Capitulo 4
Júlia narrando.
Acordei cansada e com uma dor de cabeça. Sentei-me na cama um pouco zonza, fui ao banheiro e tomei um banho vestindo uma roupinha de ficar em casa. Olhei no relógio, já era 14:00h. Como dormi tanto? As perguntas se esvaíram quando vi alguma coisa perto do relógio. Vi em cima do criado mudo um remédio e um bilhete.
“Que bom que acordou. Eu já fui pra NY, fique bem. Tome esse remédio, vai melhorar logo. Você dormiu demais e não está acostumada com toda essa bagunça de festa. Logo eu volto. Cuidado, ta bom?
Com amor, Louise.”
Sorri e tomei o remédio. Arrumei-me em instantes. Eu iria passar um tempo na ACA. Liguei pra Marie, e pedi pra ela organizar os meninos já que eu iria levá-los pra passear. Desci as escadas, e logo vi mamãe, fui dar um beijo na sua bochecha.
- Se divertiu, querida? Seu pai quase não dormiu lembrando-se de você. Passei a noite lembrando a ele que você já sabia se virar e ele não pareceu ficar satisfeito. – Eu gargalhei com vontade. Amo meu pai.
- Vou passear com as crianças da ACA, ta? Vou pedir ao Bruno pra ir me deixar, ele por acaso ta em casa?
- Não está, não o vi mais hoje. – Assenti pra mamãe agradecendo, peguei meu celular no bolso. Era estranho, quase nunca usava. Disquei e logo chamou.
- Oi minha princesa. – Ele falou todo risonho.
- Oi, onde está? Pode me deixar na ACA? Por favor.
- Estou na praça, venha aqui que eu vou deixar.
- Tudo bem, estou indo. – Falei desligando.
- E então, ele pode ir deixar? Sua irmã foi no carro, se não eu iria. – Eu sorri despreocupada. – Vai assim? Vamos, vou achar alguma coisa legal pra você vestir. E diferente. – Ela riu já me puxando pra cima. E eu a segui.
15 minutos depois eu estava pronta. Vestia um shortinho boy friend que valoriza minhas pernas, uma baby look do Super homem azul com um símbolo no meio. Um tênis azul e um óculos de sol. Sai de casa me achando diferente, não bonita. Mas diferente. Caminhava com as mãos nos bolsos, estava frio essa tarde mas o sol brilhava vivido e emanava calor.
Senti minha barriga embrulhar ao ver varias pessoas na praça. Senti vontade de voltar e ir pra casa, mas eu disse que iria. Suspirei chegando lá. Antes de chegar, Matthew que estava rindo levantou a cabeça dando de cara comigo. Ele me analisou dos pés a cabeça e parou de rir. Seu olhar era intenso, o vi limpar a garganta e passar a língua sobre os lábios. Havia ele me achado feia? Estava tão mal assim? Por que tanto choque afinal? Olhei de relance minha roupa, e engoli no seco. O olhei confusa, e me aproximei timidamente de Bruno sabendo que ele iria dar um showzinho.
- Oiii minha linda. – Bruno falou e me abraçando na cintura. Escandaloso. Todos prestaram atenção, e eu baixei a cabeça com vergonha sentindo minhas bochechas corarem.
- Vamos? – Falei baixinho. – Oi gente. – Falei não tão alto, tentando ser educada. Responderam a maioria em couro.
- Poxa, tem mesmo que ir? E nooooooooooooooooossa, ta muito linda. Tinha que ser imã de quem é. – Sorri sem graça. – Eu não to de carro, meu bem. Mas, você pode ficar aqui. - Bufei chateada.
- Eu sabia que não poderia confiar em você. Bastava dizer que não podia Bruno. Poxa. – Sai andando magoada, pegaria um ônibus então. Virei à esquina e me sentei na parada de ônibus. Alguns minutos depois, um carro se aproximou, e baixou o vidro ao parar meu lado.
- Vamos, eu posso te deixar seja lá onde for. – Eu virei à cabeça pra confirmar se era Matthew quem estava me chamando. – Vai, não vou te morder, nem te fazer mal. Entra aí. – Ele falou destravando as portas.