Capítulo 13 - Parte 2

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*ESSA FIC É UMA ADAPTAÇÃO, CRÉDITOS PARA @yoongiw*

Eu não revisei esse capítulo porque quando eu fui passar ele pra cá, apaguei sem querer e tive que refazer, então a raiva não me deu paciência ksjfj. Erros conserto depois.

Boa leitura ;)

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E foi naquela noite. Como havia escurecido, as brincadeiras na rua com meus amiguinhos acabaram, então tive que voltar para casa antes que mamãe viesse me buscar e não me deixasse mais sair para brincar.

Quando se é criança tudo que te preocupa é se você vai poder sair para brincar no dia seguinte, ou se vai ter algumas moedas suficiente para comprar um sorvete à tarde, quando o sorveteiro passa com seu carrinho, buzinando.

Eu queria ter prestado mais atenção em tudo que acontecia à minha volta naquela época, mas eu era só uma criança que não se importava com muitas coisas, minha cabeça não tinha pensamentos precoces.

Corri para meu quarto para pegar uma roupa e tomar banho, já que todo meu corpo parecia grudento de suor, e meu cabelo todo sujo de areia, mas diferente de todos os outros dias quando chegava no andar superior, hoje o quarto estava escuro e a porta entre-aberta.

Taylor sempre deixava a luz acessa devido à seus estudos, ela sempre usava esse horário para estudar, eu via seu empenho, mas ela sempre continuava na média. Eu sempre escutava ela reclamando com si mesmo, mas eu achava inútil a maneira com a qual ela se auto-repreendia, pensava que se estava na média era bom, e que ela apenas queria ser melhor para se exibir para papai. Mas hoje entendo que, ela apenas queria mostrar à si mesmo que era bom, e não ter tantas cobranças em cima de suas costas.

Calmamente entrei no quarto, com o pensamento mais lógico que havia achado, que talvez ela estivesse dormindo. Estava tudo tão silencioso, o que também era estranho, já que ela sempre recitava o que lia em voz alta, então realmente eu pensei que ela estivesse dormindo, mas o mais estranho era, parecia que não havia ninguém ali.

- Tay? - Chamei tateando a parede, à procura do interruptor.

A luz se acendeu em um clarão, e minha visão se encheu com aquela cena.

Arregalei meus olhos com as lágrimas instantâneas salpicando sobre eles. Minhas pequenas mãos vieram até minha boca e dei um grito alto e abafado, de modo horrorizado minhas pernas tremiam e eu quase corria o risco de cair no chão.

Meu grito foi alto suficiente para arder meus próprios ouvidos.

Deitado no chão estava minha irmã. Os olhos fechados levemente e sua boca parecia só uma linha sem sombra de sorriso. Um fio de sangue escorria de seu pescoço cortado e pingava no chão.

Jogado a poucos centímetros de sua mão estava uma faca, uma faca de cozinha afiada e ensanguentada. Minha capacidade de raciocínio nunca fora tão lenta quanto àquela, eu ainda não processava direito o que estava acontecendo, apenas sentia.

- TAAAY! - Gritei em meio a soluços.

Minha mãe chegou pouco depois de ouvir meus gritos escandalosos. Ela caiu em choro ao se deparar com a cena, mas sua primeira reação foi me puxar para fora do quarto, me privando daquilo.

Me debati em seus braços tentando me soltar e ir lá chacoalhar Tay, na esperança de ser uma pegadinha que ela havia feito com tinta, para me ver arrependida de não ter tirado a foto. Mas era só olhar para o rosto de minha mãe que eu percebia que nada do que estava acontecendo era uma brincadeira.

Não. Os paramédicos me disseram que não, e não precisei perguntar, era só vê-los carregando o corpo da minha irmã que estava coberto por um saco preto em cima de uma maca, me impossibilitando de ver pela última vez o seu rosto.

Suicídio. Era isso que corria na boca do povo. Antes minha irma era " Taylor, a garota estranha com Borderline", agora ela é "Taylor, a garota que se suicidou".

Anos mais tarde que consegui pensar direito sobre tudo isso. Eu não havia adquirido nenhum trauma, o que foi bem estranho já que eu era criança.

Com quatorze eu pude perceber o que realmente se passava pela cabeça dela naquela época.

Era preciso alguém morrer para as pessoas se darem conta do que fazem com a vida dos outros. Quem magoa esquece, e consegue conviver com aquilo, mas quem é magoado nunca esquece, sempre em momentos tristes ela vai se lembrar do que aconteceu.

Era preciso que alguém tome uma atitude drástica para as pessoas se darem conta do impacto que tem na vida dos outros.

E esse alguém foi minha irmã.

Não a julgo. Jamais julgaria, não mais. Suicídio não é para os fortes, nem para os fracos, suicídio é para os que querem sair do campo de batalha, levando consigo a vida, para não ter que sofrer mais bombardeios.

E tudo que Taylor queria era uma foto comigo. A última foto. Ela só queria tirar uma foto com cada membro da família.

Para saber que todos ficariam bem em ter a última lembrança dela viva, em algo eterno.

Como eu tiraria aquela foto agora, da melhor forma possível, captando o momento perfeito, o sorriso, o último olhar e o último gesto de seu último suspiro, que nenhuma lente jamais poderia captar com felicidade.

FLASHBACK OFF

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Essa parte é totalmente importante, releiam e prestem atenção em TODOS OS DETALHES...no próximo volta a realidade.

Ah, nós nunca sabemos o que se passa na cabeça de uma pessoa ou o que pode acontecer amanhã, por isso, não percam tempo em fazer o dia de alguém melhor. Uma simples palavra que para alguém não tem nada demais, pode estar levando alguém a morte. Ajudem, dêem apoio, não sejam um "porque" na vida de alguém.

Beijos de luz

*Créditos para Yoongiw

24h In Motel • CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora