Segundo mês

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— Olha como ele já cresceu, Lou! — Harry me mostrava animado as duas fotos do ultrassom tiradas no dia anterior com um sorriso enorme no rosto.

Era tarde de um domingo no final de maio e eu estava na casa de Harry. Eu havia estado ocupado com todo o caos da minha formatura e do baile durante a semana e não pude ir com ele para a consulta de pré-natal; mas havia o prometido que marcaria um encontro com ele para podermos conversar. Harry, ao invés disso, me deu o endereço de sua casa, e eu fui.

— Céus, ele já é um pequeno feto — brinquei e Harry me deu um tapa no braço, rindo junto comigo.

Ficamos em silêncio por um tempo, ele ainda segurando as fotos e eu as olhando, pensando no que dizer para. Havia tanta coisa, tantas perguntas...

— Você pensa em contar para seus pais quando? — foi Harry quem acabou com o silêncio. Eu o olhei no mesmo instante, vendo seus olhos verdes já grudados em mim me encarando. Suspirei e tirei a pasta de sua mão, fechando-a e pondo-a de lado.

— Eu não sei — admiti. — Preciso arrumar um emprego e um apartamento, para começar.

— Por quê?

— Porque meus pais são rigorosos, Harry — desviei meu olhar do seu por um instante. — Eles me amam e me apoiam, mas tenho certeza que é porque eles nunca tiveram de fato um problema comigo.

— E isso quer dizer...

— Eles me expulsariam no segundo que descobrissem a gravidez.

— Mas não é você o grávido — ele rebateu com um sorriso pequeno nos lábios.

— Mas a responsabilidade é a mesma. Sou tão pai quanto você.

O sorriso pequeno de Harry desapareceu. Tomei liberdade de entrelaçar seu pescoço com meus braços e me aconchegar em seu ombro, respirando profundamente o seu cheiro de morango.

Havíamos dado um passo a frente no quesito "intimidade" depois do beijo que eu dera nele há um mês, no consultório. Ele havia tomado mais liberdade para roubar selinhos meu, e eu havia criado mais coragem em estar ao seu lado e não limitar meus carinhos a apenas mãos entrelaçadas.

Entretanto, a nossa relação ainda era uma incógnita. Transamos, ok. Gostamos um do outro, ok. Estamos esperando um filho, ok. Beijávamos e nos acariciávamos, ok. Mas que a soma disso tudo significava? Eu não tinha coragem de perguntar e Harry também não se pronunciava, então eu deixava tudo do jeito que estava, por mais que aquilo me remoesse todos os dias.

O fato era que eu tinha um pouco de medo de Harry estar fazendo tudo aquilo apenas por estar grávido de mim. Estou certo que ele disse que eu era especial, mas sinceramente, será que eu era o único? Se ele não estivesse grávido de mim, será que me procuraria algum tempo depois? Será que largaria o seu trabalho? Será que seria exclusivamente meu?

Eu não sabia, e nunca iria perguntar. Talvez por medo, medo da resposta ser dolorosa demais para mim.

Mas havia uma coisa sobre Harry: ele adivinhava as coisas. Ele sabia o que eu sentia apenas por minha respiração, e assim sabia tudo o que eu guardava para mim.

E foi por isso que ele disse:

— Fico feliz que tenha sido você, e talvez eu soubesse desde o primeiro segundo que você era o cara. Não aquele milionário que pagaria a maior fortuna do mundo para Simon apenas para me ter; mas sim o que me faria querer sair da vida por conta própria.

Meu coração se aqueceu com suas palavras. Eu sorri, por mais que ele não pudesse me ver, e aproximei-me mais do seu pescoço para lhe dar um beijo. Harry não deixou por isso e afastou meus braços dele só para poder pular em meu colo no segundo seguinte. Sorri novamente e, completamente extasiado pelo cheiro e pelo resto de Harry Styles, puxei sua nuca para mim e grudei nossos lábios num beijo delicioso.

I'M HAVING YOUR BABY || larry (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora