A vida.... Não é um fenómeno fantástico? Isso já depende da opinião de cada um.
Bem por onde irei começar? Talvez pelo começo do início, pelo que eu sei e lembro-me, os meus pais conheceram-se em 1962, tendo ambos recebido um convite de emprego em lugares distantes um do outro no ano de 1964, ficando separados por quatro anos, reencontrando-se a meio de Fevereiro de 1968 e a chama daquele amor esquecido de á dois pares de anos reacende-se começando uma relação que parecia algo de quando tinham os seus 19 anos, e como é característico do amor a certo ponto decidiram praticar a arte de namorar despido.
Claro que para eu estar a contar esta história eles não foram muito cuidadosos na pratica da tal arte e a nove de Novembro desse mesmo ano nasce uma criança inocente e inconsciente do que estaria por vir.
Seis anos passados e eles aprenderam a amar o descuido daquele momento de diversão, era o meu sexto aniversario e como prenda de anos decidiram levar-me a praia pela primeira vez na minha vida, foi inesquecível o mundo inteiro parecia estar em harmonia, os pássaros a cantar, o som das ondas na areia da praia, as pessoas a rir, acabando por adormecer nos braços de minha mãe. Acordei e parecia que estava em outro lugar completamente diferente, estava um enorme silêncio e uma atmosfera de tristeza quando ouvi uma voz desconhecida dizendo "Ele quer respostas" após momentos de apenas troca de olhares eu e meus pais caminhamos até ao carro ninguém fazendo um único som.
Já dentro do carro tentei fazer uma piadas e umas brincadeiras, como é típico de uma criança de seis anos, mas parecia que para eles eu nem estava presente.
No dia seguinte os meus pais negaram-se a sair de casa mesmo sabendo que era domingo e já era quase tradição de família ir ao parque, foi um dia intrigante.
Mas mais intrigante foi o dia de onze de Novembro, três dias após meu aniversário, era meio-dia já era possível sentir o cheiro da comida eu estava no segundo andar a brincar no meu quarto quando dois sons bem altos ocorreram parecia até que os armários tivessem caído, desci a correr e lá estava ele com um olhar sem vida ele o mesmo homem de á três dias atrás na praia e eu como criança inocente que era perguntei pelos meus pais e ele respondeu com uma voz grave "já cá não estão nesta terra" muito confuso e a tremer respondi "co... como assim?" Ele prosseguiu para me apontar uma arma e dizer "queres que exemplifique?" Quando uma voz de fundo diz "Ele não tem de pagar pelos pecados de seus pais".
Tudo o que passava pela minha cabeça eram as perguntas "como?", "porquê?" e especialmente "porquê eu?" nesse dia aprendi que não conheces totalmente uma pessoa mesmo que estejas com elas desde o início da tua vida.
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O Errante Solitário
Short StoryEsta é a historia de um errante órfão e a sua jornada pela vida neste simples mundo.