Lhes Apresento... O Mundo 🏠❤

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" Olá, bom dia. Seja muito bem vindo a casa coração. Sinta-se confortável" Digo e o jovem alto, corpo volumoso e roupas largadas, sorri concordando.

" É uma bonita casa. Já tive uma algum dia, mas, ela acabou sendo queimada em um incêndio e não me importo mais em reconstrui-lá" Ele diz.

" A Casa Coração é muito importante, o Escritor construiria ela mil vezes se assim fosse necessário. Se quiser, o filho dele é carpinteiro, mas, tem mão boa para tudo. Pode ajudar com a reforma" Consolador revela os dotes do Senhor Cordeiro.

" Ahh, não acredito em pessoas que são boas em tudo. Mas, é até engraçado ouvir sobre um jardineiro que entende de incêndios" Ri em forma de zombaria. Ele era tão diferentemente incrível, trazia um mistério em sua voz que poderia fazer as paredes da casa "Coração" estremecerem.

"Ele é carpinteiro. Quer dizer, jardineiro também. Mas, Cordeiro costuma cuidar do Jardim de nossa casa, quer conhece-lo?" Lhe questiono.

" Sonhadora, não acha que deveríamos esperar ele primeiro dizer o nome. Nem mesmo o conhecemos direito e já permitimos entrar na nossa casa?"
Consolador me orienta. Por que não o levaram para viajar?

" Consolador, para de ser preconceituoso. Eu sei que as roupas e o modo de falar dele são diferentes do nosso, tudo bem...ele parece cético, mas, ao conviver aqui entenderá o quanto esse lugar é importante."

"Iria adorar conhecer, o jardim" Seguimos até o fim da casa, enquanto lhe mostro todos os cômodos e ele sorri animado com a demonstração.

" Bom, aquela é a árvore dos Rubis, por favor não toque ou Cordeiro ficará triste. Sabe, essa árvore é o xodó dele aqui na casa "Coração".

" Eles são lindos, tão brilhantes. Sabe, na minha antiga casa eu até tinha alguns, mas, não eram tantos. Eles tem nomes?" O ser misterioso, indaga.

" Tem sim!" Consolador exclama. Eu sorrio o afastando e seguindo até o jovem ainda sem nome para mim.

" Os nomes são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, inocência e o meu preferido...pureza"

" Ah, é lindo mesmo" Diz tocando em minha mão. Confesso que acabara ficando envergonhada com tal gesto. Nada entendia sobre aquele sentimento que parecia brotar em mim. "Olhe, tem um novo Rubi nascendo. Ele parece ter um nome"
Consolador dirige seus olhos para o Rubi, assim como eu. Tinha por nome: "Ilusão".

" Nunca havia visto este em nenhum lugar que conheço. Sabe o que é Consolador?" Pergunto e os olhos de Consolador se encontram marejados.

" Acredito que devo contar ao Escritor sobre este novo Rubi, não me parece algo bom" Ele diz.

" Na verdade é sim, eu tinha na minha outra casa" O novo morador diz.

"Talvez seja por isso, que sua antiga casa tenho acabado queimada"
- Consolador diz cruzando os braços.

" Ele só está brincando. Esqueci de lhe dizer, mas, Consolador é um homem muito alegre. Ele sempre me faz sorrir quando estou para baixo"

" Bom, não importa para mim este novo Rubi. Na verdade, fiquei apaixonado pelo "Inocência".

" Sim, ele é lindo. Vamos entrar, o senhor já pode ficar aqui. Custa apenas "míseros carinhos e falsas esperanças"

" Por que está cobrando tão barato? Sonhadora, você sabe que essa casa vale muito mais. Por que não cobra respeito e amor?"

" Por que eu não quero perder meu primeiro e se possível, único morador. Vou perguntar qual cômodo ele mais ficará" Susurro seguindo ao encontro do jovem, que já se sentou no sofá, derrubou as rosas frescas e pôs os pés sobre a mesa de centro.

" Ei, Sonhadora. Que tal me fazer um bom prato de fritas e trazer qualquer cerveja barata"

" Nós não temos cervejas" Digo.

" Eu trouxe, estão dentro de minha mochila. Ela está em cima deste pendurador qualquer"

"Isso se chama comunhão! Sonhadora, ele quebrou a comunhão, com essa mochila cheia de coisas que não irão acrescentar nada na casa"
Consolador não se sentia bem com aquela situação, mas, eu? Ahhh, era tudo tão novo e deliciosamente perigoso para mim.

" Aqui estão sua bebida e as batatas, quer algo mais?" Pergunto. Consolador segue para o andar de cima.

"Me deixe tocar naquele Rubi, da inocência"

" Ah me desculpa, não sei se devo fazer isto. Quer dizer, parece normal, mas, o Escritor não permitiria" Falo triste. Eu queria permitir, mas, imaginava o quanto isto magoaria Cordeiro, ele cuidou com tanto zelo para que cada um daqueles Rubis crescessem, não poderia correr o risco de destruí-los.

" Você não queria escrever sua própria história? Nada como uma aventura para começarmos um bom prólogo"

" Tudo bem, eu irei permitir. Mas, tome muito cuidado, a inocência é muito importante para o Escritor"

" Eu nunca faria nada que lhe colocasse em apuros, com esse Senhor Escritor" Fala e aceito. Seguimos até a árvore e os olhos do jovem brilham, enquanto os intercala entre mim e o maravilhoso Rubi. "Ahh, ele é belíssimo. Fico imensamente feliz que me permitiu morar aqui, você é incrível e saber que tenho essa inocência ao alcance de minhas mãos" Fala tocando sobre o Rubi, passeando com suas mãos por cada extensão dele e de forma brusca o arranca da árvore, fazendo outro nascer logo em seguida com o nome "Malícia". Meu corpo se desfalece, desabo ao chão caindo em cima de uma poça de lama, sujando meu lindo vestido branco que ganhara do
Escritor em meu aniversário de onze anos, Cordeiro me pega nos braços e leva-me para o quarto no fim do corredor, Consolador já se encontra lá se preparando para me fazer sorrir quando eu acordasse, Escritor caminhava na frente da porta de um lado para o outro e ouço de longe o rapaz gritar em auto e bom som...

"Esqueci de dizer, meu nome é MUNDO!"

Coração Aluga-Se - CONTO 5 Capítulos Onde histórias criam vida. Descubra agora