SUN, MOON, STAR - 02

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CAPÍTULO NÃO REVISADO


— Junhoe-ah, tudo bem se o arroz for um pouco mais pegado dessa vez? Não consigo acertar na receita dos grãos soltinhos. — A senhora Kim perguntou assim que o moreno apareceu no corredor, enxugando os fios negros numa toalha de rosto. Ele apenas assentiu com um meneio de cabeça, sorrindo para ela logo em seguida.

Koo Junhoe ainda era namorado de Kim Jinhwan. O menor foi o primeiro do grupo a finalizar suas idas a faculdade, arrumando emprego um ano após a formatura. Resolvia uns casos por aqui e encontrava outros no Fórum, sendo pago pelo governo por cada caso resolvido. E mesmo ganhando o suficiente para ter sua própria moradia, ainda vivia com os pais, um dos motivos era pela insistência da mãe que não parecia disposta a soltar tão cedo, seu pequeno advogado.

E assim, Junhoe passava a dormir na casa dos sogros com o namorado sempre que se via cheio de saudades ou somente por querer ficar perto dele por horas seguidas. Jinhwan nunca reclamou, muito menos seus pais, os Kim eram apaixonados pelo mais novo e apoiavam inteiramente o filho naquele relacionamento. Eram compreensivos e sempre davam privacidade aos dois quando queriam ficar sozinhos.

Os quatro anos após a faculdade trouxeram ao Kim um carro, pago com a ajuda do pai e ao seu quarto, uma cama de casal e uma estante maior para os novos livros de conteúdo jurídico. E bem, como Koo passava um bom tempo consigo, arrumou um espacinho para ele também, pois o trabalho de Junhoe era um pouco mais prático que teórico, contudo, precisava guardar suas roupas.

Era um dançarino de nome conhecido na cidade, por sinal. Dava aulas de balé e estilo contemporâneo para adultos numa academia que a mensalidade custava quatro vezes o seu salário e ajudava os pais com as despesas dele. Os Koo ainda não apoiavam ter o advogado na família e quando Junhoe o levava para jantares e almoços de domingo, a mãe do rapaz dava um jeito de tirar Heeo dos braços do marido – porque sim, enquanto Jinhwan e June agiam como se fossem casados, a Kwak e o namorado da faculdade já haviam trocado alianças – ou arrumava alguma outra garota para falar com o filho.

Muitas das vezes, ao dar um beijo de boa noite ao mais velho e dizer que o ama, o moreno passava horas sem pregar os olhos pensando em como as coisas pareciam mais fáceis para os lados do namorado. Fitava maravilhado os Kim sentados à mesa durante a última refeição do dia, cansados do trabalho, mas não completamente indispostos para sorrir e comentar sobre os casos de Jinhwan. Eles eram compreensivos, cheios de bons argumentos, perfeitos por não ter preconceito algum. Perfeitos por cuidarem do filho como um bem precioso, porém, eram pais conscientes, que sabiam seus limites.

— Tudo bem, então nós teremos hoje para comer: deonjang jjigae, godeungeo gui, kimchi... — Listou a mulher, contando cada especiaria nos dedos, sorrindo ao novamente fitar o genro. — E arroz pegado. Espero que esteja com fome.

— Até que eu não estava com tanta fome assim, senhora Kim, mas minha barriga tem ouvidos e escutou tudo o que a senhora falou.

— Mamãe, pare com isso. — A voz melodiosa do menor integrante daquela casa chamou atenção dos dois que estavam parados no meio do corredor. Ambos fitaram de onde a voz vinha e deram de cara com Jinhwan encostado a porta de seu quarto, os braços cruzados sobre o peito e trajado num terno novo que havia ganhado de um dos colegas de trabalho. Mãe e namorado suspiraram admirados porque o pequeno Kim ficava bem em qualquer tipo de roupa, mas naquelas peças negras e bem alinhadas era como ver um anjo descendo do céu com todo aquele brilho angelical. Sem exageros. — Se continuar mimando June dessa maneira, ele passará a ficar mais tempo aqui em casa e a mãe dele não gosta muito da ideia.

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