O mesmo pontinho de luz surge novamente e começo a questionar minha sanidade. Dessa vez não tento alcançá-la, cansei de correr atrás, agora que já cumpri meu objetivo: Proteger quem eu amo. Não preciso mais viver nesse mundo, talvez não seja bem vinda no céu, mas também não vou para o inferno, talvez fique vagando por aí...
Mas a luzinha não foi embora, ela veio até mim e escutei sons estranhos, um "bip" contínuo, vozes de pessoas familiares e abro os olhos lentamente com a visão embaçada. Quando abro os olhos totalmente olho em volta tentando assimilar tudo o que aconteceu, a luta, os rostos preocupados deles, minha irmã e por fim a morte de meu pai.
_ Pensei que nunca iria acordar... - viro na direção da voz e encontro com o rosto molhado pelas lágrimas de Gabbe.
_ Gabriel... - digo baixo com um pouco de dificuldade, me sentia fraca. Rapidamente me abraçou desesperado, sorrio com esforço, meio fraca tento retribuir, colocando os braços na sua cintura.
_ Nunca mais tente lutar sozinha! - diz com um pouco de raiva no meu ouvido e rio baixo.
Alertou a todos que tinha acordado e me contou, estava há 5 dias internada inconsciente e ele sempre vinha me visitar, graças aos bruxos a escola foi reconstruída e já está funcionando normalmente. Uma coisa que me contou da qual fiquei surpresa, Mika começou a namorar a Gellyah, a gêmea bruxinha, ela não era má, na verdade só fazia aquelas coisas por causa da Clarys. Jenna e Marcos são realmente casados e Luke estava de caso com uma das No Angels.
Passaram-se uma semana assim, Gabbe aparecia para me alimentar e contava todas as fofocas do momento, fazia fisioterapia e já podia andar sozinha. Hoje finalmente, recebi alta e saí do quarto, pus meu novo uniforme (foto do capítulo), pois agora faço parte dos Selecionados, turma especial para candidatos a No Angel.
Encontro com Gabriel do lado de fora, sorrio para ele que me analisa de cima abaixo com cara de safado, dou um tapa de leve em seu ombro e passo meu braço pelo seu entrelaçando nossas mãos, afinal ainda não recuperei todo meu equilíbrio e poderia como uma pateta cair no chão.
Respiro fundo e ando junto a ele pelo corredor, alguns alunos sorriem para mim, mas o que me surpreende foi quando passei no corredor principal e todos bateram palmas ao me ver, gritando coisas como: "Mandou bem!", "Rainha Branca domina!" ou "Obrigado por nos salvar!". Sorrio emocionada com a gratidão de todos e reverencio me apoiando no Gabbe, continuo andando e dou de cara com uma cena inimaginável: Cam abraçado a Clarys. Me aproximo e sorrimos uns para os outros.
Entro na sala e Gabriel me acompanha, sentamos perto da janela, chamando a atenção de todos, pois ele não tinha estado na sala de aula ainda e vamos confessar que ele é um gato! Ah sim! Há dois dias atrás ele me pediu em namoro, foi muito lindo. Acendeu várias velas pelo quarto e espalhou pétalas de margarida pelo mesmo formando um enorme coração, surgiu na minha frente e ajoelhou abrindo uma caixinha de veludo com as alianças dentro, se declarou e eu aceitei. Bem... Depois a gente... Vocês sabem né? Suspiro olhando para ele relembrando tudo o que passamos juntos.
_ Está pensando em que? - pergunta também me fitando com aquele incrível sorriso de lado que me deixa sem fôlego.
_ Na gente e em como eu amo você. - me declaro segurando seu rosto nas mãos e colo nossos lábios num selinho demorado. O sinto retribuir e paro ao escutar a sala fazer um "Auwnnnnnnnn" em coro. Fico envergonhada e ele morde minha bochecha.
E ele se senta na carteira atrás de mim, mexendo no meu cabelo e enrolando-os nos dedos quando as aulas começam. Bem, agora que minha vida se estabilizou, desejo que continue assim para sempre... Mas ainda assim, queria minha irmã e minha mãe junto de mim... Provavelmente estão num lugar melhor...
Em algum lugar perto dali...
_ Me aguarde Jelliel Saints Gremory... - diz com um sorriso tenebroso no rosto. - O fim... É apenas o começo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Angels: O Começo De Tudo...
AdventureJolie era apenas mais uma criança adotada que no auge da adolescência não possui nenhuma memória de antes dos oito anos de idade, não ligava para isso. Havia acabado de se mudar com seus pais adotivos, vida normal, pais normais, rotina normal, bem a...