todos aqueles que sofreram a mutação, caso alguém se rebelasse, anular os poderes seria a arma perfeita para torná-lo vulnerável - Franklin me encara seriamente - o pior de tudo é que além de estagnar nossas células isso ainda
Afeta nosso organismo, mas claro, afinal essas células estam espalhadas por todo o corpo e também como as normais ajudam nosso organismo a funcionar - respiro fundo me levantando do banco onde estávamos, a noite estava silenciosa, nem parecia o Instituto-B - acho que vou tomar um banho - falo caminhando para dentro dos dormitórios - eu... não vi a Diana desde hoje a tarde - o outro fala me seguindo - ela está um pouco abalada com tudo que aconteceu - Diana... Abalada?! - Franklin se admira com o que acabou de ouvir e acaba me fazendo rir - por incrível que pareça... - falo erguendo minha cabeça e olhando a lua... a noite estava diferente... mais normal - pelo menos ela conseguiu controlar o poder nos olhos - ele fala aliviado - sim... isso me deixa menos preocupada também - falo me virando para Franklin - sei que você está mal por tudo que aconteceu mas não foi culpa sua Franklin - ele estava tristonho - eu sei mas... - tire isso da cabeça você não é assim. Anime-se! - me aproximo do mesmo o abraçando - bom... já está quase na hora do treinamento não é? - pergunto irônica. O outro sorri de lado - Vamos nos preparar então... - ele dá as costas para mim se dirigindo ao seu quarto. Faço o mesmo, abro a porta e vejo Diana na janela - Lunna? - a mesma pergunta sem se virar, o vento que soprava pelo quarto vindo de fora fazia seus cabelos encaracolados flutuarem. Ela estava tentando controlar o poder em seus olhos - desde que eu desci você está aqui. Algum progresso? - pergunto curiosa. A mesma acente com a cabeça - olha isso! - ela me responde. Em instantes seus olhos se aquecem e as chamas tomam seus olhos, tornando-se cada vez mais densas e em fração de segundos a mesma esparge uma enorme rajada de fogo e seus olhos voltam ao normal imediatamente - I-Incrível Diana! - era esplêndido, junto com a habilidade de formar furacões de fogo isso se tornaria uma grande arma - acho que não vão gostar dos estragos - ela sorri irônica me fazendo gargalhar - espero que ninguém venha me procurar - ela fala voltando a expressão séria - Não se preocupe, se o Instituto não autorizar eles não te interrogarão - tento amenizar a situação - A questão não é a imprensa Lu, é a polícia... Eu matei um médico! - ela exclama nervosa - olha não foi culpa sua... Todos sabem disso, a queda mexeu com seu cérebro e sua habilidade. Não há motivo para se preocupar você é inocente - a outra me abraça aliviada - obrigado Lu - ela agradece após suspirar. O despertador toca me fazendo afastar dela - bom... mais um dia - falo respirando a leve brisa que soprava pela janela ainda aberta e me preparo para descer. Mais um dia de treinamento como sempre...
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Filhos do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora