Capítulo 3

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Fiquei confuso com a reação deles à minha resposta, Fabricio levantou e ajudou nossa Nana sentar na cadeira e eu os olhava sem entender.

_ O que foi Vicenta? Fui até ela e segurei suas mãos.

_ Ela não deve ter comido hoje! Fabricio interveu.

_ Então vamos comer! Anda!
Coloquei uma rosquinha em sua boca.

_ Eu preciso me retirar! Já estou bem! Obrigado filhos!
Ela olhou meu irmão com a cara de bem irritada.

_ Se precisar estaremos aqui!
Ele disse com a cabeça baixa.
_ O que será que aconteceu?

_ Não sei, deve ser uma fraqueza! Ele me respondeu.

_ Deve ser sim! Sorri.

_ É sério o que disse à nós sobre ontem?! Ele perguntou.

_ Claro! Tudo é verdade!
Eu fiquei com "A Dona do Bordel" .

_ E aí?! Como foi?! Ele falava angustiado.

_ Eu não a conheço, o quarto estava completamente no escuro! Mas foi espetacular! Há muitos anos não me sentia como ontem!
Sorri com safadeza.

_ Desde que esteve com...
Ele iniciou a pergunta.

_ Não quero que fale isso aqui! Já te disse!
Me levantei furioso.

_ Desculpe Frederico!
Ele sorriu sem graça.

_ Tenho que ir trabalhar!
E vá se deitar! Descansar! Nos vemos no almoço.
Saí e fui trabalhar.



***
As horas se passaram correndo e quando dei por mim já eram 15:00 hrs e não tinha ido almoçar. Também no café da manhã eu comi feito um touro. Como meu irmão tinha dito, eu gastei todas minhas energias na noite anterior. Não pude não voltar a recordar essa noite.

Decidi ir dar uma volta, subi no cavalo e fui à cachoeira pensar em tudo que estava acontecendo comigo. Ao observar a paisagem, veio à minha mente momentos vividos ali naquele rio.
Ali entre aquelas águas eu amei e fui amado com tanta intensidade que jamais poderia me esquecer.
Há anos eu conheci o amor e as circunstâncias me fez desejar nunca tê-lo sentindo tão forte dentro de mim. Durante esses anos carreguei a dor e o ódio de ter me envolvido, de ter sido usado como um nada, e ter sido abandonado.

Criei uma barreira entre mim e as pessoas para que nunca mais elas me enganassem e me ferissem como aquela mulher fez comigo.

Até quando eu seguiria sendo infeliz e fazendo quem eu amava infeliz também?
Queria ter o poder de arrancar meu coração do corpo com raiz e tudo para não recordar dela nunca mais! Aquela noite no Bordel com a quenga proprietária me trouxe tudo que eu lutava bravamente para esquecer.


***
Eram 18:00 hrs quando cheguei em casa e senti o cheiro do jantar, subi sem ser visto, tomei banho e me descansei um pouco. Levantei arrumei e decidi voltar ao lugar do meu passeio da noite anterior.
Fiquei na porta do recinto indeciso se entrava ou não, decidi entrar e fui direto ao bar,  pedi um drink e depois outro, como me preparando para fazer alguma coisa.
Zira me viu e veio até mim.

_ Pelo que vejo, o Senhor gostou da nossa casa! Até voltou! Ela sorriu.

_ Por mais que seja estranho, me agradou bastante o serviço da senhora de ontem! Voltei hoje para estar com ela

_ Te disse ontem que minha Senhora não atende os clientes! Ontem foi uma gentileza! Essa disse séria.

_ Pois eu só estou aqui por ela! E somente fico se for ela! Nenhuma outra! Disse alto e muito irritado.

_ Por favor Frederico! Você pode ter qualquer uma aqui!
Beber e fazer o que tiver vontade, até eu posso te acompanhar se quiser! Já que assim me deram ordens! Mas a Senhora não!
Foram ordens bem expressas

_ Vou subir e quero ver ela não me receber! Quero que me diga isso na minha cara!
Caminhei até as escadas para subir ao andar de cima disposto à ir até lá.

_ Não tem permissão Senhor!
Não me faça ter que agir com violência contigo! Zira falou me impedindo de subir as escadas.

Olhei ao redor e vi pessoas conhecidas me observando e voltei a mim. O que estava fazendo? O que me passava? Um dia atrás me embrulhava o estômago pensar em me deitar com quengas, e agora estava eu, como um louco querendo mais uma noite de prazer com uma desconhecida.

Dirigi até a minha casa pensando nas minhas loucuras e cheguei a rir de mim mesmo por causa disso. Queria conversar com alguém e desabafar um pouco.
Fui até o quarto de Fabricio para contar à ele, e a porta estava entreaberta e pude ouvir que minha Nana estava falando com ele.

_ Você tem que contar à Frederico! Ele tem que saber!

_ Não sei o que ele faria se soubesse! Fabricio falou.

_ Não minta mais! É você que tem que ser verdadeiro com ele e dizê-lo!

_ Nana, ele não a reconheceu! Me disse que foi no escuro! Melhor deixar da maneira que está!

_ É muito estranho não ter reconhecido ela! Como fazem essas coisas sem notar! Vicenta disse envergonhada.

_ Ele nunca imaginou que a quenga era ela! Tenho certeza!

_ Quase infartei quando ele disse que dormiu com " A Dona do Bordel "!
Vicenta confessou.

_ Eu vi mesmo! E ele nem sacou seu nervosismo!

_ Se não quiser romper de vez sua relação com seu irmão faça o que te falo meu garoto! Ele não demora descobrir! E não te perdoará! Não sei como ela conseguiu passar despercebida!

_ Você acha Nana? Você acha mesmo que ele dormiria com a proprietária do borde se soubesse que tratava de Cristina Alvarez?

_ O que disse?!

Entrei no quarto e gritei.

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A DONA  DO  BORDELOnde histórias criam vida. Descubra agora