2ª parte - Jackson

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   - Ele não merece ela! Ele só vai fazer mal pra ela! Não pode ser assim! Ele é egoísta e controlador, ela é doce e se importa com os outros! Tá errado isso!
   - Calma Jack, é só uma série.
   - Mas isso acontece na vida real, tá errado! (Ele diz com água nos olhos)
   - Você tá chorando? (Pergunto quase rindo)
   - Não. (Ele diz com um bico e cruza os braços)
   - Você é tão precioso. (O abraço forte e ele fica parado) Não vai me abraçar? Não vai me abraçar? (Faço uma voz fofa e ele solta um sorriso)
   Me levanto e faço uma dança engraçada e desengonçada na frente dele e ele começa a sorrir mais. Seu bom humor já voltou e vou ao quarto e volto.
   - Pra que isso? (Ele pergunta apontando para o que está na minha mão)
   - Vou precisar disso caso o bebê chore né?
   - Não acredito que você vai fazer piada de bebê comigo. Um homem não pode chorar em paz?
   - Toma. (Jogo o objeto na sua direção e ele segura)
   - Uau, uma chupeta. Nossa que engraçado.
   - Lê. Em voz alta.
   - Estou chegando em mais ou menos oito meses papai... (Ele fica quieto por um momento) O que é isso?
   - Você vai ser pai.
   - Eu vou ser pai? Você tá brincando ou tá falando sério?
   - É sério, já tem um mês e uma semana mais ou menos.
   - Eu... é... eu vou ser pai. (Ele olha encantado para a chupeta e os dizeres como se fosse um tesouro precioso) Eu vou ser pai (seus olhos voltam a ser enchidos com lágrimas)
   - Sim, vai ser pai.
   Ando devagar até ele e ele se levanta me dando um abraço apertado e me olhando profundamente nos olhos.
   - Como se sente?
   - Eu vou ser pai. Você vai ser mãe. Mãe do meu filho. A mulher da minha vida vai me dar um filho. Eu me sinto ótimo! Me sinto além de ótimo... me sinto... não tem uma palavra que defina o que estou sentindo.
   Pelo resto das noites antes do nosso bebê nascer conversávamos e planejávamos tim-tim por tim-tim de como nosso filho iria se chamar, em qual colégio estudaria, faculdade e cada detalhe. A noite do seu nascimento chegou. Acordo no meio da noite e me levanto para fazer xixi. Volto para dormir e acordo um pouco depois com Jackson ainda deitado me perguntando:
   - Você fez xixi na cama?
   - Não.
   - Nem eu. Tá tudo molhado.
   - Que estr... Jackson? (Me levanto devagar e olho para ele com os olhos arregalados e ascendo a luz)
   - Sim...
   - A bolsa estourou. Me leva pro hospital.
   Ele pula pra fora da cama e pega a mala que já estava pronta há um mês.
   - Vamos devagar, segura minha mão.
   - Cadê a mala? Tá tudo aí?
   - Ta tudo certo, vamos? Devagar, devagar.
   Jackson dirige o mais cuidadoso possível e chegamos no hospital. Foi muito rápido para Daniel nascer com 3,45kg e 50cm.
   Jackson chora mais do que eu, sua mão treme quando encosta na minha cabeça e me dá um beijo na testa.
   - Quer segurar ele?
   Ele balança a cabeça que sim, então estendo para ele seu filho.
   - Oi Daniel, é seu pai. Pode chorar, eu vou estar aqui pra você quando você chorar. Todas as vezes. Pode contar comigo e com a sua mãe ok?

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