Forgive Me (Shameron)

(1.4)

(Shawn PV)

-Você vai ficar bem?-Perguntei

-Pior eu acho que não fico.-Ele riu

Como ele poderia ter humor nessas horas ?

-Shawn.-Me chamou

Virei pra ele

-Vai dar tudo certo.-Falou

-Vai.-Falei

O pior é que eu falava mais pra mim do que pra ele.

Fechei a porta do quarto dele e fui pra sala procurar o Cameron.

-...não entendi quando começou só sei que eu não sei mais oque fazer.-Ela falava segurando a mão do Cameron

-Vai dar tudo certo senhora Carpenter, Aaron é forte, e se necessário, ele vai ter que ir.-Ele falou calmo.-Deixe o futuro decidir, talvez, Aaron vai partir um dia não chore, ele precisa de você mais que nunca agora, seja forte pra ele também ser. 

Como ele pode ser tão realista com ela ? Porra o filho dela está...

-Sei disso, Cameron, me desculpe mais é que eu nunca vi você por aqui.

Ele riu envergonhado e colocou a mão na cabeça.

-Eu, sou novato na escola, conheci Aaron através de uma pequena discórdia com o Shawn.

-Como ?

-Aah o Shawn...

-É oi tia, Cameron vamos embora ?-Falei antes que ele falasse algum tipo de merda

-Mais já ?-Perguntou ela

-Sim tia temos oque fazer.

-Temos ?-Cameron perguntou

Lancei um olhar destrutivo e o mesmo abaixou a cabeça

Ela riu

-Então tudo bem, Shawn.-Ela veio e me abraçou.-Obrigado por tudo.

Depois ela foi pro Cameron e também o abraçou

Nós saímos e eu esperei até estar um pouco longe da casa dela.

Peguei forte em seu braço

-Como pode ser tão dura com ela ?-Perguntei

-Ai Shawn, do que você está falando ?

-O filho dela, meu melhor está com câncer pulmonar e você diz na cara dura que ela vai ir.-Eu apertava mais forte seu forte

O mesmo fazia careta

-Eu, eu...

Estava fora de mim, pois quando se tratava da família Carpenter se tratava também da minha família.

-Shawn...

Até que cai em mim.

Quando soltei seu braço e o mesmo vacilou pra trás quase caindo por tentar tirar de mim olhei pra região e a mesma estava muito vermelha.

-Cameron, desculpa é que...

-Cala sua boca seu idiota, eu fui realista com ela sim, ela sabe que o Aaron está morrendo, por que iludir ela ? Quando Aaron realmente partir só vai ser pior, Shawn, certas pessoas não precisam de um, vai dar tudo certo mais sim de um eu estarei aqui se der errado, e quer saber eu não me importo com a merda que você pensa, você é como qualquer outro riquinho de merda que acha que pode tudo, que pode machucar as pessoas, que acha que o mundo tá na palma da mão.-Ele falava enquanto deixava pequenas lágrimas saírem de seus olhos

Eu fiquei estático ali.

Então ele virou e saiu com a mão no braço onde eu segurei.

Eu demorei um pouco até começar a andar, eu realmente nunca levei sermão de alguém.

Quando cheguei em casa fui tomar banho.
Tudo aquilo, raiva, dor.
Ia com a água pra longe.
E quando eu fechava os olhos pra dormir, eu pude me acalmar.

___//____

No dia seguinte ao entrar no portão do colégio procurei por Cameron pra pedir desculpas, estava um calor que não fazia igual.
Logo avistei uma figura de blusa manga longa.

Era ele.

-Cameron ?-Chamei

Ele se virou, viu que era eu e então levantou e saiu.

Fui pro pátio tomar água.

-Hey Mendes.-Era Nash

-Fala.

-Tem notícias do Aaron ?

-Haam, não Nash.

-Estranho.

-Eu sei.

-Como será que o novato consegue ficar com aquela manga longa?

-Só ele sabe.

Eu também sabia.

E iria tirar minhas conclusões.

Durante a aula ele ficava com o braço pra baixo, e quando colocava o braço apoiado na mesa fazia careta.

Isso só sustentava minha teoria.

Passou uma aula, duas, e na terceira eu não aguentei

Fui até ele

-Deixa eu ver seu braço.-Falei

-Mendes por favor sai.-Ele respondeu

-Cameron por favor.

Ele esticou o braço e eu levantei a manga.

A marca visível dos meus cincos dedos estavam ali, estava roxo.

-Cameron...

Ele puxou o braço pra si

-Agora vai pro seu lugar, você já fez oque tinha que fazer, agora faremos como deveria ser feito, você não me conhece e eu muito menos você.

-Eu...

-Senhor Mendes, sente-se em seu lugar.-O professor ordenou

Fui e me sentei.

Fiquei encarando ele do outro lado da sala.

Na saída, ele foi rápido pra fora, seu caminho foi uma praça onde não havia quase ninguém.

Ele sentou no banco e levantou a manga.
Então de longe pude ver ele encarando a marca, passou a mão no olho, levantou e saiu.