Capítulo 4

535 47 4
                                    


_ O que disse? 

Entrei no quarto e gritei.

A expressão de ambos eram de pavor. Estavam como se tivessem visto um fantasma.

_ Frederico fique calmo! Minha Nana dizia apavorada.

_ Ficar calmo?! Sorri. Calma?

_ Irmão me escute!

_ Não quero te escutar! Me diga! A quanto tempo vocês sabem disso?!

_ Não culpe seu irmão! Você lembra que ficou com raiva de mim porque contei à ele sobre seu passado?

_ Me lembro muito bem! Mas não é essa a questão aqui!
Quero saber a verdade!

_ Sei desde muito tempo! Muitos anos! Vicenta disse abaixando a cabeça.

_ Muitos anos?! Frederico passava aos mãos nos cabelos em desespero.

_ E nunca me disse! Ele a olhava com decepção.

_ Desde aquele dia que ela se foi, você entrou em uma depressão profunda e quando ela voltou, achamos que o melhor a se fazer era que a esquecesse!

_ E também você nunca permitiu que o nome dela fosse mencionado! O que queria que fizéssemos em Frederico?

_ Isso não significa que tinham o direito de ocultar isso de mim! Principalmente você Fabricio! Ter coragem de me mandar ali, naquele lugar!

_ E como eu poderia saber que você passaria a noite logo com Cristina! Eu jamais imaginaria que isso pudesse acontecer!

_ Nada os justificam! Mentiram para mim! Me enganaram!

Frederico disse e desceu as escadas correndo, o desespero tomava conta dele, não ouvia as súplicas de seu irmão e sua Nana.

_ Onde vai meu menino?!
O seguiram até o escritório.

_ Vou acertar as contas com esse passado! Vai ser hoje!
Ela não vai brincar comigo!

_ Frederico não faça isso! 
Fabricio entrou na frente.

_ Sai da minha frente! Anda!
Frederico apontou à arma à seu irmão.

_ Não Frederico! Não! Pelo amor de Deus! Vicenta disse entre eles.

_ Eu não quero fazer nada contra vocês!  Mas ela vai me pagar! Ela vai!

Frederico abaixou a arma e passou entre eles e foi até o carro, dirigiu até o Bordel.
Durante o trajeto mil coisas passava em sua cabeça, vozes gritavam em seu ouvido relembrando fatos do passado e do presente. Nele estava um ódio descomunal que nem ele sabia de onde surgiu, queria quebrar tudo para descontar a ira que sentia dentro de si.
Cristina estava de volta em sua vida! Meu Deus!
Chegou na porta e avistou um segurança ali, desceu e caminhou até ele.

_ Quero falar com a Dona!
Preciso vê-la urgente!

_ Sinto muito mas o senhor está proibido de entrar! São ordens lá de cima! Ele me disse com a cara fechada.

_ Sinto muito mas vou entrar!

Frederico tirou a arma e disparou na perna do homem ali e entrou disparando para cima assustando todos que estavam naquele lugar. As luzes foram apagadas com os tiros e o local se encheu de fumaça, Frederico subiu as escadas e tratou de deixar a parte de cima no escuro.
Foi até o quarto que esteve com ela, entrou e trancou a porta.
Ficou paralisado ao observá-la diante do espelho, sentada com os olhos fixos no dele.
Frederico estava queimando por dentro, estava furioso e sua respiração alteradissima.

A DONA  DO  BORDELOnde histórias criam vida. Descubra agora