24h In Motel • Camren

Capítulo 9

*ESSA FIC É UMA ADAPTAÇÃO, TODOS OS CRÉDITOS SÃO PARA @yoongiw*

Boa Leitura

Não pulem as notas finais, tem uma coisa importante lá ;)

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POV CAMILA

Depois de discussões baixas, Lauren finalmente cedeu, não disse um "está tudo bem", ela apenas suspirou pesadamente, balançou a cabeça e caminhou devagar para a cama, como se estivesse chateada. 

Eu não queria chatea-la, mas isso é uma questão de vida. Não podemos ficar trancadas neste quarto para sempre, alguém tem que se arriscar e buscar por ajuda, eu jamais deixaria Lauren Jauregui sair para fora deste quarto, enquanto um assassino caminha pelos corredores do motel, é aparentemente a mesma coisa que deixar um ratinho solto numa caixa de gato. 

Dei um passo à frente e acabei pisando em um de meus cadernos que eu havia jogado para fora da mochila a base dos chutes num acesso de raiva. Para evitar que uma de nós pudesse tropeçar nesse entulho me abaixei e comecei a apanhar tudo que havia caído de minha bolsa. 

De soslaio, olhei algumas vezes, vendo Lauren deitada de barriga para cima, observando o teto em silêncio, com as mãos replicadas em baixo da cabeça. Parecia pensativa. 

- Camz... - Chamou baixinho. 

- Sim? 

- Converse comigo... por favor - Pediu, mas nem sequer olhou para mim.   

 Peguei o último chaveiro que havia caído no chão e me levantei, caminhando em direção a cama. Mesmo de modo hesitante, me sentei ao lado de Lauren, vendo seu olhar triste fitando o teto. Pensativa como imaginei e ao mesmo tempo bem triste. 

Cada linha do rosto dela era perfeita. Os olhos verdes, o contorno dos lábios carnudos e rosados, e a pele branca parecendo uma rica e fina porcelana de um boneco de museu. Cada pedaço de Lauren Jauregui parecia ter sido minimamente pensado. Como se alguém estivesse tentando criar a perfeição visual, e resultasse em Lauren Jauregui.

Posso não ser uma psicóloga ou nada do tipo, mas sei que Lauren não está bem, na realidade está muito mal, e só quer algo para se distrair, como se algo nela gritasse. Não que eu mesma não esteja assim, mas a carga de sentimentos parece vir de maneira tão forte a ela, é quase como se ele tivesse algum problema. 

- Sobre o que quer conversar? - Perguntei pegando a coberta que estava jogada num lado da cama.

 - Sobre qualquer coisa... só me distraia para não entrar em pânico, por favor - Falou com a voz esganiçada, como se tentasse conter algo. 

- Eu... Eu já tirei fotos da Megan Fox. 

- Sério? - Me olhou curiosa.  

  - Não. Nunca sequer a vi, apesar da cópia dela estar bem na minha frente - Brinquei e ela deu um riso breve - E você? Já trabalhou em lugares diferentes? 

Os olhos de Lauren se arregalaram de leve, ela engoliu seco, mas logo respondeu: 

- Hm... trabalhei no Museu do chocolate - Murmurou.  

  - É?

 - Não. Eu comeria tudo. 

 Balancei a cabeça, rindo baixinho com Lauren. Podia parecer conversas fúteis, mas se eu posso arrancar um sorriso, mesmo amargo dela agora, me sinto melhor em saber que ela se sente um pouquinho que seja aliviada. Sei que nada que eu fale vá fazer Lauren esquecer o medo e desespero que está sentindo, mesmo assim faria o possível para pelo menos conforta-la, da maneira que eu não posso ser.  

  - Você já namorou Mulheres? - Perguntou repentinamente, me deixando um pouco surpresa e sem graça. 

- Não... - Coçei a nuca constrangida, e prossegui: - Mas já tive um caso.

 - Nossa que hétero - Levantou-se, sentando à minha frente, ficando cara-a-cara comigo, me encarando - Então vai... Me diz, como é desfrutar de um fruto homem - Sorriu de canto.  

  - Bom... homens são legais - Falei superficialmente, não sabendo me expressar direito - Meio complicados, mas quem não é?! Mas... Não, espera - Franzi as sobrancelhas - Você nunca namorou um...

 - Não, nunca - Riu colocando as mãos em frente a boca, com as bochechas coradas.  

As mangas da blusa comprida de Lauren caíram como cortinas, deixando à mostra seus pulsos pálidos. Ao ver aquilo arregalei os olhos assustada, não acreditando direito no que estava vendo tantas riscas e cicatrizes. 

Sem hesitar, minhas mãos seguraram os pulsos de Lauren, e abaixei um pouco a cabeça para para ter certeza se havia visto direito. Era aquilo mesmo. Senti calafrios por todo meu corpo, e uma dor no peito.

  Haviam cortes aleatórios e profundos em seus pulsos, estavam cicatrizando e as casquinhas das feridas pareciam estar se formando a pouco tempo, como se esses cortes tivessem sido recentes. 

- Laur... - Balbuciei perplexo - Por que...  

  Lauren tentou em movimentos desajeitados se soltar de mim nas mãos, mas eu fui mais rápida e segurei seus pulsos firmemente, para que ela não se soltasse de mim até dizer o que estava acontecendo. Se ela acha que vou deixar uma coisa destas passar, ela está imensamente enganada. 

Aquilo só serviu para que ela me olhasse de forma envergonhada, e abaixasse a cabeça, como se tivesse vergonha do que havia feito consigo mesmo. E mais do que nunca eu tive plena certeza de que Lauren Jauregui continha alguma coisa presa em si, um problema que a deixava com vergonha de si mesmo. 

- Lauren.. - Chamei dando uma leve balançada em seu corpo - O que você tem? 

  Ela suspirou profundamente como se estivesse frustrada. Ela levantou o rosto para me encarar, os olhos  melancólicos, percebi seu modo hesitante ao murmurar baixinho: 

- Eu sofro da síndrome de Borderline.  

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Ok ícones, no próximo capítulo tem uma explicação totalmente superficial sobre o que é esta síndrome, pra quem não sabe.

Recomendo que até quem saiba sobre o que se trata essa síndrome, pesquise um pouco mais sobre ela, veja os sintomas, como a pessoa age, vai ajudar vocês a entenderem algumas atitudes da Lauren.

Beijos de luz.

*Créditos para @yoongiw*