Ao sair da classe encontro com o professor na porta, o cumprimento com a cabeça e continuo andando. Vou até o banheiro e encontro Griselda se maquiando no espelho, me aproximo da pia colocando a mão debaixo da torneira. Abro a água esfiando minha mão, "Isso dói...".
_ Deixa eu adivinhar... As "pupilos" te encheram o saco não foi? - diz passando o batom e a olho. Sorrio gentilmente e seco minha mão. - Elas fazem isso com toda novata, isso também ocorreu comigo, fizeram meu cabelo cair... Aí eu fiz elas perderem a voz - ri.
_ Eu ia falar tudo o que pensava delas, mas, chamar de: "Puta, Piranha e Desgraçada" não iria ajudar... Ou ia? - olho meu reflexo e nós duas rimos. - Queria que tivesse ficado na minha sala...
_ Claro, eu também queria ficar na mesma sala que os "Príncipes do Submundo", mas quer saber? Que tal a gente lanchar juntas? Eu vou até sua sala! - ela me olha animada e não consigo resistir, retribuo com um sorriso para ela. Ela sai e se despede mandando um beijo. "Garota legal..."
_ "Atenção... A aluna Jelliel da sala 2-A, favor comparecer a direção. Repito... A aluna Jelliel da sala 2-A, favor comparecer a direção" - a caixa de som diz e saio do banheiro. "Logo no meu primeiro dia... Aquelas criaturas repugnantes do submundo, desgraçadas...".
Ando pelo corredor com todos me encarando, uns por admiração e outros por inveja, os ignoro e continuo meu caminho. Parecia mais um castelo do que um instituto, tudo era feito de mármore e decorado com pinturas ou estátuas caras, "Tsc... Eles podiam alimentar a África inteira só com metade de isso aqui...". Sem querer escuto um pensamento que me chama a atenção: "Que bom que voltou... Não se lembra de mim? Sim, você, continuo linda com esses cabelos de neve, e fria também", me viro e procuro a pessoa. Olho para o jardim e percebo alguém, um garoto aparentando ter a mesma idade que eu, tinha olhos verdes como esmeraldas e seu cabelo parecia brilhar como o Sol, "Finalmente me achou... Quem sou eu? Se disser pode vir até aqui, mas se errar... Desapareço.". De Repente, uma lembrança passa diante dos meus olhos, eu pequena brincando com Ariel e um garoto igual a ele no meio de um roseiral, relembro seu nome.
_ Ga-Gabriel? - gaguejo falando baixo e o garoto afirma com a cabeça. Não sei o que acontece comigo, mas sinto uma imensa alegria, sorrio radiante e até brilho um pouco. Pulo do parapeito e todos me encaram chocados e curiosos, corro até ele pelo jardim, o mesmo abre os braços. Vou mais rápido e te abraço, sinto suas mão na minha cintura e me gira no ar rindo. Me coloca no chão e rio, mas toda felicidade dura pouco e Cam aparece acompanhado de Mika.
_ Não era para você estar na direção? - diz Cam friamente e seus olhos ficam dourados. Me puxa colocando atrás dele. - Nunca mais se aproxime dele. Mikael. - Cam ordena e Mika me segura puxando-me de volta para o Intituto.
_ Não! Pare! Deixa ele! - grito em vão. Chuto Mika e corro ficando entre Cam e Gabriel - Se você machucá-lo ou encostar em um fio de cabelo dele, eu te mato. - digo friamente encarando Cam. Ele para e me olha irritado como se fosse me matar, dá um passo para trás e Mika logo se junta ficando ao seu lado.
_ Desculpa por isso, Jel... - diz pegando numa mecha do meu cabelo, ele era o único além de Ariel que sabia meu apelido. Sorri e me fita com aqueles olhos radiantes - Eu te vejo depois... Não quero te encrencar, então se comporta. - beija minha bochecha e me abraça sussurra em meu ouvido: "Não quero que eles te toquem novamente...". Me solta e desaparece.
Encaro chocada ao ver que foi embora, passo a mão no rosto, onde fui beijada, e me viro voltando para a escola. Com raiva mostro uma expressão facial fria como gelo e me encaminho para a direção, paro diante da porta e a mesma se abre sozinha. Era bonito, tinham várias estantes lotadas de livro e tudo decorado com pinturas, duas poltronas macias verde-água e uma mesa feita em madeira muito bem detalhada. Jenna e Marcos me olhavam com reprovação, enquanto o resto estava me encarando como se fosse um animal em exposição. Expliquei o que aconteceu na sala e todos riem. Me contam que acharam incrível, o fato de ter conseguido lançar um feitiço só lendo no livro e com a marca da limitação, e que na verdade fui chamada ali por causa das minhas habilidades.
_ Você realmente consegue dizer o que cada "pessoa" é somente a olhando? - um cara alto com uma tatuagem ou marca enorme no braço fala. - Se for verdade, nos diga o que somos - sorri me desafiando, continuo com uuma expressão fria e cortante. Aponto para ele.
_ Você é um lobisomem também, irmão do Marcos, titio Luke. - digo fria e sorrio de lado desafiando, ele me retribuo um sorriso e soca de leve o ombro de Marcos. Vou apontando para cada um e dizendo sua criatura inferior. - Bruxa, Vampiro, Híbrido, Nephilim e... Anjo - me olham espantados quando digo anjo encarando a janela atrás da mesa. Era Gabriel com suas asas abertas sorrindo para mim. - Anjo...
Todos olham para janela, mas não o vêem, caio de joelhos sorrindo. "Venha comigo Ariel nos espera... Me dá sua mão...", começo a andar em direção a janela e fico de pé na beirada. Luke tenta me segurar mas forma um escudo com a aura azul me protegendo deles. Gabriel se torna visível a todos e os mesmo se espantam. Alcanço a mão de Gabriel e uma luz branca me envolve, minhas roupas mudam assim como a cor dos olhos (foto do capítulo). Vôo com o mesmo para o alto mas a marca nas minhas costas brilha ficando azul e começo a cair. Jenna corre para me pegar, mas Marcos vai primeiro e salta me agarrando no ar, ajoelha comigo no colo.
_ Filha! Filha! - fala sem parar preocupado e volto ao normal. "Acordo para a realidade" e vejo eles me encarando. - Graças a Deus você está bem...
_ Claro que estou porque estão me olhando desse jeito? - Levanto e ajudo-o a se levantar. - Eu tinha visto Gabriel antes e ele apareceu aqui de novo...
Depois de contar o que vi e de uma longa conversa sobre minha segurança, volto para sala acompanhada novamente por Cam e Mika. Entro com todos me encarando, me sentando no mesmo lugar. Cam se senta atrás de mim e Mika do lado, de acordo com que falaram, são "para me proteger". Me desculpo pelo chute e Clarys, acompanhada pelas gêmeas volta, na mminha mesa.
_ Achou que ia escapar né? Como ousa me lançar um feitiço vergonhoso como aquele?! - Meus "guardiões" se levantam e faço sinal para se sentarem novamente. A encaro friamente. - E como assim "segunda"?! Eu sempre fui a primeira!
_ 1: Você começou enchendo a porra do saco. - digo com uma voz cortante e ela começa a ter medo. Olho para as gêmeas - 2: Se interromperem, eu lanço um feitiço eterno, "Mesmo que eu não saiba fazer isso" - completo a frase na cabeça. Volto a encarar Clarys - 3: Nunca foi a primeira, era só porque eu ainda não podia ser revelada. e 4: Se continuar me implicando vou mostrar a força da primeira. - Me olha com raiva e me dá um soco na cara fazendo eu virar o rosto.
_ Você nem é tão forte assim... Eu te acertei. - Sorri como se fosse vitoriosa. Mando uma mensagem por telepatia: "Não deveria ter feito isso...". Ela tenta me socar e seguro seu pulso com força. Soco seu estômago fazendo cair junto com a carteira no chão. "Que comece a diversão...", Fico por cima dela e estalo os dedos...
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No Angels: O Começo De Tudo...
AdventureJolie era apenas mais uma criança adotada que no auge da adolescência não possui nenhuma memória de antes dos oito anos de idade, não ligava para isso. Havia acabado de se mudar com seus pais adotivos, vida normal, pais normais, rotina normal, bem a...