- Amiga ele tá vindo.
Sinto meu coração disparar e não sei o que fazer só quero sair correndo dali.
- Bom dia Amber, bom dia S/N.
- Bom dia Bambam. (Começamos a izemos juntas, mas a minha voz para no bom)
- Você tem que falar com ele.
- Nunca. Se quando ele passa por mim eu quase desmaio, imagina se eu falasse com ele. Eu ia ter um troço, infartar.
- Não vai nada. Seja confiante mulher! Convida ele pro baile de primavera.
- É quem disse que eu vou? Quem disse que ele vai dizer sim? Quem te garante que ele já não tem par?
- Eu sei que ele não tem par, mas a Lola pretende chamar ele hoje.
- Espero que se divirtam.
- Ah S/N, eu não acredito que você vai deixar a Lola convidar o seu homem pro baile de primavera.
- Ele não é meu homem. Ele é o cara mais amado dessa escola inteira, cada alma viva daqui conhece ele. Se ele ainda fosse arrogante dava pra arrumar um defeito, mas ele é muito simpático e tão carinhoso com as pessoas. (Digo mexendo no meu cabelo e suspiro no final)
- Você é muito apaixonada. Devia chamar ele.
- Eu não sei como.
- Descubra até o fim do dia antes que a Lola entre em ação. (Minha amiga diz entrando na sala de aula dela)
- Arrumar um jeito de chamar o Bambam pro baile de primavera, anotado.
No meio da aula preciso sair para ir ao banheiro, ao sair escuto barulho de choro e uma ligação. Vou me guiando pelo barulho até que encontro Bambam sentado na escada que dá para o terraço.
- Bambam? (Falo rápido e ele vira para mim com os olhos vermelhos)
- S/N? O que faz aqui?
- Escutei um barulho e vim ver quem era... o que houve?
- Nada demais, é só que... minha avó foi para o hospital pela terceira vez no mês. Tenho muito medo que alguma coisa aconteça com ela, principalmente que ela morra.
Me sento do seu lado devagar.
- O que ela tem?
- Alguma coisa no pulmão, não lembro o nome direito.
- Não tenha medo.
- Como não?
- É difícil, eu sei. Mas quando você não tem medo você entende melhor as coisas.
- Como assim?
- Ter medo da morte é uma das piores coisas. É ruim imaginar que uma pessoa que você ama não vai mais estar perto de você, mas é o ciclo da vida. Acontece com todo mundo. Pensa que ela já cumpriu a missão dela aqui. Ela é carinhosa?
- Sim, muito.
- Ela ensinou alguma coisa pra você?
- Praticamente tudo que eu sei.
- Ela te deixou uma marca, te cativou. Você não vai mais esquecer ela, por nada. Você a ama?
- Demais.
- Ela te ama?
- Demais.
- Isso não vai mudar. Nunca. Mesmo que você a perca, não vai ser realmente uma perda. Ela vai estar viva para sempre bem aqui. (Aponto para o lado do peito onde se encontra o coração)
- Vou tentar. Como fez pra pensar assim?
- Já passei por muitas perdas. Até que eu percebi que o meu medo só me deixava pior, então não tenho mais medo da morte. A encaro apenas como "a parte que o corpo se vai".
- Entendi. Obrigado por ficar aqui.
- É sempre bom ficar com você. Quer ir lavar o rosto?
- Vou.
Ele vai ao banheiro e volta com o olho ainda inchado, mas parece melhor.
- Está mais calmo?
- Sim, obrigado. Por tudo mesmo.
- Não foi nada. (Andamos devagar em direção a sua sala de aula)
- Então... você vai com alguém ao baile de primavera?
- Não. (Digo nervosa)
- Hm... o que acha de ir comigo?
- Acho ótimo.
- Ótimo então. Até o fim da aula. (Ela da um sorriso meio fraco)
- Até o fim da aula. (Assinto com a cabeça e sorrio de volta)