Capítulo 8 - Modo de Luta

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Ao sair da classe encontro com o professor na porta, o cumprimento com a cabeça e continuo andando. Vou até o banheiro e encontro Griselda se maquiando no espelho, me aproximo da pia colocando a mão debaixo da torneira. Abro a água esfiando minha mão, "Isso dói...".

_ Deixa eu adivinhar... As "pupilos" te encheram o saco não foi? - diz passando o batom e a olho. Sorrio gentilmente e seco minha mão. - Elas fazem isso com toda novata, isso também ocorreu comigo, fizeram meu cabelo cair... Aí eu fiz elas perderem a voz - ri.

_ Eu ia falar tudo o que pensava delas, mas, chamar de: "Puta, Piranha e Desgraçada" não iria ajudar... Ou ia? - olho meu reflexo e nós duas rimos. - Queria que tivesse ficado na minha sala...

_ Claro, eu também queria ficar na mesma sala que os "Príncipes do Submundo", mas quer saber? Que tal a gente lanchar juntas? Eu vou até sua sala! - ela me olha animada e não consigo resistir, retribuo com um sorriso para ela. Ela sai e se despede mandando um beijo. "Garota legal..."

_ "Atenção... A aluna Jelliel da sala 2-A, favor comparecer a direção. Repito... A aluna Jelliel da sala 2-A, favor comparecer a direção" - a caixa de som diz e saio do banheiro. "Logo no meu primeiro dia... Aquelas criaturas repugnantes do submundo, desgraçadas...".

Ando pelo corredor com todos me encarando, uns por admiração e outros por inveja, os ignoro e continuo meu caminho. Parecia mais um castelo do que um instituto, tudo era feito de mármore e decorado com pinturas ou estátuas caras, "Tsc... Eles podiam alimentar a África inteira só com metade de isso aqui...". Sem querer escuto um pensamento que me chama a atenção: "Que bom que voltou... Não se lembra de mim? Sim, você, continuo linda com esses cabelos de neve, e fria também", me viro e procuro a pessoa. Olho para o jardim e percebo alguém, um garoto aparentando ter a mesma idade que eu, tinha olhos verdes como esmeraldas e seu cabelo parecia brilhar como o Sol, "Finalmente me achou... Quem sou eu? Se disser pode vir até aqui, mas se errar... Desapareço.". De Repente, uma lembrança passa diante dos meus olhos, eu pequena brincando com Ariel e um garoto igual a ele no meio de um roseiral, relembro seu nome.

_ Ga-Gabriel? - gaguejo falando baixo e o garoto afirma com a cabeça. Não sei o que acontece comigo, mas sinto uma imensa alegria, sorrio radiante e até brilho um pouco. Pulo do parapeito e todos me encaram chocados e curiosos, corro até ele pelo jardim, o mesmo abre os braços. Vou mais rápido e te abraço, sinto suas mão na minha cintura e me gira no ar rindo. Me coloca no chão e rio, mas toda felicidade dura pouco e Cam aparece acompanhado de Mika.

_ Não era para você estar na direção? - diz Cam friamente e seus olhos ficam dourados. Me puxa colocando atrás dele. - Nunca mais se aproxime dele. Mikael. - Cam ordena e Mika me segura puxando-me de volta para o Intituto.

_ Não! Pare! Deixa ele! - grito em vão. Chuto Mika e corro ficando entre Cam e Gabriel - Se você machucá-lo ou encostar em um fio de cabelo dele, eu te mato. - digo friamente encarando Cam. Ele para e me olha irritado como se fosse me matar, dá um passo para trás e Mika logo se junta ficando ao seu lado.

_ Desculpa por isso, Jel... - diz pegando numa mecha do meu cabelo, ele era o único além de Ariel que sabia meu apelido. Sorri e me fita com aqueles olhos radiantes - Eu te vejo depois... Não quero te encrencar, então se comporta. - beija minha bochecha e me abraça sussurra em meu ouvido: "Não quero que eles te toquem novamente...". Me solta e desaparece.

Encaro chocada ao ver que foi embora, passo a mão no rosto, onde fui beijada, e me viro voltando para a escola. Com raiva mostro uma expressão facial fria como gelo e me encaminho para a direção, paro diante da porta e a mesma se abre sozinha. Era bonito, tinham várias estantes lotadas de livro e tudo decorado com pinturas, duas poltronas macias verde-água e uma mesa feita em madeira muito bem detalhada. Jenna e Marcos me olhavam com reprovação, enquanto o resto estava me encarando como se fosse um animal em exposição. Expliquei o que aconteceu na sala e todos riem. Me contam que acharam incrível, o fato de ter conseguido lançar um feitiço só lendo no livro e com a marca da limitação, e que na verdade fui chamada ali por causa das minhas habilidades.

_ Você realmente consegue dizer o que cada "pessoa" é somente a olhando? - um cara alto com uma tatuagem ou marca enorme no braço fala. - Se for verdade, nos diga o que somos - sorri me desafiando, continuo com uuma expressão fria e cortante. Aponto para ele.

_ Você é um lobisomem também, irmão do Marcos, titio Luke. - digo fria e sorrio de lado desafiando, ele me retribuo um sorriso e soca de leve o ombro de Marcos. Vou apontando para cada um e dizendo sua criatura inferior. - Bruxa, Vampiro, Híbrido, Nephilim e... Anjo - me olham espantados quando digo anjo encarando a janela atrás da mesa. Era Gabriel com suas asas abertas sorrindo para mim. - Anjo...

Todos olham para janela, mas não o vêem, caio de joelhos sorrindo. "Venha comigo Ariel nos espera... Me sua mão...", começo a andar em direção a janela e fico de pé na beirada. Luke tenta me segurar mas forma um escudo com a aura azul me protegendo deles. Gabriel se torna visível a todos e os mesmo se espantam. Alcanço a mão de Gabriel e uma luz branca me envolve, minhas roupas mudam assim como a cor dos olhos (foto do capítulo). Vôo com o mesmo para o alto mas a marca nas minhas costas brilha ficando azul e começo a cair. Jenna corre para me pegar, mas Marcos vai primeiro e salta me agarrando no ar, ajoelha comigo no colo.

_ Filha! Filha! - fala sem parar preocupado e volto ao normal. "Acordo para a realidade" e vejo eles me encarando. - Graças a Deus você está bem...

_ Claro que estou porque estão me olhando desse jeito? - Levanto e ajudo-o a se levantar. - Eu tinha visto Gabriel antes e ele apareceu aqui de novo...

Depois de contar o que vi e de uma longa conversa sobre minha segurança, volto para sala acompanhada novamente por Cam e Mika. Entro com todos me encarando, me sentando no mesmo lugar. Cam se senta atrás de mim e Mika do lado, de acordo com que falaram, são "para me proteger". Me desculpo pelo chute e Clarys, acompanhada pelas gêmeas volta, na mminha mesa.

_ Achou que ia escapar né? Como ousa me lançar um feitiço vergonhoso como aquele?! - Meus "guardiões" se levantam e faço sinal para se sentarem novamente. A encaro friamente. - E como assim "segunda"?! Eu sempre fui a primeira!

_ 1: Você começou enchendo a porra do saco. - digo com uma voz cortante e ela começa a ter medo. Olho para as gêmeas - 2: Se interromperem, eu lanço um feitiço eterno, "Mesmo que eu não saiba fazer isso" - completo a frase na cabeça. Volto a encarar Clarys - 3: Nunca foi a primeira, era só porque eu ainda não podia ser revelada. e 4: Se continuar me implicando vou mostrar a força da primeira. - Me olha com raiva e me dá um soco na cara fazendo eu virar o rosto.

_ Você nem é tão forte assim... Eu te acertei. - Sorri como se fosse vitoriosa. Mando uma mensagem por telepatia: "Não deveria ter feito isso...". Ela tenta me socar e seguro seu pulso com força. Soco seu estômago fazendo cair junto com a carteira no chão. "Que comece a diversão...", Fico por cima dela e estalo os dedos...

No Angels: O Começo De Tudo...Onde histórias criam vida. Descubra agora