7. †

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Passaram dois meses desde que visitei o Sean pela primeira vez no reformatório. E última. Faltei a cada minuto de aula desde esse momento. Desliguei do mundo. Já nada importa, a minha vida está uma total merda. Já não choro. As lágrimas secaram quando a Isa morreu. Estou tão farta de tudo que às vezes até penso em como é que não me suicidei quando ela morreu. Todo o gangue andava a trás de mim, tentando que eu não provocasse a minha própria morte. Só o Sean compreendia. Partilhavamos toda a dor. Foi como se a Isa tivesse levado toda a felicidade das nossas vidas para aquele caixão de madeira.

Ando a maior parte do dia a vaguear com o skate e a fumar tanto quanto possível. As pessoas olham para mim de lado, coisa que eu adoro. Adoro sentir-me diferente. Adoro que as pessoas me reconheçam como diferente. Decidi pintar o cabelo e comprar um iPod, porque o meu telemóvel não tem mais espaço para música. Fui até à base e levei 500 dólares para comprar tudo. Todos tentaram falar comigo, Zayn estava completamente desesperado. Eu sabia que estava a ser má. Quando eu fui visitar o Sean, ele disse que se o Malik provasse que gostava realmente de mim eu deveria aproveitar. Porque a Isa morreu e o Sean sente que não aproveitou todo o tempo com ela. Como se o Zayn se comparasse à Isa. Como se alguém se comparasse à Isa. De qualquer maneira o Zayn não é a pessoa certa para mim. Consigo senti-lo.

De qualquer maneira, quando o Sean me disse isso eu fiquei num estado de negação, nada parece real. Embora eu saiba que tudo é real. O Andrew ligou-me a dizer que conseguiu fechar o negócio e que vamos ganhar dez mil libras. Isso entuaiasmou-me e acho que me podia dedicar ao gangue. A tempo inteiro. Como o Andrew.

♣♠♥♦

Cheguei à conclusão que simplesmente são demasiados sentimentos. Eu sinto demasiada coisa. Quero o Zayn, não quero o Zayn, quero abraçar o Sean, nunca mais o quero ver, quero espancar o Andrew e quero juntar-me a ele. A minha vida está tão confusa. O que hei de fazer? O que considero certo? Para dizer a verdade, está tudo errado.

Fui até ao reformatório, para falar com o Sean. Não sei porquê, mas a minha mente adora fazer coisas sem sentido.

Entrei na sala de visitas, contemplando outras mesas com adolescentes de ar duro a olhar para mim como se eu os tivesse insultado. Sean, o idiota, esperava-me numa mesa longínqua. Caminhei lentamente, a olha-lo nos olhos.

"Não apareces há dois meses." atirou ele.

"Bom dia para ti também." retorqui, acendendo um cigarro.

"Não podes fumar cá dentro." disse ele, desviando o olhar.

"Tu também não podias andar a carregar erva sozinho e mesmo assim ignoraste tudo e todos." ele calou-se, focando o seu olhar no chão. "Agora deixa-te de merdas e ouve-me."

Ele olhou, não gostando de eu o estar a mandar calar.

"Vais ficar aqui mais um ano, por isso não vais andar em lutas para ver se sais antes por bom comportamento." absorvi uma lágrima antes de continuar. "Tu não percebes que és a única coisa que eu tenho, Sean?"

"Porra, June! Vai falar com o Zayn, ele adora-te!" uma lágrima caiu. "Tu é que não ouves nada. Eu disse-te para falares com ele! Ele vem cá em todas as visitas possíveis, para me falar de ti. Para me contar o quanto tu sofres. Ao menos não o faças sofrer a ele!" desisti de tentar conter as lágrimas quando ele disse isto. Ele tinha razão. O meu ego apenas tinha sido demasiado grande para admiti-lo.

"Eu amo-te, Sean." levantei-me e comprimi o cigarro contra a mesa. "Eu amo-te como um irmão, seu idiota de merda." 

Saí da sala e fui até um cabeleireiro. Pintei o cabelo de cor-de-rosa e branco, em degradé. 

Comprei o iPod e comprei toda a música grunge que encontrei.

E fui ter com o Zayn. Chega de merdas.

♣♠♥♦

Tranquei-me com a música demasiado alta. Zayn chegaria em poucos minutos ao compartimento onde eu estava. Só nunca esperei que o fizesse embriagado. O cheiro repugnante do álcool sentia-se a dois metros de distância dele. Ele estava um pouco tonto. Deitei-o na cama, enquanto ele balbuciava o meu nome. Fui buscar um pequeno copo de água e num casaco. Despejei o líquido incolor por cima do casaco e precipitei-me a humedecer a cara de Zayn, que estava quase adormecido.

"June" repetiu ele, suspirando. Completamente tomado pelo álcool, envolveu a sua mão com os meus cabelos quando me debrucei sobre ele. "Estás linda." soluçou, envolvido na bebida. Ingnorei tudo até ele estar sóbrio, tomei conta dele e deitei-me, pensando que ele adormecera. "Porquê? Porquê eu, June?" ignorei as suas palavras, que vinham magoadas. A sua mão agarrou o meu braço, forçando uma resposta. Se eu respondesse, provavelmente começaria a chorar. Mas, quando me virei, soube que não ia responder. Os seus lábios nunca tinham parecido tão desejáveis. Tão suave, tão impotente. Nunca o tinha visto assim. Fascinou-me de certa forma, embora a minha mente continuasse a martelar, relembrando-me que eu provocara aquele sofrimento.

Metade de mim queria sentir o calor dos seus lábios envolvendo os meus, sentir o seu abraço e alimentar o desejo que me consumia. 

Porém, a outra metade de mim não queria aproximar-se dele. Simplesmente porque sei que o vou magoar. Não que eu queira. O meu humor nunca é constante e tenho a certeza que ele pode vir a sofrer as consequências disse.

Decidi ouvir a metade de mim que dizia para eu não me aproximar dele. Foi doloroso, acima de todo. Estar tão perto da sua pele quente e dos seus lábios rosados sem me aproximar mais.

Ele suspirou e adormeceu.

Hey Hey Hey

Com que então 1000 pessoas leram esta coisa. Nem sei como mas estou muito agradecida S2. A sério vocês são lindzz pá. É é. Este capítulo deve estar pequeno, não sei. Vou tentar escrever um com 3000 palavras para a próxima vez que publicar. Desculpem a demora, mas o mundo não é uma máquina de conceder desejos (oh God eu adoro o John Green S2)

black rose 

* 95 * { Zayn Malik }Onde histórias criam vida. Descubra agora